S&P vê chance forte de novo rebaixamento no rating dos Estados Unidos
O diretor-gerente da agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor's), John Chambers, afirmou que existe uma em três chances de haver um novo rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos nos próximos seis meses a dois anos. "Temos uma perspectiva negativa, de seis meses a 24 meses", disse ele. "E se a posição fiscal dos Estados Unidos se deteriorar mais, ou se a contenção política se tornar mais arraigada, isso pode levar a um rebaixamento. A perspectiva indica pelo menos uma em três chances de rebaixamento nesse período". Chambers disse que levará algum tempo para que os Estados Unidos recuperem a nota máxima de crédito "AAA". "Exigiria uma estabilização da dívida como parte da economia e um eventual declínio. E exigiria, eu acho, maior habilidade para obter consenso em Washington do que vemos hoje", acrescentou. A agência de classificação de risco S&P rebaixou a nota da dívida americana para AA+ devido aos riscos políticos e ao peso da dívida americana em relação ao PIB. A agência decidiu anunciar a decisão na sexta-feira - 5 de agosto - à noite, depois do fechamento do mercado, para dar tempo dos investidores se acalmarem durante o fim de semana. O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos acusou a agência de classificação de risco S&P de ter cometido um erro de US$ 2 trilhões em seus cálculos para rebaixar pela primeira vez na história a nota da dívida americana de "AAA" a "AA+". Segundo a versão do Tesouro, este recebeu a análise da agência de classificação de crédito e alertou a S&P de um erro que elevava as projeções do déficit futuro em US$ 2 trilhões. A agência trabalhava com um cenário em que a dívida chegaria a 93% do PIB em dez anos, mas, pelos cálculos atuais de agência do Congresso, a relação seria de 85%, diferença de US$ 2 trilhões (quase o PIB brasileiro em 2010). "Uma opinião com falha de US$ 2 trilhões fala por si só", disse integrante do Tesouro. Em entrevista à "CNN, John Chambers, admitiu que houve um erro, dizendo: "Nós concordamos com a posição do Tesouro e nossos números refletem isso". Mas Chambers acrescentou que o erro não faz diferença na classificação de risco do país porque não muda o fato de que a dívida vai crescer em relação ao PIB na próxima década.
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