MERCADO FINANCEIRO - 1ª Parte
Cresce aposta em pacote de estímulo na zona do euro
Os investidores aumentaram a aposta de que o BCE (Banco Central Europeu)
lançará um programa de relaxamento monetário nos próximos meses para
estimular a economia da zona do euro.
Os custos para empréstimos dos países do bloco fecharam o primeiro dia
do ano nos níveis mais baixos da história, e o euro recuou para a menor
cotação em relação ao dólar desde 2010.
O gatilho para o movimento foi uma declaração do presidente do BCE,
Mario Draghi, de que a instituição prepara medidas para reagir à
deflação na zona do euro – o que foi interpretado como um sinal de que
haverá um programa de recompra em larga escala de títulos da dívida dos
países do bloco.
O lançamento do programa é esperado para o próximo dia 22.jan.2015, quando o BCE fará sua próxima reunião.
O encontro será realizado três dias antes das eleições na Grécia,
aguardada com apreensão pelos investidores, já que o partido favorito
líder nas pesquisas, a esquerda radical Syriza, é contra o programa de
resgate e as medidas de austeridade.
ANÁLISE: Bloco precisa de ação ousada para impedir risco de deflação
A expectativa é que a próxima reunião do BCE (Banco Central Europeu), no dia 22.jan.2015, seja histórica. Nesse dia, espera-se que Mario Draghi, presidente do BCE, e seus colegas finalmente lancem um grande programa de relaxamento monetário – em outras palavras, compra em larga escala de títulos da dívida dos países do bloco.
A expectativa é que a próxima reunião do BCE (Banco Central Europeu), no dia 22.jan.2015, seja histórica. Nesse dia, espera-se que Mario Draghi, presidente do BCE, e seus colegas finalmente lancem um grande programa de relaxamento monetário – em outras palavras, compra em larga escala de títulos da dívida dos países do bloco.
O BCE tem vários motivos para lançar o programa. Há dois anos a inflação
não atinge a meta de 2% – foi de 0,3% em novembro – e o colapso do
petróleo vai pressionar os preços ainda mais para baixo nos próximos
meses.
DEFLAÇÃO
Se a baixa inflação já é um sério obstáculo para a recuperação econômica
da zona do euro, a deflação seria uma ameaça ainda mais grave.
Além disso, os mercados financeiros já estão contando com o programa de relaxamento monetário.
Se o BCE desapontar as expectativas, haverá uma abrupta e perigosa
retirada de posições nos mercados de moeda estrangeira e de títulos: os
juros de longo prazo vão subir, as Bolsas, desabar, e o euro vai se
valorizar.
Isso é o que o bloco não precisa em um momento que sofre para obter em
um ano o crescimento que os EUA tiveram em um só trimestre.
Com o relaxamento monetário, baixando os juros de longo prazo, um banco
central pode ajudar a pôr um freio no serviço da dívida dos governos.
Desse modo, pode manter solvente um governo que, de outra maneira,
estaria insolvente – um cenário de pesadelo para um BC.
CREDIBILIDADE
A confiança é, portanto, fundamental para qualquer BC que adote esse
tipo de medida. O problema é que confiança é um artigo que está em falta
na Europa.
Apesar de uma série de textos jurídicos, o arcabouço fiscal da União
Europeia sofre de falta de credibilidade e não dá ao BCE a confiança de
que os governos vão continuar a buscar o equilíbrio nas contas depois
que a compra de títulos começar a protegê-los das pressões do mercado.
O BCE tem ainda uma posição profundamente desfavorável em relação aos
seus pares: ele não tem um interlocutor único, nenhum dos governos é ou
ao menos se sente responsável por toda a zona do euro.
Logo, a preocupação é compreensível. Mas ela não diminui a necessidade
de uma ação ousada e não convencional contra a inflação nem deve impedir
o BCE de lançar o seu programa.
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