domingo, 29 de julho de 2012


Epidemia das drogas é nosso pior problema de saúde pública

Personalidades e artistas têm aparecido como defensores da legalização do uso das drogas. Argumentam sempre com o fracasso da criminalização, e que o Estado não deve interferir na liberdade individual.
Drogas eram legais na Suécia. Em 1970 todas foram proibidas, numa rara unanimidade legislativa. A razão foi o agravamento dos problemas sociais, de saúde e de segurança, causados pelo enorme aumento de dependentes. De lá para cá houve o endurecimento das penas e a obrigatoriedade de tratamento. Hoje a Suécia, com a mesma população de Portugal, tem oito vezes menos dependentes em tratamento e 30% menos de homicídios.
Os argumentos pró-legalização ignoram que todas as drogas causam alterações cerebrais de difícil recuperação. Mudam as conexões neuronais em áreas específicas, criando uma nova memória do prazer, que altera a percepção do mundo e afeta a motivação e o desejo. A droga passa a ser a prioridade. Consumida mais e mais, deteriora os vínculos sociais e familiares. Com raciocínio comprometido, o dependente dificilmente entende o que acontece quando vira um doente crônico.
A epidemia das drogas é nosso pior problema de saúde pública. Hoje temos uma explosão de procura das emergências médicas, envolvendo dependentes. Ela é mais letal que todas as epidemias virais e bacterianas juntas, potencializada por um número elevado de homicídios, acidentes fatais e suicídios. Como na epidemia viral, quanto maior a quantidade de vírus circulante, maior é a contaminação; quanto maior a oferta de drogas, maior será o número de dependentes. A legalização do uso só agravará esse quadro e reforçará o tráfico.

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