Pai da rainha Sílvia da Suécia foi um herói, não um nazista.
A investigação realizada a pedido da rainha Sílvia da Suécia, alemã de nascimento, sobre os vínculos entre seu pai e o regime nazista conclui em um relatório publicado que ele pode ter sido um herói que ajudou um empresário judeu a fugir da Alemanha. A rainha anunciou há alguns meses ter solicitado um relatório sobre as atividades de seu pai, Walther Sommerlath, no Brasil e na Alemanha entre 1930 e 1940, depois de especulações sobre suas controversas relações com o regime nazista. Embora se soubesse há tempos que Sommerlath se afiliou ao Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores em 1934, quando vivia com sua família no Brasil, a rainha insistiu que ele não estava envolvido politicamente e que havia sido forçado, assim como muitos outros, a se unir ao partido para salvar sua carreira. Mas em maio deste ano, o canal privado TV4 revelou que Sommerlath havia se aproveitado do programa nazista a favor dos arianos para se apoderar de uma empresa que pertencia ao empresário judeu Efim Wechsler em 1939. Segundo um relatório de 34 páginas publicado e redigido pelo historiador sueco Erik Norberg, os arquivos indicam que Sommerlath estava fazendo um favor a Wechsler. Havia trocado parte de uma plantação de café no Brasil por sua empresa em Berlim para permitir que o empresário judeu abandonasse a Alemanha. Sommerlath saiu da Alemanha e se instalou no Brasil em 1920, aos 20 anos. Foi no Brasil que conheceu e se casou com a mãe brasileira da rainha, Alicia, cuja família era proprietária de uma grande plantação de café. Voltou com a família para a Alemanha e em 1939 tomou o controle da empresa de eletrodomésticos Wechsler em Berlim, mas logo foi pressionado para que a transformasse em uma empresa de suprimentos militares, segundo o informe de Norberg. A fábrica foi destruída em um bombardeio em 1944 e a família retornou ao Brasil em 1947.
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