Chuvas já afetam 42,9 mil pessoas no Rio Grande do Sul
Levantamento da Defesa Civil indica mais de nove mil pessoas desalojadas ou desabrigadas
A chuva forte que atinge o Rio Grande do Sul nos últimos dias causou na quinta-feira - 21 de julho - a primeira morte. O corpo do agricultor Leonir Fagundes, 41 anos, foi encontrado em uma propriedade rural na localidade de Costa do Turvo, no interior de Santo Augusto, no Norte do Estado. Ele havia desaparecido na quarta-feira -20 de julho - ao tentar atravessar um riacho que está acima do nível normal. A vítima foi arrastada pela correnteza, segundo relato da Defesa Civil do município. As equipes do Corpo de Bombeiros começaram as buscas ainda na quarta-feira, mas o corpo só foi localizado na quinta-feira, a cerca de 500 metros do local onde a vítima desapareceu.
Em função do mau tempo, o município de Encantado decretou na tarde de quinta-feira situação de emergência em decorrência da enchente do rio Taquari, que atingiu 12 bairros e causou prejuízos em diversas localidades do Interior. De acordo com o decreto, aproximadamente 1.780 pessoas foram atingidas e cerca de 450 famílias estão desalojadas. O prefeito Paulo Costi (PP) acredita que as pessoas retornem às suas casas somente na próxima semana. Segundo ele, cerca de 80% das famílias que corriam risco já foram retiradas de suas residências.
De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, pelo menos 42.900 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas. A instabilidade forte resultou em ao menos 5,4 mil desabrigados e 3,8 mil desalojados. Além disso, mais de 1,2 mil residências foram danificadas pelo mau tempo. As cidades mais afetadas são as que estão no entorno dos rios Caí e dos Sinos, na região do Vale do Paranhana. A cidade com maior número de pessoas afetadas é Igrejinha, que teve cerca de 300 famílias retiradas de suas casas. Em Parobé, 180 pessoas tiveram que deixar suas residências. Em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, 300 pessoas estão desalojadas em função da instabilidade.
A chuva também causou estragos em Gramado, na Serra gaúcha. Eram dez o número de residências interditadas pelo Corpo de Bombeiros na quinta-feira, após novos deslizamentos de terras. Além do bairro Piratini, que teve problemas em dois pontos, foram registradas quedas de encostas nos bairros Dutra e Planalto.
Segundo o major Ari Ferreira, a Defesa Civil monitora os rios dos Sinos e Caí que irrigam um grande número de municípios. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em 24 horas, de quarta para quinta-feira, choveu 121mm em Santo Augusto, 115mm em Santa Rosa, 114mm em Bento Gonçalves, 106mm em Soledade, 98mm em Canela e 91mm em Lagoa Vermelha.
De acordo com o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), 19 rodovias no Estado apresentam problemas em função do mau tempo. O caso mais grave é o bloqueio da RS-122 entre o distrito de Nova Milano, em Farroupilha, e São Vendelino. A polícia rodoviária estadual interditou a rodovia, na altura do km 43, porque parte do asfalto cedeu em função da chuva. Já a ERS-129, no km 37 a 50, de Estrela a Colinas, também foi interditada em função de queda de barreira.
O Inmet informa que a chuva já está diminuindo e que com a frente fria que se aproxima do Estado e atinge a região com mais intensidade nesta sexta-feira - 22 de julho, a precipitação deve diminuir. A menor temperatura do Estado na quinta-feira foi registrada em Quaraí, 1,2 grau, enquanto a mais alta foi em Iraí, 16,2 graus. O final de semana dos gaúchos será de muito frio com o declínio da temperatura e ocorrência de geada na Campanha e na Serra gaúcha. Os termômetros oscilam entre zero e 18 graus no Estado. Em Porto Alegre, a mínima chega a nove e a máxima a 16 graus.
Município de Taquari - rio sobe e já desabriga famílias
A constante chuva dos últimos dias em todo o Estado elevou o nível do Rio Taquari. Os moradores ribeirinhos estão saindo de suas casas e as demais pessoas por ali passam para ver o nível da água.
Conforme a chefe do setor de Assistência Social do Município gaúcho de Taquari, Marília Coutinho, 60 famílias, do Beira do Rio e do Bairro Praia, já saíram de suas casas, na tarde de quinta-feira - 21 de julho, e estão se abrigando com outros familiares, no Pavilhão da Igreja de Nossa Senhora das Dores e em outras casas no Bairro Praia.
A previsão da chefe do setor, conforme relato de moradores ribeirinhos, é de que a enchente será grande e já estão sendo providenciados medicamentos e vacinas para a população atingida.
Às 17h de quinta-feira - 21 de julho, o nível do rio, no Porto de Estrela, estava em 26,45m acima do nível normal que é de 13m. Segundo o guarda portuário, Adiles Castro, ainda estava subindo 15 centímetros por hora.
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