quinta-feira, 19 de julho de 2012


Justiça de Brasília proíbe entrevista de Carlinhos Cachoeira para a Folha de S. Paulo

Carlos  Brickmann
A Folha de S. Paulo conseguiu aquilo que todos querem: o bicheiro Carlinhos Cachoeira, cujo bicho favorito deve ser o polvo, com seus vários tentáculos, espalhados pelo mundo político em todo o país, concordou em dar uma entrevista.
Todos queriam? Não: há quem prefira apenas, deliciado, ouvir seu silêncio. Já imaginou se ele desanda a contar quais são suas ligações com os múltiplos partidos, ou quem é seu amigo na política, além do já cassado Demóstenes Torres? Se o silêncio é de ouro, a palavra é de prata - de prata, como aquela bala fatal.
O fato é que, por motivos estritamente jurídicos, a entrevista foi proibida. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Brasília, os presos só podem, pela Lei de Execuções Penais, receber seu advogado e parentes. "Compete à Vara de Execuções Penais fazer observar os direitos do preso tanto quanto garantir a estabilidade do sistema penitenciário local", informa. Direitos do preso? Mas não é o próprio Carlinhos Cachoeira que concordou em falar?
Sim, foi ele; mas, segundo a assessoria do TJ-DF, "nada justifica a sua escolha pontual por um veículo específico da imprensa". Mas deve haver algo que justifique sua escolha: a reconhecida credibilidade do jornal, por exemplo. Ou, talvez, por ter sido a Folha o primeiro jornal a solicitar a entrevista. Outra possibilidade? Talvez a Folha lhe tenha garantido uma entrevista gravada, do tipo perguntas e respostas, a ser publicada na íntegra, sem qualquer tipo de edição.
Um dia, Carlinhos Cachoeira terá de falar. Por que não agora?

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