Khadafi ameaça atacar Europa se Otan continuar com bombardeios
O líder líbio, coronel Muamar Khadafi, ameaçou atacar a Europa em retaliação às operações militares da Otan no seu país.
Em uma mensagem em áudio transmitida a milhares de seus seguidores na Praça Verde, no centro de Trípoli, Khadafi afirmou que irá atacar, a não ser que que a Otan cesse os bombardeios.
"Este povo (líbio) é capaz de, um dia, levar esta batalha (...) à Europa, para atingir os seus lares, escritórios, famílias, que se tornariam alvos militares legítimos, assim como vocês atingiram os nossos lares", disse o coronel.
"Se nós tomarmos essa decisão, seremos capazes de ir à Europa como gafanhotos, como abelhas. Nós os advertimos que se retirem antes que vocês lidem com um desastre."
O líder líbio pediu a seus partidários que "marchem nas montanhas do oeste" perto de Trípoli, onde a França lançou armas aos rebeldes que combatem as forças pró-Khadafi.
"Se vocês querem paz e que a situação volte a ser como era antes dos últimos cem dias, vocês têm que chegar a um acordo com o povo líbio, e não com Muamar Khadafi", disse o coronel.
"Muamar Khadafi não representa o povo líbio. Muamar Khadafi é um símbolo do povo líbio."
A Otan está atacando as forças de Khadafi na Líbia com a anuência de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, sob a justificativa de proteger os civis líbios dos ataques do regime.
Mandado de prisão
A mensagem de Khadafi foi divulgada dias depois que o Tribunal Criminal Internacional, com sede em Haia (Holanda), emitiu um mandado internacional de prisão contra Khadafi, seu filho, Saif Al-Islam, e o chefe da inteligência líbia, Abdullah Al-Sanoussi.
Eles são acusados de crimes contra a humanidade. Segundo os promotores, os três indiciados ordenaram que tropas atirassem e matassem manifestantes civis durante os protestos contra o governo realizados no início deste ano.
Em sua mensagem, Khadafi disse que o mandado de prisão emitido pelo tribunal é injusta, e acusou a corte de ser um "instrumento do colonialismo".
A manifestação pró-Khadafi desta sexta-feira - 1º de julho - foi a maior registrada no país nos últimos tempos. Já a mensagem em áudio foi a primeira manifestação do líder líbio divulgada em semanas.
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