sábado, 21 de julho de 2012


Vejam que absurdo: a poucos dias do início do julgamento do mensalão, ministra do TCU mãe de governador aliado do PT livra a cara de dois réus do mensalão em acusação importante.

Ricardo  Setti
 Passa a ser regular algo que o próprio TCU havia considerado irregular antes, com o voto da ex-deputada Ana Arraes aliada do governo, mãe de governador aliado do governo, que foi nomeada pelo governo para o cargo de ministra do TCU.
A praga de nomear políticos para o Tribunal de Contas da União sempre dá o que falar — e aconteceu de novo.
O Tribunal de Contas da União (TCU), órgão de vigilância vinculado ao Congresso, liberou o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolatto de graves acusações que pesam contra si no escândalo do mensalão.
Da mesma forma, praticamente livrou a cara do empresário Marcos Valério, apontado como operador do escândalo do mensalão, de uma das acusações que serviram de base para a denúncia apresentada ao Supremo Tribuna Federal pelo procurador-geral da República em 2006, e que foi aceita pela corte em 2007.
E quem é que estudou o caso supostamente mais a fundo, escarafunchou na legislação e descobriu que Valério, ao contrário do que havia decidido antes o próprio TCU, não cometeu nenhuma irregularidade, e que Pizzolatto não fez nada de errado?
Por uma dessas coincidências da vida, a ex-deputada Ana Arraes, que por outra coincidência é mãe do presidente do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que por outra coincidência é importante aliado do governo Dilma, como foi do governo Lula.
Por outra coincidência, ela foi designada para o TCU pelo governo Dilma. E por mais uma coincidência o voto de Ana Arraes e a decisão do TCU a poucos dias do início do julgamento do mensalão, marcado para o próximo 2 de agosto.

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