sexta-feira, 1 de julho de 2011

PMI HSBC aponta desaceleração da produção industrial em junho

A produção industrial, que em maio avançou 1,3% na comparação com abril, deverá recuar em junho, de acordo com Índice Gerentes de Compras - Produção Industrial HSBC - divulgado pelo HSBC Bank Brasil. O indicador ficou abaixo do nível de 50 pontos, que separa crescimento de contração, ao atingir 49 pontos, abaixo dos 50,8 pontos registrados em maio.
O Índice Gerentes de Compras baseia-se em dados compilados a partir de respostas mensais a questionários enviados a executivos encarregados por compras em mais de 400 empresas industriais. O painel é estratificado geograficamente e por grupo de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), com base na contribuição regional e do setor para a Produção Industrial Brasileira.
Os fabricantes brasileiros, segundo o levantamento, relataram suas expectativas em relação a um nível mais baixo de produção em junho, encerrando assim o período de crescimento da produção que começou em novembro passado. Os depoimentos, de acordo com os responsáveis pela PMI, atribuíram esta queda aos mercados lentos e a mais uma queda na entrada de novos trabalhos.
"A quantidade de novos pedidos recebidos pelas empresas monitoradas caiu pelo terceiro mês consecutivo e acelerou em relação a maio atingindo seu ponto mais baixo desde abril de 2009", afirmam os responsáveis pelo levantamento. As empresas, de acordo com o PMI, receberam em junho um volume notavelmente menor de novos negócios tanto do mercado doméstico quanto do internacional.
Como reflexo do declínio nos volumes de produção e de novos pedidos, a quantidade de trabalhos em processamento diminuiu nas empresas pesquisadas em junho. Ao mesmo tempo, os empresários relataram um acúmulo marginal nos estoques de bens finais. A quantidade de insumos adquiridos pelas indústrias brasileiras também diminuiu durante em junho, com os entrevistados citando as necessidades mais baixas de produção.
Da mesma forma, os estoques de insumos também diminuíram. Por outro lado, os prazos de entrega dos fornecedores se alongaram ainda mais, e de modo mais significativo do que o registrado em maio. Em junho, o nível de emprego no setor industrial brasileiro diminuiu pela primeira vez desde agosto de 2009. Porém, a taxa de redução de emprego foi pequena.
As empresas monitoradas aumentaram os preços cobrados pelo vigésimo primeiro mês consecutivo em junho, como resultado do repasse aos clientes de parte das suas cargas de custos. "Mesmo assim, o aumento foi o mais lento desde novembro de 2009, já que fortes pressões dos competidores limitaram o aumento de preços de muitas das empresas", afirmam os responsáveis pelo PMI Industrial.
A taxa de inflação de produtos manteve-se mais lenta do que a de custos de insumos. "De um modo geral, a carga de custo cresceu fortemente em junho, mas por um ritmo mais fraco do que a média de longo prazo para as séries. Os entrevistados relataram aumentos de preços numa vasta gama de mercadorias durante o período mais recente de pesquisa, com o aço sendo especialmente citado por vários deles".
Para o economista-chefe do HSBC Bank Brasil, André Loes, o PMI Industrial de junho confirmou a desaceleração da atividade industrial durante o segundo trimestre. "Ao cair abaixo de 50 pontos em junho, o índice indicou contração do setor industrial pela primeira vez desde novembro de 2010. Os componentes do índice corroboram o cenário de desaceleração generalizada, uma vez que os índices de produção, novos pedidos e emprego caíram abaixo de 50 pontos durante o mês de junho", analisa Lóes. Com relação à inflação, diz ele, a alta de preços de insumos e preços de bens finais foi menos intensa do que nos meses anteriores, mas os preços permanecem em trajetória de alta.

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