Estado Islâmico ameaça donos do Facebook e do Twitter
Num vídeo de propaganda intitulado "Chamas dos Apoiantes", Mark
Zuckerberg e Jack Dorsey são alvo de ameaças por parte de um grupo de
hackers com ligações aos jihadistas.
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, e o presidente executivo do
Twitter, Jack Dorsey, foram ameaçados num vídeo de propaganda publicado
por hackers com ligações ao autodesignado Estado Islâmico (EI). No vídeo
de 25 minutos a imagem de ambos é trespassada por balas e envolta em
chamas.
O vídeo foi descoberto por analistas da Vocativ na “deep web" — parte da
internet a que não é possível aceder através dos meios de busca padrão —
e surge na sequência da tentativa do Facebook e do Twitter de acabarem
com atividades terroristas nas suas plataformas. Zuckerberg e Dorsey
estiveram entre os presentes numa reunião secreta, realizada em Janeiro,
com responsáveis da Casa Branca e com os diretores do FBI e da NSA,
onde foram discutidas estratégias para enfrentar o terrorismo online.
No vídeo intitulado “Chamas dos Apoiantes” publicado por um grupo que se
autodenomina “exército dos filhos do califado”, o grupo de hackers
afirmou que controla mais de 10 mil contas e 150 grupos no Facebook, e
mais de 5000 contas no Twitter. “Se fecham uma conta, tomaremos dez em
resposta e brevemente os vossos nomes e sites serão apagados e, se Deus
quiser, saberão que o que estamos a dizer é verdade”, lê-se durante o
vídeo.
Um porta-voz do Twitter afirmou ao jornal britânico The Guardian que a
empresa não vai emitir nenhuma resposta, tendo em conta que estas
ameaças já são comuns. “Isto está sempre a acontecer. Bem-vindos ao
nosso dia a dia”.
O Twitter tem de lidar com o fato de ser um dos meios privilegiados de
propaganda para o autodesignado EI. A empresa fechou cerca de 125 mil
contas relacionadas com o grupo jihadista. Também o Facebook procura uma
resposta para enfrentar a ameaça da propaganda online na sua rede. A
diretora de operações da empresa, Sheryl Sandberg, sugeriu que a rede
social poderia enfrentar o autodesignado EI através de uma campanha de
likes.
O Estado Islâmico é conhecido por utilizar frequentemente as redes
sociais para atrair e radicalizar novos membros, assim como divulgar os
seus vídeos de propaganda.
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