domingo, 31 de julho de 2011

Conar proíbe comercial da Nova Schin com palavra inapropriada

O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) proibiu a exibição de um comercial de TV da Nova Schin, com o tema "festa junina". Isso ocorreu porque o vídeo contém palavras como "filho d'uma égua", consideradas "inapropriadas". A Schincariol informa que acatou a decisão e retirou o comercial do ar. Recentemente, o conselho recomendou a troca de atores por profissionais de aparência mais velha em uma propaganda da Skol. No vídeo, um grupo de amigos contracena com um "monstro" em um trailer em torno de uma caixa de cerveja da marca. O Conselho entendeu que, embora os atores que trabalham na peça publicitária tenham realmente 25 ou mais, como consta na documentação enviada pelos envolvidos na campanha, eles sugerem ser mais novos. Pelas normas do Conar para propagandas de bebidas alcóolicas, é aconselhável que atores que participem de campanhas publicitárias aparentem ter mais de 25 anos, já que a idéia central é evitar o estímulo ao consumo por menores de idade.
Associação de ateus quer retirar cruz de ferro de memorial do World Trade Center

O símbolo que incomoda os ateus

No sábado, dia 23 de julho, o crucifixo de mais de cinco metros - que fora encontrado nos escombros do World Trade Center, após os ataques terroristas de 2001 - foi transferido de uma igreja nas cercanias das antigas Torres Gêmeas para o Museu Memorial Nacional do 11 de Setembro, também em Nova York. A decisão enfureceu um grupo de ateus, que resolveu entrar na Justiça para a retirada do símbolo religioso, segundo informações do "New York Times".

A organização sem fins lucrativos Ateus Americanos, com base em Nova Jersey, alega que a transferência da cruz para o museu é uma violação da Constituição dos EUA e do princípio de direitos civis do país, que proibiria o uso de símbolos religiosos (no caso, cristão) em propriedades do governo, como o memorial.

A disputa sobre a cruz do WTC se tornou o último imbróglio da acalorada discussão sobre como relembrar os ataques de 11 de setembro de 2001. A menos de dois meses do aniversário de dez anos dos atentados, a briga judicial culmina também com a volta do debate sobre a construção de um centro cultural islâmico e de uma mesquita a poucos metros de distância do Marco Zero.

Marc D. Stern, membro do Comitê Judeu Americano, acredita que o processo contra a cruz é um caso díficil, pois o objeto se tornou uma peça importante da história dos atentados. Nos dias seguintes ao ataque, alguns membros das equipes de resgate e parentes de vítimas usaram a cruz de ferro, encontrada nos escombros, como um símbolo de fé e esperança.

- A cruz é uma parte importante da reação aos ataques e isso a torna uma peça secular. Mas também está muito claro que a insistência em falar dela tem um fundo religioso para muitas pessoas. Mas as duas percepções acerca do crucifixo (cristã e a secular) são corretas - disse Stern.

Ira C. Lupu, professor de Direito da universidade George Washington, disse que o processo é "plausível", mas o seu veredicto vai depender de como a cruz será disponibilizada no musem, que ainda não foi inaugurado.

David Silverman, presidente do grupo Ateus Americanos, alegou que o processo busca ou a retirada do crucifixo ou o que ele chamou de representação igualitária dentro do memorial.

- Eles podem permitir que todas as religiões disponibilizem símbolo, do mesmo tamanho e com o mesmo destaque, ou eles retiram todos os objetos. Mas eles não podem escolher quem merece ou não estar representado lá (no memorial) - disse Silverman, afirmando que se os ateus pudessem escolher algo para lhes representar, elegeriam um átomo.

A Port Authority, que é o órgão público ao qual pertence a área do museu, não quis comentar o processo, e um porta-voz do departamento de Direito de Nova York disse que não foi informado da ação. Joseph C. Daniels, presidente e chefe-executivo do memorial, disse que a cruz é claramente um símbolo significativo histórico e chamou o processo judicial de "sem mérito".

Brasil permite a “invasão” colombiana

As forças policiais da Colômbia e do Brasil poderão fazer operações em territórios alheiros, inclusive aéreas, na faixa de 150 km de fronteira, nos casos de perseguições e outras ações. É um dos acordos que serão oficializados no Plano Nacional de Fronteiras nos dias 4 e 5 de agosto. O vice-presidente Michel Temer vai à Cabeça do Cachorro, no Noroeste do Amazonas, para assinar o tratado com autoridades do país vizinho.
O maior objetivo do tratado é coibir o trânsito livre de traficantes de drogas na região, que andam e voam tranquilamente por lá.
Jobim se ligou a grupo do PMDB contra Dilma

Além de elogiar FHC e de revelar que votou no tucano José Serra, o ministro Nelson Jobim (Defesa) há algum tempo faz o que a presidenta Dilma chamou de “provocação idiota”: frequenta reuniões de um grupo de senadores do PMDB que se opõe ao governo. O sonho de Jobim é ser lançado pelo séquito à Presidência. Mas Nelson Jobim também é considerado “inconfiável” pelas novas vestais do PMDB.
Fazem parte dos “puros” do PMDB Pedro Simon (RS), Luiz Henrique (SC), Eduardo Braga (AM) e Jarbas Vasconcelos (PE), entre outros.
Boletim vermelho

Dilma concede mais bolsas, mas a situação é preocupante. Só 170 mil brasileiros concluíram o ensino superior através de bolsas do Prouni, do total de 863.778 bolsas distribuídas. Ou seja, apenas 19%.
Lula tenta convencer Dilma a acalmar PR

Diante das ameaças do PR, o ex-presidente Lula começou a atuar para tentar convencer a presidente Dilma Rousseff a procurar os "magoados" do partido e evitar que a crise no Ministério dos Transportes atinja outras legendas. Há duas semanas, Lula disse a aliados que, mesmo preocupado, não pretendia se intrometer no caso para evitar a imagem de tutor. Mas os recados enviados pela sigla, especialmente por emissários do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), o fizeram mudar de idéia. Em conversa com petistas, o ex-presidente tem defendido que Dilma procure o ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM) e o senador Blairo Maggi (PR-MT), além de acenar para o PR paulista, controlado por Valdemar Costa Neto.
Bicampeão em Xangai, Cesar Cielo recebe vaias e críticas da Federação Internacional de Natação.
Nadadores protestam na entraga da medalha ao brasileiro. Diretor executivo da Fina afirma que "bom advogado" resolve todos os casos de doping.

No dia em que se sagrou bicampeão mundial nos 50 metros livre, em Xangai, o nadador brasileiro Cesar Cielo recebeu, do diretor executivo da Federação Internacional de Natação (Fina), Cornel Marculescu, uma dura crítica dirigida ao episódio recente de doping, em que o atleta terminou absolvido. Em entrevista à AFP, Marculescu também atacou a política mundial contra o doping, que é falha.

"Hoje, com o novo código, é como ir a um tribunal civil: com bom advogado você se livra; se você tiver um advogado ruim, é punido”, declarou Marculescu.

O nadador brasileiro, que acusou positivo para furosemida (um diurético) em um exame em maio, foi autorizado pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) a participar no Mundial de Xangai, onde já ganhou duas medalhas de ouro, nos 50 metros borboleta e 50 metros livre.

O dirigente da Fina não é o único descontente com a absolvição de Cielo. A entrega da medalha pela conquista da prova dos 50 metros livre, na manhã deste sábado, foi acompanhada de vaias de parte dos nadadores, contrária à participação dele no Mundial de Xangai.

"Entendo essa reação, é normal, as pessoas se sentem frustradas", comentou Marculescu, explicando que a FINA tem a intenção de levar o caso de Cielo à Agência Mundial Antidoping. Em sua decisão, o TAS ratificou a opinião da Federação Brasileira de Natação, que se limitou a advertir Cielo, sem sancioná-lo. “Quando se está num tribunal civil, com um bom advogado e uma boa argumentação, é possível influenciar o júri. O problema é que a gama (de sanções) é muito grande”, afirmou Marculescu.

O TAS manteve a simples advertência a Cielo, de 24 anos, e a dois atletas também brasileiros, Nicolas dos Santos e Henrique Barbosa. Já Vinicius Waked, o outro envolvido, recebeu punição de um ano de suspensão, por se tratar da segunda vez em que ele não seguia o regulamento antidoping.

Segundo o Tribunal, a presença de uma pequena quantidade de furosemida, uma substância que é usada para ocultar o uso de outros produtos dopantes, foi acidental e explicada porque os nadadores tomaram um complemento alimentar com cafeína. "Não é fácil explicar às pessoas que o uso de uma mesma substância pode implicar sanções desde a simples advertência até dois anos de suspensão", afirmou Marculescu.

O chefe da FINA quer pedir à AMA, instância mais alta sobre uso de substância proibidas no mundo do esporte, uma revisão das normas antidoping revisadas há dos anos e que permitem agora que os atletas escapem das sanções se conseguem demonstrar circunstâncias atenuantes.

Para sua defesa, Cielo contratou o advogado americano Howard Jacobs, que também defendeu outros astros do esporte envolvidos em casos de doping, como a nadadora Jessica Hardy e a atleta Marion Jones. Depois do caso Cielo, a Fina anunciou que voltará a fazer exames de sangue durante o Mundial de Xangai para estabelecer um "passaporte biológico" que permita detectar variações suspeitas ao longo do tempo.

Nota à imprensa

Ministro da Agricultura rebate acusações da revista Veja

“Repudio as falsas acusações atribuídas ao ex-diretor financeiro da Conab Oscar Jucá Neto em reportagem da revista Veja, neste final de semana. É lamentável que um veículo de imprensa abra suas páginas para um homem afastado do serviço público exatamente por acusações de irregularidades levantadas por esta mesma revista.

Quanto às insinuações de ilegalidades em vendas de imóveis e pagamentos de decisões judiciais, esclareço:

1. Nenhum acordo extrajudicial foi fechado durante minha gestão à frente da Conab ou do Ministério da Agricultura com qualquer empresa privada. A única exceção foi o pagamento, à minha revelia, feito justamente pelo senhor Oscar Jucá Neto. E exatamente este caso levou-me a tomar medidas, juntamente com a Advocacia Geral da União, para bloquear o pagamento na Justiça.

2. O terreno citado na reportagem, situado no Setor de Clubes Norte e de propriedade da Conab, foi vendido em concorrência pública. A avaliação feita pela Caixa Econômica Federal estipulou o preço do imóvel em R$ 8,030 milhões. O preço arrematado em concorrência pública foi de R$ 8,1 milhões. A alegação de que o terreno foi vendido por um quarto do valor, como aponta Veja, é infundada. Além disso, diferentemente do que informa a revista, a operação de venda do terreno não foi realizada durante a minha gestão.

3. A decisão judicial que beneficia a Caramuru Alimentos transitou em julgado em abril deste ano. Os cálculos foram determinados pela Justiça e não pela Conab. Portanto, o pagamento a ser feito respeitará a determinação do juiz e não aquilo que um diretor da Conab, qualquer que seja ele, acredite ser possível fazer. Nenhuma tentativa de antecipar este pagamento chegou a meu conhecimento. E, caso isso ocorresse, não se efetivaria.

4. Todas as informações relativas aos dois processos mencionados na reportagem foram colocadas à disposição da revista, que optou por ignorar as explicações do Ministério da Agricultura.

5. Coloco-me à disposição para qualquer esclarecimento adicional sobre este caso a fim de demonstrar a transparência e lisura da minha gestão. Desde que passei a tomar medidas saneadoras e promovi mudanças administrativas, sabia do risco de desagradar pessoas e sofrer retaliações injustas. Como acontece agora. Mas isso não vai mudar minha atuação como homem de governo”.

Brasília, 30 de julho de 2011

Wagner Rossi
Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Serviço eletrônico vai avisar jovens sobre vacinação contra hepatite B

Começou a funcionar nesta semana um serviço eletrônico que vai avisar jovens em todo o país sobre o momento correto para se vacinar contra a hepatite B. De acordo com o Ministério da Saúde, os interessados devem se cadastrar no site hepatites virais para receber e-mails informando as datas de cada dose. Para que a imunização seja completa, uma segunda dose deve ser aplicada um mês após a primeira. Também é necessária uma terceira dose, seis meses após a primeira. Dessa forma, 90% dos adultos jovens ficam protegidos contra a doença.

Dilma já cogita substituir Nelson Jobim

A presidente Dilma Rousseff constrangeu o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao tratá-lo de forma protocolar durante evento oficial no Palácio do Planalto. Ela avalia a possibilidade de demiti-lo da pasta após Jobim declarar publicamente ao jornal Folha de São Paulo ter votado no tucano José Serra na eleição presidencial de 2010. Dilma ficou irritada com a declaração. Cogitou demitir Jobim, mas preferiu não fazer isso já.
No governo avalia-se que, se o ministro tivesse pedido demissão, ela teria aceito na hora. Em um evento no Planalto, Dilma tratou o auxiliar com frieza ostensiva. Não o citou no discurso, como é praxe. O cumprimento entre ambos foi protocolar.
Dilma já sabia da opção eleitoral do ministro por Serra desde o ano passado. Ainda assim, decidiu reconduzi-lo ao cargo por influência de Lula. Pesou a favor de Jobim seu reconhecimento no meio militar e seu trabalho para institucionalizar o Ministério da Defesa, criado há 12 anos.
Italianos pedem que "La Squadra Azurra" boicote Copa no Brasil

Os italianos continuam protestando contra a libertação, pelo governo brasileiro, do guerrilheiro Cesare Battisti, no inicio de junho. No começo da semana, algumas ruas da Itália apareceram cheias de cartazes (foto) pedindo que a seleção do país (Azurra) boicote a Copa de 2014, que será realizada no Brasil e estaria "manchada de sangue italiano”.
Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália, acusado de quatro assassinatos no final de 1970, quando fazia parte do grupo clandestino Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Ele vive há décadas longe do país natal. Detido no Brasil, teve sua extradição requisitada pela Justiça italiana. Antes de deixar a presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, se negou a extraditar Battisti. O assassino foi libertado em junho e, por enquanto, fixou residência no Brasil.
Pesquisa mostra que o Mundial, por enquanto, desperta sensações profundamente negativas no Brasil.

A história das Copas do Mundo ensina que receber o torneio aumenta as chances de vitória da seleção que joga em casa. Nas últimas edições, porém, esse retrospecto vem sendo contrariado - nas últimas três décadas, apenas a França, em 1998, festejou a conquista de um Mundial como país-sede. Outro benefício atribuído à realização de uma Copa é o impulso no crescimento econômico da nação que acolhe a festa. Esse efeito positivo, no entanto, também provoca controvérsia: para muitos economistas, o reforço no PIB no ano do Mundial acaba sendo pulverizado nos anos seguintes, quando os lucros colhidos com o evento desaparecem e sobram apenas as contas deixadas pelas obras monumentais exigidas pela Fifa. Existe, ainda, outro desdobramento comum de uma Copa em casa, algo que causa um impacto mais evidente e imediato, ainda que seja mais difícil de ser mensurado. Trata-se de uma injeção poderosa de confiança e orgulho nacional, que desperta na população um clima de euforia pela chance de desfilar o sucesso de seu país diante do resto do planeta. Depois do oceano de bandeiras tricolores que cobriu a Alemanha em 2006 e do rugido das vuvuzelas que uniu a África do Sul em 2010, a Copa do Mundo corre o risco de amargar seu anticlímax em 2014 - justamente num lugar fascinado pelo futebol e, segundo consta, especialista em fazer uma grande festa. Se depender das expectativas atuais da torcida, o Mundial do Brasil será uma estrepitosa decepção, talvez até um vexame internacional. Pouca gente se sente satisfeita com a Copa. Menos gente ainda está ansiosa para ver o maior evento esportivo do planeta acontecer em seu próprio país.




O primeiro evento da Copa: festa correta, mas previsível.
O sorteio das Eliminatórias reuniu os craques do futebol brasileiro, apresentou clássicos da MPB e exibiu belas paisagens. Em sua estreia, Brasil não arriscou.

Ninguém esperava nada muito diferente, mas o primeiro evento oficial da Copa do Mundo no Brasil não fugiu em nenhum momento do previsível. Na cerimônia, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, a organização apostou em escolhas seguras: levou ao palco grandes craques do passado e presente, apresentou clássicos da MPB conhecidos no exterior e exibiu fartas sequências de vídeos das paisagens naturais do país. O resultado: uma festa correta, mas monótona, em função da falta de qualquer elemento que surpreendesse ou chamasse atenção. Por se tratar de uma atração mostrada ao vivo para o mundo todo, era uma decisão esperada. O ponto mais positivo foi mesmo a competência técnica do evento, realizado dentro dos padrões que a Fifa costuma exigir de tudo o que se refere à Copa do Mundo.

A cerimônia começou com pontualidade impecável - algo indispensável numa transmissão televisiva que se espalhava por 200 países. Depois de uma breve abertura mostrando cenas do Rio de Janeiro, os apresentadores Tadeu Schmidt e Fernanda Lima apresentaram o presidente da Fifa, Joseph Blatter, que misturou um português espanholado com um inglês com sotaque alemão em seu discurso. "O Brasil tem um lugar especial no mundo do futebol", disse Blatter. "A última Copa no Brasil aconteceu há 61 anos. É bom estar de volta aqui." Meses depois das críticas de Blatter aos atrasos nas obras, desta vez o dirigente afirmou: "A Fifa confia no Brasil". De terninho preto com detalhes em branco, a presidente Dilma Rousseff subiu ao palco em seguida.

"Hoje o Brasil é admirado por muito mais que seu futebol, sua música e suas festas populares. Vocês encontrarão um país muito preparado para receber a Copa do Mundo." O sorteio para valer, que começou com seis minutos de atraso, foi comandado pelo secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke - que, assim como Blatter, manifestou confiança no sucesso da organização da Copa -, e teve início com o cruzamento das confederações que farão a repescagem - América do Sul contra Ásia e Oceania contra América do Norte e Central. Na sequência, os jogadores e ex-jogadores convidados para sortear as bolinhas - sempre em duplas, formadas por um veterano já aposentado e um jovem valor do futebol brasileiro - ajudaram Valcke a formar os grupos das Eliminatórias.

Cafu e Neymar deram início à série, sorteando os grupos da África. Zico e Cafu foram os responsáveis pela montagem das chaves asiáticas. Bebeto e Lucas Piazon sortearam as seleções da América do Norte, América Central e Caribe. Mario Jorge Lobo Zagallo, que completa 80 anos no mês que vem, fez dupla com Felipe Bastos, de apenas 21 anos, no sorteio da Oceania. Os grupos mais aguardados, da zona europeia, foram definidos por Ronaldo e Paulo Henrique Ganso. Nos intervalos entre os sorteios de cada região, a cerimônia teve shows de Ivan Lins em parceria com Ana Carolina, Daniel Jobim e Orquestra Sinfônica de Heliópolis com Ivete Sangalo.
Escândalo nos Transportes

Para evitar paralisação do Dnit, Dilma muda regras.
Conselho Administrativo do órgão poderá designar substitutos temporários a diretores demitidos em meio a crise de corrupção no Ministério dos Transportes.

Diante das demissões em série no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a presidente Dilma Rousseff assinou um decreto para permitir que o Conselho Administrativo do órgão possa designar substitutos, em caráter transitório. Assim, o governo tenta evitar a paralisão total do Dnit até que os indicados para compor a diretoria sejam indicados por Dilma, sabatinados pelo Senado Federal, aprovados em plenário e nomeados.

“A medida se justifica tendo em vista a situação atípica da Diretoria do Dnit, em função do afastamento e pedidos de demissão dos diretores, e para assegurar as condições que possam evitar a paralisação das atividades de gestão do órgão”, informou o Ministério dos Transportes.

Dos sete diretores do Dnit, apenas um resistiu às denúncias e continua no cargo: Jony Marcos Lopes, de Planejamento e Pesquisa. Como o departamento toma suas mais importantes decisões por meio de uma diretoria colegiada, o órgão ficou impedido de deliberar - o quórum mínimo exigido pelo regimento interno é de quatro diretores.

Sem diretores, as funções do colegiado foram repassadas ao Conselho Administrativo, composto por seis representantes. Entre eles, funcionários do próprio Dnit e dos ministérios dos Transportes, Planejamento e Fazenda. Na ausência dos servidores do Dnit, agora o conselho está autorizado a nomear interinos.
Privatização de aeroportos no fim do ano

O ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC) Wagner Bittencourt anunciou, durante o balanço do PAC 2, que o leilão de concessão para a iniciativa privada dos aeroportos de Brasília e os paulistas de Cumbica e Viracopos será em 22 de dezembro. “O governo está exatamente em dia com o cronograma”, assegurou.
A pasta de Bittencourt foi criada em março pela presidente Dilma Rousseff com o intuito de dar um ritmo mais veloz às obras de ampliação dos aeroportos brasileiros — que já estão saturados em sua grande maioria. Ele destacou que a secretaria agora está na fase de estudos, que será terminada em setembro. Entre outubro e dezembro, ocorrerão as consultas públicas e o leilão. A previsão do ministro é que o contrato de concessão seja assinado em fevereiro.
Corrupção

Irmão de Romero Jucá denuncia esquema de corrupção no Ministério da Agricultura
Em VEJA desta semana, Oscar Jucá Neto diz a pasta de Wagner Rossi foi loteada por PMDB e PTB com o objetivo de arrecadar dinheiro ilegal

A edição de VEJA que chega às bancas levanta indícios de que mais um esquema de desvio de recursos e dilapidação do patrimônio público corroi o Planalto. Desta vez, os escândalos envolvem o Ministério da Agricultura, tendo a Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, como posto avançado, e o ministro Wagner Rossi, do PMDB, como virtual comandante do esquema.

O esquema de corrupção foi denunciado por Oscar Jucá Neto, o Jucazinho, irmão do senador Romero Jucá, líder do governo no Senado. Jucazinho foi exonerado na semana passada do cargo de diretor financeiro da Conab. A demissão aconteceu depois de VEJA revelar que ele havia autorizado um pagamento de 8 milhões de reais a uma empresa-fantasma que já foi ligada à sua família e que hoje tem como “sócios” um pedreiro e um vendedor de carros - laranjas dos verdadeiros donos, evidentemente.

Jucazinho decidiu contar o que sabe porque atribuiu sua saída a uma armação de peemedebistas contra seu irmão - e também porque se sentiu humilhado com a exoneração. O caso azedou as relações entre o senador Jucá e o vice-presidente, Michel Temer, padrinho do ministro Wagner Rossi. Os dois trocaram ameaças e xingamentos por telefone.

Em entrevista a VEJA, Jucazinho contou que existe um consórcio entre o PMDB e o PTB para controlar a estrutura do Ministério da Agricultura com o objetivo de arrecadar dinheiro. Suas informações incluem dois casos concretos de negócios nebulosos envolvendo a Conab. Em um deles, a estatal estaria protelando o repasse de 14,9 milhões de reais à gigante do mercado agrícola Caramuru Alimentos. O pagamento foi determinado pela Justiça e se refere a dívidas contratuais reclamadas há quase vinte anos. O motivo da demora: representantes da Conab negociam um “acerto” para aumentar o montante a ser pago para 20 milhões de reais. Desse total, 5 milhões seriam repassados por fora a autoridades do ministério.

O segundo caso envolve a venda, em janeiro deste ano, de um terreno da Conab numa das regiões mais valorizadas de Brasília, distante menos de 2 quilômetros do Congresso e do Palácio do Planalto. Apesar de ser uma área cobiçada, uma pequena empresa da cidade apareceu no leilão e adquiriu o imóvel pelo preço mínimo: 8 milhões de reais – um quarto do valor estimado de mercado. O comprador, Hanna Massouh, é amigo e vizinho do senador Gim Argello do PTB, mandachuva do partido e influente na Conab.

Nas mais de seis horas de entrevista, que pode ser lida na edição de VEJA desta semana, Oscar Jucá Neto não poupa seus antigos companheiros de ministério. Diz que o ministro Wagner Rossi lhe ofereceu dinheiro quando sua situação ficou insustentável. “Era para eu ficar quieto”, afirma. “Ali só tem bandido.”

sábado, 30 de julho de 2011

Vanuza Sampaio: “Fui ameaçada de morte”
A advogada relata as intimidações sofridas depois de denunciar os assessores da ANP que a achacaram e diziam arrecadar para o PCdoB

A advogada Vanuza Sampaio respira medo. Desde a semana passada, quando ÉPOCA revelou o vídeo da corrupção gravado por ela com assessores da ANP, Vanuza não fala ao telefone, evita sair à rua e só anda de carro blindado. Ela, como experiente advogada junto à ANP, sabe que a máfia dos combustíveis não brinca. ÉPOCA conseguiu localizá-la na última quarta-feira. Num ato corajoso, Vanuza aceitou falar à reportagem confirmando o que já narrou ao Ministério Público e à Polícia Federal. A entrevista foi gravada. Nela, além de contar as ameaças que recebeu, Vanuza afirmou que os assessores da ANP a informaram que o dinheiro cobrado por eles iria para o PCdoB. A seguir, trechos da entrevista.

ÉPOCA Quando começaram seus problemas na ANP?
Vanuza Sampaio –
Quando Edson Silva (dirigente do PCdoB e ex-deputado federal) assumiu a Superintendência de Abastecimento. Sou a advogada com maior número de processos na ANP, e muitos passam pela área de Abastecimento, a mais importante da agência. Ele (Edson Silva) mandou me chamar assim que assumiu. E me comunicou: “Eu sei que você tem muitos processos aqui. Temos de trabalhar de forma harmônica”. Respondi a ele que sempre agi com lisura e respeito a meus clientes. Cobro de acordo com a dificuldade do processo. Se o processo for trabalhoso, cobro mais. Se for fácil, cobro menos. Deixei claro que não faria nenhum tipo de parceria.

ÉPOCA Qual foi a reação dele?
Vanuza –
Não mencionou valores nem avançou o sinal. Mas, em seguida, começou a criar todas as dificuldades do mundo para meus clientes. Chegaram a assediar alguns deles, dizendo que, como haviam me contratado, os processos deles não iriam andar na ANP. Meus clientes ficaram preocupados e disseram que eu tinha de fazer parceria com o Edson. Eu me recusei.

ÉPOCA Por quê?
Vanuza –
Seria errado. Quando virei advogada, fiz um juramento defendendo cumprir a lei. Iria começar a extorquir meus clientes? Jamais! Além disso, seria estupidez. Tenho cerca de 3 mil processos na ANP. Se começasse a agir assim em tantos casos, alguém logo ficaria sabendo. Todos nós sabemos como funcionam as coisas no Brasil. Então, minhas conversas com meus clientes sempre foram claras. Sempre disse que eu não poderia oferecer dinheiro em nome deles. E nunca iria extorquir quem me procura. Posso dizer para o cliente: “Olha, esse cara tem abertura e pode resolver”. Mas aí eu não me meto e saio do negócio. Não tenho coragem nem estômago.

ÉPOCA Que tipo de parceria Edson Silva queria fazer?
Vanuza –
Uma coisa louca. Queria que eu passasse metade dos meus negócios para ele, que fosse sócia dele. Queria até ditar regra de quanto cobrar.

ÉPOCA Ele fez essa proposta?
Vanuza – Não, aí que entram o Antonio e o estagiário (Antonio José Moreira e Daniel de Carvalho Lima, os dois homens que aparecem no vídeo) . No meio dessa confusão, eles me procuraram e me orientaram a transferir metade – metade! – dos meus clientes a um advogado de São Paulo ligado a eles. Assim, a ANP não pegaria mais no meu pé. Um absurdo. Disse a eles que queria ouvir da boca do Edson que ele poderia ter qualquer negócio comigo. Disse: “Se ele (Edson) falar que vocês são intermediários dele, eu fecho com vocês. Mas quero ouvir da boca dele”. Eu queria ter certeza de que os dois não estavam apenas usando o nome do Edson.

ÉPOCA Quando a senhora teve certeza?
Vanuza –
Logo depois, os dois me levaram ao encontro do Edson, num café de uma livraria que fica na Avenida Rio Branco (centro do Rio) . O Edson não falou em dinheiro, mas avalizou o nome deles. O Edson disse: “O Antonio (então assessor da ANP) é meu amigo e fala por mim”. Foi aí que percebi que não havia jeito, que era preciso fazer alguma coisa ou eles tomariam todos os meus clientes. Não aguentava mais.

ÉPOCA O que a senhora fez?
Vanuza –
Procurei o Ministério Público e a Polícia Federal. Fui orientada a gravar um flagrante. Um agente da PF instalou o equipamento para gravar a conversa com os dois em meu escritório. Gravei e entreguei o vídeo ao MP. Contei tudo o que sabia em detalhes. Está tudo no meu depoimento.

ÉPOCA No vídeo, os dois falam que o dinheiro seria dividido. Mas há trechos de difícil compreensão. Eles disseram para quem iria o dinheiro?
Vanuza –
Eles explicaram como funcionava (o esquema) . Disseram que todos os cargos do PCdoB precisam levantar dinheiro, que tem de ser para o partido, que tem de ter divisão...

ÉPOCA Disseram se o dinheiro era para campanha?
Vanuza –
Não chegaram a falar de campanha nem citaram nomes. Mas não deu tempo de aprofundar.

ÉPOCA Por que não?
Vanuza –
Pretendia ter um segundo encontro com eles, levantar mais provas para as autoridades. Mas, logo depois que entreguei o vídeo e as provas que eu tinha ao MP, o agente da PF que ajudou na gravação, não sei por qual motivo, comunicou tudo à direção da ANP. Isso inviabilizou tudo. Os dois (Moreira e Daniel de Carvalho) acabaram saindo da agência. O Edson foi tirado da Superintendência, mas virou assessor do diretor-geral logo depois.

ÉPOCA A senhora sofreu retaliações?
Vanuza –
Logo depois que minhas denúncias vazaram para a direção da ANP, recebi ameaças de morte. Fui abordada por um homem na saída do meu escritório, no centro do Rio. Eu estava a caminho do estacionamento. Ele agarrou meu braço e começou a andar comigo até meu carro. Achei que fosse um assalto. Ele disse que era muito perigoso falar com a polícia e o Ministério Público. Ele falou: “A senhora sabe que tem policial que salva e policial que mata, não é? É melhor a senhora parar de falar”. Fiquei apavorada. Mudei de casa, contratei seguranças, comecei a andar de carro blindado. Passei a ter medo o tempo inteiro. Minha vida quase acabou.

ÉPOCA A senhora tem ideia de quem foi o mandante dessas ameaças?
Vanuza –
Não, não tenho. Só posso suspeitar. Mas seria leviano falar. Na verdade, tenho medo até hoje. Não custa nada mandarem me matar.

ÉPOCA A senhora está disposta a confirmar essas informações às autoridades?
Vanuza –
Eu já disse tudo isso ao MP e à PF. O que mais posso fazer? Tentei fazer a coisa certa, mas só me prejudiquei com esse caso. Desde que vocês (ÉPOCA) saíram com essa reportagem, estou sofrendo por todos os lados. Recebo muitos recados ameaçadores. Não falam em fazer faxina no país? Agora cabe ao MP e ao governo fazer a parte deles. O que fizeram até agora? Mas não quero aparecer em CPI, ser usada pela imprensa, como aquele caseiro. Não suportaria.
O dinheiro era para o partido
A advogada que gravou o vídeo da corrupção na ANP afirma a ÉPOCA que a propina exigida na gravação acabaria nos cofres do PCdoB – cujos dirigentes comandam com mão de ferro a agência

O comunista Haroldo Lima não detém conhecimentos técnicos sobre petróleo, mas sabe tudo de política. Aos 71 anos, o atual diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) já fez muito pela esquerda. Militou no movimento estudantil, fundou a organização Ação Popular, a AP, na qual combateu a ditadura militar, e, há 39 anos, apaixonou-se pelo PCdoB. É um dos mais antigos e dedicados quadros do partido, pelo qual cumpriu cinco mandatos como deputado federal. Num deles, elegeu-se com o mote “botando para quebrar”. A exemplo de tantos outros políticos de sua geração, sacrificou-se pelos ideais da esquerda, mas capitulou aos encantos da direita. Em 2003, em reconhecimento a seus serviços, o então presidente Lula nomeou Haroldo para uma diretoria na ANP.

Desde então, Haroldo socializou cargos e contratos entre os camaradas do PCdoB. Fora, assegurou – com muito custo – o próspero acúmulo de capital dos grandes empresários do setor petrolífero. Essa ambiguidade de papéis, subproduto do aparelhamento partidário do Estado brasileiro, não poderia dar certo. Conforme revelou ÉPOCA na capa de sua última edição, viraram regra a cobrança de propina e os achaques a empresários que precisam das canetadas dos burocratas da ANP. A reportagem trouxe a público evidências fortes da corrupção na ANP, como cheques, e-mails, relatos de empresários extorquidos – e até um vídeo em que uma advogada que atua no ramo é achacada por dois assessores da ANP. Todo o material integra uma investigação sigilosa, iniciada pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.

No vídeo, gravado em maio de 2008, Antonio José Moreira, então procurador da ANP, e Daniel de Carvalho Lima, estagiário da agência, cobram R$ 40 mil da advogada Vanuza Sampaio para liberar o registro de um cliente dela, a distribuidora de combustíveis Petromarte. Ambos dizem falar em nome do dirigente do PCdoB Edson Silva, então superintendente de Abastecimento e hoje assessor de Haroldo Lima. Os dois assessores da ANP dizem no vídeo que o valor de R$ 40 mil foi estipulado por Edson Silva e que ele receberia R$ 25 mil do total.

Assim que a reportagem foi publicada, a direção da ANP, em vez de determinar a investigação dos fatos, esforçou-se por tentar desqualificar o caso. A ANP chegou a anunciar que a advogada Vanuza foi interpelada judicialmente – e que ela teria negado qualquer acusação contra o comunista Edson Silva. Não é verdade. “Fui interpelada em razão de uma matéria que saiu na imprensa contra o senhor Edson Silva. Apenas neguei que fosse fonte da referida matéria. Nunca voltei atrás em nada”, disse a advogada Vanuza. Ela, diante da repercussão do caso, aceitou falar a ÉPOCA na semana passada. Vanuza esclareceu, sobretudo, o que já se suspeitava: os dois assessores da ANP disseram a ela que o dinheiro cobrado iria para o caixa do PCdoB.

Não é por acaso que a ANP reagiu agressivamente às acusações: até a máquina publicitária da agência tem muitas afinidades com Haroldo Lima – e depende dele. A Leiaute Propaganda, agência baiana contratada pelo baiano Haroldo Lima para comandar a publicidade da ANP, tem entre seus sócios amigos e camaradas do próprio Haroldo Lima. Sidônio Palmeira e Liani Sena, dois dos donos da Leiaute, são filiados ao PCdoB, segundo registros do Tribunal Superior Eleitoral. Antônio do Carmo, até há pouco tempo diretor da Leiaute, integrou o PCdoB por 18 anos. Os laços entre Sidônio Palmeira e Haroldo Lima são antigos: eles militaram juntos no movimento estudantil da Bahia. Hoje, a ANP do comunista Haroldo Lima gasta R$ 7,7 milhões anuais com a empresa de Sidônio. A mesma Leiaute prestou serviços nas últimas campanhas eleitorais do petista Jaques Wagner ao governo da Bahia, disputadas com o apoio do PCdoB. (Hoje, a Leiaute também detém as contas publicitárias do governo da Bahia.)

Uma das sócias da Leiaute, Liani Sena, disse que nem ela nem Sidônio Palmeira são ou já foram filiados ao PCdoB, apesar das evidências em contrário. Ela afirmou ainda que o contrato da agência com a ANP obedece a todas as exigências da lei. “Foi um processo de licitação legal do governo federal”, disse. Procurada, a ANP, em resposta a perguntas enviadas pela reportagem de ÉPOCA, disse que o contrato com a Leiaute foi “auditado pelos órgãos de controle externo, que nunca registraram qualquer irregularidade na sua execução”.


Ministério Público denuncia fraudes no Natal Luz de Gramado na serra gaúcha

Ministério Público denunciou 34 pessoas por crime de formação de quadrilha e desvio de dinheiro do Natal Luz de Gramado.

Há mais de um ano o promotor Antonio Képes investiga as contas do Natal Luz. A oposição, que não vence eleições há 16 anos na cidade, tem dado total apoio ao promotor. Há apenas dois meses, ele tentou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o prefeito Nestor Tissot, que foi repelido. A prefeitura abriu guerra com o MPE e contratou o criminalista Amadeu Weinmann. O Natal Luz é evento público, mas quem toca são empreendedores privados, responsáveis pelas despesas e pela receita, algo como R$ 18 milhões anuais para cada conta. O evento tem formato parecido com o atual Estação Gramado, promovido pela RBS, mas neste caso não existe subvenção pública alguma.

Segundo o promotor de Justiça Adrio Gelatti, 34 pessoas estariam envolvidas no desvio de cerca de R$ 8 milhões do evento entre 2007 e 2010. O grupo que organizava, geria e captava recursos para o Natal Luz estaria determinando a contratação de serviços das empresas das quais eram sócios. Essas pessoas seriam nomeadas pelo prefeito para trabalharem no evento, portanto, atuariam na condição de servidor público.

O promotor Adrio Gelatti espera que a investigação não comprometa a realização do evento este ano. "O objetivo do Ministério Público é que o Natal Luz tenha sustentabilidade", destaca, ressaltando que o evento se encontra na situação em que os atuais gerenciadores estão ameaçando tirar a tradicional festa de Gramado.

O Ministério Público está estudando o ingresso de ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra os envolvidos, incluindo o atual prefeito de Gramado, Nestor Tissot. Segundo Gelatti, ele teria aplicado R$ 500 mil no Natal Luz sem autorização legal.


PP gaúcho perde muito com ataques do Ministério Público a fraudes no Natal Luz.
É um desastre político e eleitoral para o PP, a ação empreendida pela Polícia e Brigada, a mando do Ministério Público Estadual em Gramado.
Entre os 34 acusados pelo promotor, estão o prefeito Nestor Tissot, o ex-prefeito Pedro Bertolucci e o empreendedor privado do Natal Luz, Luciano Peccin. São todos do PP. Aliás, Pedro Bertolucci é o atual presidente do PP do Rio Grande do Sul.


PS: A prefeitura de Gramado analisa a hipótese de cancelar a edição deste ano do Natal Luz.


Vídeo: exclusividade da RBS na cobertura das ações de busca e apreensão em oito locais de Gramado, como também na divulgação de trechos de telefones grampeados.

Nova Política Industrial

Será na terça-feira - 2 de agosto, 11horas, o anúncio da chamada nova política industrial brasileira, desenhada desde o início do ano no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
O anúncio ocorrerá no Palácio do Planalto.
A presidente Dilma Rousseff tem conversado muito sobre o assunto com os empresários, mas parece ter esquecido de conversar com os trabalhadores.
As centrais sindicais foram convidadas para conversar [ "tomar conhecimento" da nova política industrial] com a Presidenta Dilma Roussef na própria terça-feira - 2 de agosto, duas horas antes do anúncio da nova política.
Em nota oficial os presidentes de cinco das seis centrais avisaram que não falarão com a presidenta.
  • Antonio Neto (presidente da CGTB)
  • José Calixto (presidente da NCST)
  • Paulo Pereira da Silva, Paulinho (presidente da Força Sindical)
  • Ricardo Patah (presidente da UGT)
  • Wagner Gomes (presidente da CTB)
A CUT, entidade sindical chapa branca aparelhada pelo PT, é governo.
Nota oficial: Centrais não aceitam convite de Dilma para anúncio de política industrial

As centrais sindicais foram surpreendidas hoje por um convite do Ministro Fernando Pimentel, do MDIC, para reunião terça feira, em Brasília, às 8h30 da manhã, para tomarem conhecimento da nova política industrial que será anunciada duas horas e meia depois, às 11 horas, pela Presidenta Dilma.

As centrais há meses estão discutindo essa questão com as entidades empresariais e alertando o Governo para a necessidade de medidas duras para conter o avanço dos produtos industriais importados, o câmbio desfavorável para as exportações e a produção interna, assim como a questão do chamado “Custo Brasil”, baseado principalmente em energia cara, elevadíssima carga tributária e ausência de incentivos para estimular o emprego e a produção interna.

Produtos fabricados na Ásia, principalmente na China, com estímulos fiscais e uso de mão de obra barata, invadem nosso país, sem qualquer política de enfrentamento comercial. Nos setores do aço, dos calçados, têxteis, confecções, eletrônicos, brinquedos, entre outros, os empresários brasileiros não conseguem competir, pela falta de incentivos locais para se contrapor aos incentivos concedidos à produção principalmente pelo mercado asiático.

Só no mês passado 58.000 empregos foram perdidos na indústria brasileira, segundo o Dieese. Empresários brasileiros da área de calçados, têxteis e até da fabricação de ônibus estão transferindo suas fábricas para a Ásia, gerando empregos lá, e não aqui.

Diante deste quadro, não nos parece adequado que as centrais sindicais e os empresários sejam chamadas agora, de surpresa, apenas para tomar conhecimento e aplaudir medidas que desconhecem.

As centrais sindicais deixam claro, que sempre estarão prontas para conversar com o Governo e apelam à Presidenta Dilma para que o diálogo necessário se torne uma prática constante com as centrais sindicais, especialmente quando se tratar de decisões que afetem o emprego e a sobrevivência da indústria nacional. Por isso anunciamos que não estaremos nessa reunião convocada.
Centrais sindicais não aceitam convite de Dilma para anúncio de política industrial

As centrais sindicais foram surpreendidas hoje por um convite do Ministro Fernando Pimentel, do MDIC, para reunião terça feira, em Brasília, às 8h30 da manhã, para tomarem conhecimento da nova política industrial que será anunciada duas horas e meia depois, às 11 horas, pela Presidenta Dilma.
As centrais há meses estão discutindo essa questão com as entidades empresariais e alertando o Governo para a necessidade de medidas duras para conter o avanço dos produtos industriais importados, o câmbio desfavorável para as exportações e a produção interna, assim como a questão do chamado “Custo Brasil”, baseado principalmente em energia cara, elevadíssima carga tributária e ausência de incentivos para estimular o emprego e a produção interna.

Produtos fabricados na Ásia, principalmente na China, com estímulos fiscais e uso de mão de obra barata, invadem nosso país, sem qualquer política de enfrentamento comercial. Nos setores do aço, dos calçados, têxteis, confecções, eletrônicos, brinquedos, entre outros, os empresários brasileiros não conseguem competir, pela falta de incentivos locais para se contrapor aos incentivos concedidos à produção principalmente pelo mercado asiático.
Só no mês passado 58.000 empregos foram perdidos na indústria brasileira, segundo o Dieese. Empresários brasileiros da área de calçados, têxteis e até da fabricação de ônibus estão transferindo suas fábricas para a Ásia, gerando empregos lá, e não aqui.

Diante deste quadro, não nos parece adequado que as centrais sindicais e os empresários sejam chamadas agora, de surpresa, apenas para tomar conhecimento e aplaudir medidas que desconhecem.

As centrais sindicais deixam claro, que sempre estarão prontas para conversar com o Governo e apelam à Presidenta Dilma para que o diálogo necessário se torne uma prática constante com as centrais sindicais, especialmente quando se tratar de decisões que afetem o emprego e a sobrevivência da indústria nacional. Por isso anunciamos que não estaremos nessa reunião convocada.

São Paulo, 29 de julho de 2011

Antonio Neto (presidente da CGTB)
José Calixto (presidente da NCST)
Paulo Pereira da Silva, Paulinho (presidente da Força Sindical)]
Ricardo Patah (presidente da UGT)
Wagner Gomes (presidente da CTB)

Senado americano veta plano para aumento do teto da dívida

O Senado norte-americano, controlado pelo governista Partido Democrata, derrubou na noite de sexta-feira - 29 de julho - um projeto de lei aprovado mais cedo pela Câmara dos Representantes para reduzir o déficit orçamentário e elevar o teto da dívida do governo dos Estados Unidos. O projeto foi barrado por 59 votos a 41. A rejeição dos senadores já era esperada.
Os líderes democratas planejam realizar procedimentos iniciais de votação do plano do Reid na passagem do sábado(30) para o domingo(31), às 2h da manhã (de Brasília), de acordo com o senador democrata Charles Schumer. Se a votação for bem sucedida, os primeiros procedimentos da votação final poderão ocorrer na terça-feira, dia 2 de agosto, o prazo final para o aumento do limite da dívida.
Novo relatório sobre a queda do voo 447 da Air France

Vídeo: Escritório de Investigações e Análises (BEA, sigla em francês), concluiu que os pilotos da aeronave cometeram uma série de erros.


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Ministério da Justiça interfere em estreia de filme
Acusado de incitar a pedofilia, longa sérvio fica sem classificação indicativa e está suspenso em todo o país.

Atendendo à Procuradoria da República em Minas Gerais, o Ministério da Justiça (MJ) suspendeu os trâmites para dar ao polêmico longa-metragem "A Serbian film — Terror sem limites", vetado no Rio de Janeiro há uma semana, uma classificação indicativa definitiva.
O órgão informou que "o ato declaratório de classificação" dependerá da posição da Consultoria Jurídica do ministério sobre a acusação de incitação à pedofilia feita pelo DEM e sobre a investigação realizada pelo Ministério Público Federal de Minas Gerais.
Assim, o primeiro filme do diretor sérvio Srdjan Spasojevic — que conta a história de um ator pornô submetido a uma série de atrocidades sexuais como necrofilia, incesto e estupro de menores — fica proibido em todo o Brasil já que, para evitar multas, as salas de cinema são instruídas a exigir das obras suas classificações indicativas.
No inquérito civil público encaminhado ao ministério em 22 de julho o procurador Fernando Martins listou 19 razões para o Ministério da Justiça vetar "A Serbian film" em território nacional.
Entre elas, diz que a obra trata "da indústria pornográfica e de um dos seus subgêneros mais undergrounds, os ‘Snuff Movies’", que "tal sub-gênero compõe-se de filmes extremistas que introduzem o lado mais negro da alma humana, usando fetiches e crimes reais como atrativos", que "o referido filme contém até mesmo cenas em que se simulam atos sexuais com criança e com recém-nascido" e que ele "causou mal-estar onde foi exibido".
Hospitais psiquiátricos terão auditoria

O governo federal vai iniciar uma auditoria em 201 hospitais psiquiátricos, em 23 estados, que prestam atendimento pelo Sistema Único de Saúde. A medida foi anunciada depois de o Ministério Público Federal em São Paulo decidir investigar o grande número de mortes de pacientes internados em hospitais psiquiátricos paulistas e ter pedido informações ao Ministério da Saúde. O ministério informou que, desde abril, vem investigando denúncias de mortes e concentração de pacientes no Hospital Vera Cruz, em Sorocaba (SP), e outros seis unidades psiquiátricas da região. A investigação está na fase final, conforme a pasta. Na vistoria nacional, os técnicos vão avaliar a estrutura física dos hospitais, a relação dos profissionais com os internados e a eficácia do tratamento dos pacientes. O trabalho será coordenado pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS, que terá 60 dias para apresentar os resultados a partir de 1º de setembro.

EL País: Serra acredita que Lula vai disputar a presidência em 2014

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JOSÉ SERRA

O ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou, em entrevista ao jornal espanhol El País, divulgada na edição de quinta-feira - 28 de julho, que o problema da corrupção no Brasil "nunca foi tão sério" e que a chance do ex-presidente Lula disputar a sucessão presidencial em 2014 "é muito alta". Para Serra, Lula nunca deixou de estar em campanha e algumas de suas declarações contra a oposição são "retórica eleitoral". A respeito da 'faxina' que a presidenta Dilma Rousseff vem promovendo no Ministério dos Transportes, o tucano reconhece que a ação foi correta, mas considera que a petista atuou estimulada pela imprensa nacional, e não pela convicção de se promover uma limpeza na administração federal.

Presidente Humala é vaiado na posse

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OLLANTA HUMALA AFIRMOU RESPEITAR LIBERDADE DE EXPRESSÃO

O novo presidente do Peru, Ollanta Humala, foi vaiado por partidários da oposição durante cerimônia de posse no Congresso, após mencionar a Constituição de 1979, que foi substituída em 1993 no mandato de Alberto Fujimori. No discurso, Humala afirmou que respeitará a liberdade de expressão e os princípios da antiga Constituição do país. "Lutarei incansavelmente para conseguir a inclusão social dos mais pobres", declarou o presidente. Sob vaias dos fujimoristas, os vice-presidentes Marisol Espinoza e Omar Chehade realizaram também seus juramentos. O evento teve a participação de 15 presidentes da América Latina e pelo menos cem delegações de outros países, incluindo a presidente Dilma Rousseff.

Dilma usa "dossiê saiba tudo" em iPad

A presidente Dilma Rousseff acabou de estrear em Lima, onde acompanhou a posse do novo presidente peruano Ollanta Humala, o uso do iPad como ferramenta para se preparar para visitas internacionais e reuniões bilaterais.
A presidenta iniciou o uso do "dossiê saiba tudo" eletrônico. O recurso, que foi criado para uso no iPad, contém todas as informações necessárias a respeito do presidente do país que visita. Além disso, no documento, Dilma acessa também informações sobre acordos bilaterais em negociação ou já fechados entre o Brasil e o país visitado. Com um clique, a informação pode ser aprofundada.
A ferramenta foi preparada pelo Itamaraty, ante a demanda da presidente por detalhes e dados complementares.
O formato substitui o dossiê de papel. Até o governo do ex-presidente Lula, o dossiê era impresso e contava com várias folhas de informações.
Brasil é campeão em depressão

Segundo estudo da Organização Mundial de Saúde, publicado nesta semana pela revista científica BMC Medicine, o Brasil foi apontado como o local onde há mais pessoas com depressão. O episódio depressivo maior (MDE, na sigla em inglês) tem ligação com as condições sociais em algumas das 18 nações avaliadas. Os países foram divididos em dois grupos: alta renda (Bélgica, França, Alemanha, Israel, Itália, Japão, Holanda, Nova Zelândia, Espanha e Estados Unidos) e baixa e média renda (Brasil, Colômbia, Índia, China, Líbano, México, África do Sul e Ucrânia). Nos dez países de alta renda, 14,6% das pessoas, em média, já tiveram MDE. Nos oito países de baixa ou média renda, 11,1% da população teve episódio alguma vez na vida. A maior quantidade nos últimos 12 meses foi registrada no Brasil, com 10,4%. A menor foi a do Japão, país do “harakiri”, com 2,2%. O trabalho faz parte da Pesquisa Mundial sobre Saúde Mental, iniciativa da OMS, que integra e analisa pesquisas epidemiológicas sobre abuso de substâncias e distúrbios mentais e comportamentais. O estudo é coordenado pela Universidade de Harvard, nos EUA.
Lula é “O Cara” dos banqueiros em Nova York

O bolso do ex-presidente Lula se enche de dólares a cada “palestra”. O BTG Pactual o contratou para conferência dias 5 e 6 de outubro no Hotel Waldorf Astoria, em Manhattan, Nova York, a meca do capitalismo mundial. Lula vai falar para banqueiros e especuladores dos cinco continentes.
Além de Lula, o ex-presidente da Colômbia Alvaro Uribe dividirá as atenções com a lábia do “Cara”. Na plateia, muitos banqueiros do Brasil.
O BTG vai fechar parte do Waldorf Astoria, o mais luxuoso de Nova York, para receber seus convidados. Uma diária não sai por menos de US$1,1 mil.
O dono do BTG Pactual é o jovem banqueiro brasileiro André Esteves, que levará Lula em seu jatinho Gulfstream G450 para Nova York.
Entenda o impasse em torno da dívida americana

Há meses a Casa Branca e o Congresso estão envolvidos em negociações para chegar a um acordo que permita elevar o teto da dívida pública dos EUA e, assim, evitar o risco de calote.

Nas últimas semanas, o presidente Barack Obama e líderes dos dois partidos – Democrata e Republicano – vêm se reunindo quase diariamente, mas ainda não conseguiram solucionar o impasse.

O governo diz que, caso não haja acordo até a próxima quarta-feira, os Estados Unidos terão de, pela primeira vez, deixar de cumprir seus compromissos financeiros. Analistas, no entanto, apostam em uma solução antes disso.

Veja detalhes sobre os principais pontos da discussão.

Qual o motivo da negociação?

O governo americano precisa que o Congresso autorize uma elevação do teto de endividamento público para poder continuar cumprindo seus compromissos financeiros.

Os Estados Unidos atingiram seu limite legal de endividamento público – de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,3 trilhões) – no último dia 16 de maio.

Na ocasião, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, anunciou medidas temporárias, como a suspensão de investimentos em fundos de pensão públicos, para evitar que a dívida ultrapasse esse limite.

No entanto, segundo o governo, essas medidas temporárias só terão efeito até 2 de agosto. A partir dessa data, caso o teto não seja elevado, o governo não terá mais dinheiro e precisará parar de pagar algumas obrigações financeiras.

Esta é a primeira vez que Casa Branca e Congresso precisam negociar uma elevação do teto da dívida?

Não. A renegociação do teto da dívida é comum no país e é realizada periodicamente.

Ao contrário de outros países, onde o endividamento aumenta automaticamente à medida que os gastos superam a arrecadação, a legislação americana estabelece desde 1917 um limite legal de endividamento público.

Na época, o teto era de US$ 11,5 bilhões, mas englobava diferentes categorias de empréstimo com diferentes limites. O teto da dívida no formato atual foi estabelecido em 1939 e, desde então, foi elevado cerca de cem vezes.

Na última década, o Congresso já elevou o teto da dívida dez vezes. É comum haver impasse nessas negociações, opondo democratas e republicanos.

Qual o principal impasse na negociação atual?

A oposição republicana, que controla a Câmara dos Representantes (deputados federais), exige que um acordo para elevar o teto da dívida seja vinculado a cortes no orçamento americano, para reduzir o deficit recorde, calculado em cerca de US$ 1,5 trilhão (R$ 2,3 trilhões) para o ano fiscal que termina em setembro.

Apesar de representantes de ambos os partidos concordarem com a necessidade de reduzir gastos, há muitas divergências sobre o que cortar e que programas atingir.

Os pontos mais polêmicos têm sido a resistência dos republicanos a aumentar impostos e os pedidos da oposição para adotar cortes de gastos maiores do que os defendidos pelos democratas.

No partido de Obama, existe o desejo de "blindar" os programas sociais que beneficiam os mais pobres e a população idosa, além do sistema de pensões da seguridade social.

Além disso, vários republicanos da Câmara dos Representantes, principalmente os recém-eleitos integrantes do movimento conservador Tea Party, se opõem a qualquer tipo de aumento do teto da dívida americana.

Quais foram as propostas apresentadas?

Tanto democratas quanto republicanos concordam que cortar o deficit é vital. Nas últimas semanas, diversos planos foram apresentados por ambos os lados e acabaram sendo descartados.

As propostas mais recentes incluem:

  • um plano de democratas do Senado que aumentaria o teto da dívida em US$ 2,4 trilhões e cortaria o deficit orçamentário em US$ 2,7 bilhões, ao mesmo tempo protegendo programas sociais para os idosos e para os pobres, populares no Partido Democrata. Em uma concessão aos republicanos, este plano não aumentaria impostos;
  • um plano de duas etapas apresentado pela liderança republicana na Câmara dos Representantes - mas sem necessariamente o apoio do resto da bancada - que reduziria os gastos do governo em US$ 1,3 trilhão, incluindo cortes em programas sociais, mas estendendo a autoridade do governo para tomar empréstimos por apenas cerca de seis meses.

Caso não haja acordo, que contas o governo deixaria de pagar?

Se o teto da dívida não for elevado e o governo ficar sem dinheiro e sem poder captar mais empréstimos, ele será obrigado a escolher que compromissos financeiros deixar de cumprir.

Analistas afirmam que o governo teria de cortar 44% dos gastos imediatamente, além de cortes subsequentes.

O calote pode afetar tanto credores externos quanto despesas domésticas, como o pagamento de benefícios sociais, salários de militares e veteranos e servidores públicos e empréstimos estudantis.

Quem são os credores do governo americano?

Dos US$ 14,3 trilhões da dívida americana, US$ 4,6 trilhões estão nas mãos do próprio governo, emprestados de fundos de Seguridade Social.

Os US$ 9,7 trilhões restantes são devidos a investidores em títulos do Tesouro, que podem ser tanto pessoas físicas quanto empresas, governos, bancos e fundos de pensão. Cerca da metade desse montante está em poder de credores estrangeiros.

Segundo dados divulgados pelo Departamento do Tesouro relativos a maio, o Brasil é o quinto maior credor estrangeiro da dívida americana, com US$ 211,4 bilhões (cerca de R$ 330 bilhões, ou quase dois terços das reservas internacionais) aplicados em títulos do governo.

O maior credor estrangeiro é a China, com US$ 1,16 trilhão, seguida por Japão, Grã-Bretanha e um grupo de países exportadores de petróleo.

Qual a real possibilidade de calote?

Apesar dos alertas feitos pelo governo americano de que terá de deixar de pagar suas contas caso o teto da dívida não seja elevado até 2 de agosto, a possibilidade de calote é considerada remota por diversos analistas.

Segundo eles, mesmo que o impasse se estenda até o início de agosto, a probabilidade é de que haja um acordo antes do prazo final ou, na pior das hipóteses, imediatamente após o prazo estourar.

Caso realmente haja calote, qual seria o impacto?

Obama vem advertindo há várias semanas para as consequências "significativas e imprevisíveis" que um calote teria para a economia americana e já disse que há o risco de o país mergulhar em nova recessão.

Em junho, em um relatório sobre os Estados Unidos, o FMI (Fundo Monetário Internacional) disse que a dívida estava em uma "trajetória insustentável" e que um fracasso nas negociações no Congresso causaria "choques severos" na recuperação ainda frágil da economia americana.

As principais agências de classificação de risco já alertaram para a possibilidade de rebaixamento da nota dada ao país. Atualmente os Estados Unidos têm rating “AAA”, o mais alto, reservado a países que demonstram grande capacidade de cumprir seus compromissos financeiros.

Diante do impasse no Congresso, a Standard & Poor´s e a Moody´s colocaram a nota dos Estados Unidos em revisão, com risco de rebaixamento caso o teto da dívida não seja elevado.

A Fitch disse ainda apostar em acordo antes de 2 de agosto, mas ressaltou que, caso o teto da dívida não seja elevado até a data, colocará a classificação dos Estados Unidos em observação negativa.

Segundo analistas e o próprio governo americano, o impacto de um calote seria sentido além das fronteiras americanas e poderia provocar distúrbios nos mercados globais.

No entanto, muitos analistas afirmam que um eventual calote seria por um curto espaço de tempo, o que não provocaria grandes abalos na reputação dos Estados Unidos como um destino seguro para investimentos.

Qual seria o impacto no Brasil?

Como o Brasil é um grande credor da dívida americana, um eventual calote poderia ter consequências para o país.

Segundo o economista Gregory Daco, da consultoria IHS Global Insight, um dos efeitos seria que o Brasil teria de procurar outras alternativas para aplicar suas reservas internacionais.

Entre as opções estariam ativos considerados mais seguros, como ouro, ou mesmo papéis de outros países. Entretanto, o momento atual de crise de dívida e de credibilidade em várias economias europeias dificulta a busca de alternativas aos títulos americanos.

Dilma vê 'insensatez' e 'ameaça global' em crise econômica

Realizou-se, na cidade de Lima - Peru, uma reunião dos chefes de Estado da Unasul (União Sul-Americana de Nações).
Em discurso, Dilma Rousseff criticou o que chamou de “insensatez” e “incapacidade política” dos EUA e da União Europeia.
Afirmou que a demora das nações desenvolvidas em resolver os seus problemas econômicos constitui uma “ameaça global”.
Valeu-se de metáfora aquosa para se queixar do problema cambial que sobrevaloriza moedas como o real.
Disse que o “mar extraordinário de liquidez” que leva dólares à praia dos emergentes produz “desequilíbrio cambial.”
Esquivando-se de mencionar a China, afirmou que produtos industriais fabricados além-oceanos “alagam” os mercados latino-americanos.
Dilma instou os colegas da região a reagir:
"Temos de nos defender da imensa, do fantástico, do extraordinário mar de liquidez que se dirige às nossas economias buscando a rentabilidade que não tem nas suas."
Acrescentou: "Não podemos incorrer no erro de comprometer tudo que conquistamos…”
“…Não porque quiséssemos ou pelos erros que cometêssemos, mas pelos efeitos da conjuntura internacional desequilibrada."
O encontro da Unasul ocorreu após a cerimônia de posse do novo presidente do Peru, Ollanta Humala.
Vencida a fase do palavrório, nada de concreto foi decidido. Marcou-se para a semana que vem uma nova reunião.
Dessa vez, vão à mesa os ministros da Fazenda e os presidentes dos Bancos Centrais da região. Nos dias 10 e 11 de agosto, novo encontro, em Buenos Aires.
Embora não integre a Unasul, o México será convidado. É para dar mais peso às decisões, disse o presidente da Colômbia, Juan Manuel dos Santos.
Enquanto Dilma falava de “insensatez” na capital peruana, os deputados americanos a exercitavam em Washington.
Terminou em novo impasse a penúltima tentativa da Câmara dos EUA de votar um projeto que autorize o governo americano a elevar o teto de sua dívida.
Se o nó não for desatado até a próxima terça-feira - 2 de agosto, o Tesouro do ex-império vai à ruína.
O governo tentou conter a valorização do real com novo aperto sobre os investidores, agora taxando em 25% as posições vendidas de contratos de câmbio que excederem os atuais contratos. Dará certo?

Reginaldo Pinto
Nogueira Júnior

"É mais uma das medidas destinadas a evitar a apreciação do real. Sou cético.
As razões objetivas que apreciam o real prosseguem no exterior e aqui dentro.
Europa e Estados Unidos apresentam cenário de juros baixos, câmbio frouxo e economia contraída, enquanto que aqui dentro a economia cresce e os juros são obscenamente atraentes.
A curto prazo, não há saída. Alternativas seriam mexidas nos cenários econômicos externos e um aperto fiscal descomunal aqui dentro - coisas que não acontecerão este ano.
A ordem é conviver com este cenário. Acho que o dólar poderá cair até R$ 1,50 antes de dezembro."



PS: Reginaldo Pinto Nogueira Júnior
Possui graduação em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, mestrado em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro e mestrado e doutorado em Economia pela University of Kent at Canterbury. Possui diversos artigos publicados em revistas acadêmicas nacionais e internacionais. Foi Coordenador do Programa de Mestrado em Administração Pública e Diretor do Centro de Estatística e Informações da Fundação João Pinheiro. Atualmente é Professor Adjunto I do IBMEC-MG, onde também ocupa o cargo de coordenador do curso de relações internacionais. Tem experiência nas áreas de economia e finanças internacionais.

Tragédia romântica

Bruce e Patrícia Wright se casaram há quarenta anos na igrejinha que você vê ao lado, na cidade de Punta Gorda, na Flórida .
Além da Flórida, moraram no Alaska e em Washington. Ultimamente estavam morando em Las Vegas, mas nunca deixaram de ir a igrejinha de Punta Gorda, onde mantinham uma casa nas proximidades.
Nesta semana, no mesmo local onde iniciaram a vida a dois, Bruce (60 anos) e Patrícia (57 anos) resolveram terminar com ela. Num pacto de morte os dois se suicidaram debaixo de uma frondosa árvore no quintal da igreja, onde provavelmente trocaram juras de amor eterno.
Cada um levou sua arma e atirou em sua própria cabeça. Quando a polícia chegou, Patrícia ainda estava viva, mas morreu pouco depois no hospital.
Vizinhos que os conheceram disseram que Bruce e Patrícia sempre levaram uma vida reservada. Nunca tiveram filhos e viviam afastados de parentes e amigos, embora ela ainda tivesse a mãe viva morando em outro estado.
O casal não deixou nenhum escrito explicando os motivos do gesto. Supostamente, foram vítimas de depressão, porque tinham a vida financeira em dia.