quinta-feira, 19 de julho de 2012


Delúbio Soares diz ter agido sozinho e nega mensalão

Delúbio  Soares
Em memorial sucinto enviado ao Supremo Tribunal Federal, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, assumiu sozinho a responsabilidade pela distribuição de recursos ilegais a políticos e partidos da base aliada do governo Lula. Mas, negou que os pagamentos tivessem relação com o "falacioso mensalão" e alegou ser inocente das acusações de corrupção ativa e formação de quadrilha. A estratégia de colocar a conta do Mensalão do PT nos ombros de Delúbio para livrar os demais réus foi combinada pelo "núcleo central da quadrilha", definição usada pela Procuradoria-Geral da República na denúncia entregue ao Supremo em 2007. O acerto teria sido articulado entre o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), apontado como "chefe da organização criminosa", o ex-presidente do PT José Genoino e o próprio Delúbio. Segundo o ex-tesoureiro, as acusações "não se sustentam". "Os repasses de valores tiveram como única finalidade o pagamento de despesas decorrentes de campanhas eleitorais, tanto dos diretórios estaduais do PT, quanto dos partidos que integravam a chamada base aliada", afirma Delúbio. "Restou comprovado que o dinheiro utilizado para pagamento de dívidas de campanha foi obtido por meio de empréstimos, junto ao Banco Rural e ao banco BMG", insistiu, embora a CPI dos Correios, em 2005, tenha afirmado que o dinheiro teve origem em repasses irregulares do governo para empresas do empresário Marcos Valério e, de lá, para o caixa do PT. Ao contrário do que afirma o Ministério Público, Delúbio Soares nega a existência de corrupção no esquema. "Os elementos probatórios colhidos na presente ação penal revelam com clareza que não houve transferência de dinheiro para compra de votos no Congresso", disse ele: "É fundamental destacar que as principais reformas votadas no período questionado só foram aprovadas com votos da oposição". O julgamento do Mensalão do PT começa no dia 2 e Delúbio Soares pode pegar até 12 anos de prisão, além de ficar inelegível por até 15 anos.

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