quarta-feira, 3 de agosto de 2011

TAM usa pilotos reprovados no inglês em vôo ao Exterior

A TAM decidiu liberar pilotos reprovados em teste de inglês a trabalhar em vôos internacionais, o que contraria regulamentos da aviação brasileira e internacional. Norma da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) inspirada em congêneres estrangeiras, determina que pilotos tenham ao menos nível 4 ("operacional") de domínio do inglês para vôos rumo ao Exterior. A TAM, no entanto, pôs pilotos com nível 3 ("pré-operacional") em rotas internacionais. Em documento, a companhia determina que os pilotos reprovados no inglês possam operar vôos internacionais enquanto o avião sobrevoar o território brasileiro. Ao entrar no Exterior, um outro piloto assume o lugar daquele que fala mal o inglês; mais longos, esses vôos usam três ou quatro pilotos. O regulamento brasileiro de aviação civil não prevê essa possibilidade. A decisão da TAM ocorreu após 13,8% dos seus cerca de 370 pilotos de vôos internacionais terem sido reprovados em um teste de revalidação de inglês em abril e maio. Esses pilotos foram rebaixados do nível 4 para o 3. Um comandante de vôo internacional da TAM disse que a medida foi tomada porque havia risco de cancelamento de vôos por falta de pilotos em momento de alta demanda. A Anac sabe há pelo menos um mês do problema. A FAA (agência americana) e a Easa (européia), onde estão oito dos 19 destinos internacionais da TAM, investigam o caso. As agências podem impor multa à TAM e, no limite, suspender vôos internacionais da empresa brasileira. Um piloto com inglês nível 3 pode falhar ao tentar compreender instruções ao lidar com "eventos inesperados", segundo classificação da Icao adotada pela Anac.
Uma ordem mal compreendida em inglês contribuiu para a colisão entre dois aviões em pleno ar na Índia, em 1996. O piloto de uma das aeronaves descera a um nível diferente daquele autorizado pela torre de controle. Morreram no acidente 349 pessoas.
A Anac tem conhecimento da infração da TAM desde 1º de julho. Um fiscal relatou que a agência deu aval informal para o não cumprimento da norma.

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