quinta-feira, 12 de agosto de 2010


Ibope aponta Grêmio em sexto lugar com maior torcida no Brasil



Pesquisa Ibope divulgada aponta que o Grêmio, de Porto Alegre, ocupa a sexta posição entre os clubes brasileiros de maiores torcidas no País.
O Grêmio tem 4,0% na preferência nacional dos torcedores o que representa um exército de 7,7 milhões de torcedores no País. É o primeiro clube, fora do eixo Rio-São Paulo, na preferência nacional.




Classificação na pesquisa de maior torcida no Brasil - IBOPE

1° - Flamengo - 17,2% - 33,2 milhões de pessoas.
2° - Corintians - 13,4% - 25,8 milhões.
3° - São Paulo - 8,7% - 16,8 milhões.
4° - Palmeiras - 6,0% - 11,6 milhões.
5° - Vasco - 4,1% - 7,9 milhões.
6° - Grêmio - 4,0% - 7,7 milhões.
7° - Cruzeiro MG - 3,5% - 6,8 milhões.
8° - Santos - 2,7% - 5,2 milhões.
9° - Atlético MG - 2,6% - 5 milhões.
10° - Internacional - 2,5% - 4,8 milhões. ( quase três milhões a menos do que o Grêmio )




Serra no JN da Globo


O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, aproveitou a entrevista no Jornal Nacional, da Rede Globo, para alfinetar a adversária petista Dilma Rousseff ao dizer que o presidente não pode governar na garupa. Segundo ele, Lula não é mais candidato. "As pessoas estão preocupadas com o futuro. Quem tem mais condições de tocar o Brasil para frente", disse o tucano.
Willian Bonner questionou Serra por estar coligado com o PTB - partido ligado ao Mensalão do PT - Serra respondeu que os partidos são heterogêneos, mas que no seu governo não haverá partilha do poder para que deputados criem zonas de corrupção.
Sobre a questão dos pedágios em São Paulo: José Serra citou pesquisa da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), na qual 71% dos usuários afirmaram que acham as rodovias paulistas as melhores. Ele voltou a dizer que as rodovias federais são "estradas da morte" e acusou o governo Lula de não aplicar no setor todo o dinheiro da Cide, a contribuição dos combustíveis. Nos agradecimentos, Serra lembrou sua "origem modesta" e disse que deve aos pais estar no "Jornal Nacional", pela segunda vez, falando como candidato.





Plínio terá entrevista de três minutos no "Jornal Nacional"

O candidato do PSOL a presidente, Plínio de Arruda Sampaio, será entrevistado pelo "Jornal Nacional" da TV Globo.
Em vez dos 12 minutos ofertados a Dilma Rousseff, Marina Silva e José Serra, Plínio terá três minutos no telejornal.
Ele não será recebido na bancada do programa, mas entrevistado por um repórter.
A Globo também o convidou a participar de entrevista no "Jornal da Globo", no "Bom Dia Brasil" e no "Jornal das Dez", da Globonews.
Segundo um integrante da campanha presidencial do PSOL, a proposta inicial era que o candidato tivesse sua agenda acompanhada duas vezes por semana, nas quais contaria com 50 segundos no "Jornal Nacional" em troca do não comparecimento ao debate. Plínio e a coordenação rejeitaram a oferta.
A TV Globo confirma que tentou acordo, mas nega ter oferecido cobertura diária.




Salário Mínimo

Ao sancionar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada pelo Congresso em julho, o presidente Lula manteve o trecho que deixou em aberto o aumento do valor do salário mínimo de 2011, que será negociado entre governo e centrais sindicais.
A partir de agora, abre-se uma discussão entre governo e sindicalistas para fixar o valor.
A posição do governo é de que a atual regra prevê a reposição da inflação, devendo apresentar no projeto de orçamento de 2011, a ser enviado até 31 de agosto, o valor de R$ 535,91.
A regra aprovada para o salário mínimo não determina o PIB de qual ano será usado no cálculo. No texto aprovado pelo Ministério do Planejamento, a LDO garante "uma política de aumento real do salário mínimo" e "uma política de ganhos reais para aposentadorias pagas pelo INSS", ressaltando que elas serão definidas por governo e centrais sindicais e que será considerada "a variação real do PIB".

PS: Pela primeira vez desde 2004, a lei que define regras para a elaboração do Orçamento do ano seguinte não indica uma fórmula de reajuste do salário mínimo acima da inflação.
Sancionada pelo presidente Lula, a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) relativa ao primeiro ano do próximo governo deixa em aberto o critério para o aumento do mínimo e dos benefícios previdenciários em 1º de janeiro de 2011.
Ela estipula que, até lá, haverá negociações com centrais sindicais e representantes dos aposentados.
No segundo governo Lula, o piso para o reajuste tem sido o crescimento da economia de dois anos antes. Em 2009, porém, o PIB encolheu 0,19%, o que limitaria o próximo aumento à reposição da inflação.
Na prática, a decisão dos próximos reajustes deverá ficar a cargo do vencedor das eleições presidenciais.
O projeto de Orçamento será enviado ao Congresso no final deste mês e não será votado até dezembro.





Míriam Leitão
TCU pode ser aperfeiçoado, mas não contornado

O presidente Lula sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2011, criando brechas para fugir do TCU. Eletrobras e Petrobras podem não usar tabelas oficiais de preços, utilizadas nas fiscalizações do Tribunal para flagrar, eventualmente, sobrepreço de material ou obra. Pela LDO, as estatais, portanto, estão fora da tabela oficial, o que queriam há algum tempo. Acham que não deveriam estar submetidas a esse tipo de controle tão detalhado, porque não são órgãos públicos. Mas isso é discutível, porque são estatais e, muitas vezes, executam serviços públicos.
Além disso, obras da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos poderão, em alguns casos, não cumprir a lei de licitação. Essas duas brechas, esses dois gatilhos para fugir do TCU foram aprovados dentro da LDO, mas acho que não é prudente. O presidente, nos últimos tempos, já fez críticas ao TCU, tentou encontrar formas de tirar o PAC da fiscalização.
Contornar o TCU não é uma boa política. Se o Executivo está convencido de que o Tribunal está sendo muito lento nas suas decisões ou pouco transparente, deve-se estabelecer uma forma de aperfeiçoamento. O TCU existe para fiscalizar, evitar erros, desvios, corrupção e problemas em obras e serviços públicos. Portanto, tem que ser fortalecido em vez de contornado. Temos de combater a corrupção, que tem crescido, com todos os instrumentos, e o Executivo tem de estar empenhado nessa busca, não criar brechas.




Josias de Souza
Lula sanciona drible no TCU e veta lote de emenda$

Ao sancionar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2011, Lula ajustou ao seu gosto uma peça que será executada pelo próximo presidente.
Manteve na lei a regra que permite ao governo driblar os rigores do TCU (Tribunal de Contas da União).
Gestoras das maiores obras do Estado, Petrobras e Eletrobras não estarão mais sujeitas às tabelas de preços que guiam os auditores do tribunal.
Em vez da auditoria pormenorizada –produto por produto— os contratos firmados pelas estatais serão auditados pelo preço global. Vale também para as obras da Copa.
Noutra ponta, Lula acionou a caneta para vetar 25 trechos da LDO. Juntos, previam a execução de 603 projetos injetados no texto por meio de emendas de congressistas.
A LDO servirá de base para a elaboração do Orçamento da União de 2011. Sem os vetos, os gastos anotados por parlamentares ganhariam o selo de prioridade.
Significa dizer que o governo teria dificuldades para passá-los na faca.
Como que convencido de que será sucedido por Dilma Rousseff, Lula quis livrar a pupila da camisa-de-força monetária.

PS: Nos vetos ao texto aprovado pelos parlamentares, Lula retirou as amarras impostas pelo Congresso para tentar aumentar o controle sobre investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e gastos com funcionalismo. O presidente retirou, por exemplo, o detalhamento das obras do PAC do anexo de metas e prioridades formulado pelo Congresso. Na prática, o governo quis manter maior liberdade sobre o detalhamento do PAC. A LDO de 2011 fixa parâmetros para a elaboração do Orçamento de 2011, primeiro ano do mandato do novo presidente.




Planos de saúde podem suspender tratamento de doentes terminais
A Associação Brasileira de Medicina de Grupo se posicionou a favor da suspensão do tratamento para doentes terminais como forma de diminuir os reajustes nos valores dos planos de saúde, que atualmente estão acima da inflação. O representante dos planos diz que a discussão precisa ser ampla e não teme idéias polêmicas para a redução de custos, como a cobrança de franquias, usadas em seguro de carros, e a suspensão de tratamento para doentes terminais ou sem chance de cura, a chamada ortotanásia. "Nós temos que fazer uma racionalização dos custos da na área de saúde. A ortotanasia é possível, quer dizer, você não aplicar métodos que não melhorem, que não dêem qualidade de vida. Enfim, é uma discussão filosófica e econômica associada", diz o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, Arlindo de Almeida. Órgãos de defesa do consumidor fizeram simulações e constataram que no futuro pode ficar impossível pagar os planos de saúde caso os preços continuem subindo como nos últimos dez anos.

PS: Resumindo: querem matar pacientes terminais mais cedo, para que deixem de custar aos planos, e estes possam diminuir seus reajustes.




Plataforma da Petrobras sofre princípio de incêndio
Um princípio de incêndio atingiu a plataforma P-35, da Petrobras, situada na bacia de Campos, na manhã desta quarta-feira. Segundo a Capitania dos Portos, o problema ocorreu na linha de saída de vapores da unidade e foi rapidamente controlado. O acidente ocorre em meio a denúncias de má conservação e falta de manutenção em equipamentos das unidades. Plataformas da Petrobras nas bacias de Campos e Santos apresentam falhas de segurança e superlotação, acusam petroleiros. De acordo com o sindicato dos petroleiros do norte fluminense, onde fica o principal polo produtor de petróleo do país, 30 das 45 plataformas da estatal na região têm algum problema que coloca em risco os trabalhadores. Diretor do sindicato, Marco Breda, lista as plataformas fixas em atividade desde o início da década de 80 e os navios convertidos em meados dos anos 90 como os que estão em piores condições. É o caso da plataforma P-33, inspecionada na terça-feira pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) e pela Marinha. Ele relatou que um petroleiro chegou a se ferir de forma mais grave na plataforma P-35, depois que o piso se rompeu. Na P-33, trabalhadores relataram vazamentos de gás e camarotes superlotados e com acúmulo de lixo, por diminuição de pessoal de manutenção da hotelaria. Na bacia de Santos, há problemas de superlotação na plataforma de Mexilhão, que está em obras, de acordo com o sindicato local. "A capacidade é para cem pessoas, e eles estão colocando 200 lá dentro. Tem trabalhador que não dorme mais na plataforma, mas, sim, em navios", afirma Edgar Palhari, diretor do sindicato.




Míriam Leitão
Petrobras deve verificar plataforma, e não criar briga judicial

O Globo publicou denúncia de petroleiros e fiscais do Ministério do Trabalho de que teria havido uma explosão na P-33, que precisaria de reparos gerais. O relatório diz que há 35 tubulações de óleo, gás e água com consertos provisórios. A situação da P-33 e da P-31 é mais grave, mas dizem que todas as plataformas da Bacia de Campos precisam de reformas urgentes. Isso é assustador, levando-se em conta o que aconteceu recentemente no Golfo do México.
Mas a Petrobras, em vez de olhar, prestar contas à população e dar garantias, entrou na Justiça e conseguiu uma liminar para continuar operando. A P-33 consegue operar apenas a 30% da sua capacidade, porque, de fato, tem problemas e o melhor a fazer é analisar essas denúncias para saber o que está acontecendo. A ANP, por sua vez, disse que vai fazer uma nova inspeção.
Acho que não é uma boa atitude da Petrobras querer forçar a barra através de uma liminar na Justiça. Quanto mais cuidado tiver, melhor. Se tem alguém dizendo que há problemas, é melhor verificar. É mais sensato. Isso não é uma briga judicial, mas uma briga para proteção do meio ambiente, das pessoas.
A ANP também falou que tem de aumentar a fatia estatal na Petrobras. Esse não é o assunto mais urgente da agência, que tem de garantir a competição e que o funcionamento do mercado seja bom. O melhor a fazer é ir lá e verificar se há razão para preocupação.
Recentemente, houve um desmoronamento num poço na Bacia de Santos que a Petrobras está perfurando para a ANP, outra coisa estranha, já que a agência não é uma empresa. Houve prejuízo financeiro, mas pouco se falou nesse assunto. A tendência de encobrir, passar adiante e entrar na Justiça para garantir na marra não é bom.




Irã rejeita oferta do Brasil para receber iraniana condenada à morte
O governo islâmico do Irã rejeitou formalmente a oferta do governo Lula para receber a iraniana Sakineh Ashtiani como refugiada e confirmou que a execução não será mais por apedrejamento. Segundo o diplomata iraniano em Oslo, Mohammad Hosseini, a idéia de enviá-la ao Brasil está descartada. "Ela cometeu crimes e foi julgada por eles. Não faz sentido enviar um cidadão criminoso para que tenha liberdade em outro país", disse Hosseini. Segundo ele, não faz sentido aceitar a proposta do Brasil, pois isso não poderia ocorrer “em nenhum outro país". A iraniana e seu advogado, Mohammad Mostafaei, que recebeu asilo na Noruega, afirmam que o governo islâmico do Irá simplesmente mudou a condenação, de adultério para assassinato, para poder justificar a sentença de execução.




Avós dizem a menina brasileira levada ao Líbano que mãe está morta

A brasileira Gabriella Carvalho Boutros, de 6 anos, que está no Líbano raptada desde o dia 18 de março, ouve dos avós paternos que sua mãe está morta. Isso é o que o advogado da mãe da menina, Claudia Dias de Carvalho, afirma. Segundo o advogado José Beraldo, Gabriela está na casa dos avós, na cidade de Tripoli, sem a companhia do pai, o libanês Pedro Boutros, que a raptou no Brasil. "Ele a tirou do Brasil para abandoná-la no Líbano", disse o advogado. Claudia e Boutros, após oito anos de casamento, separaram-se em janeiro de 2008. A guarda de Gabriela foi concedida à mãe e o pai a visitava quinzenalmente aos finais de semana. Em uma das visitas, Boutros não devolveu a filha, e a raptou do Brasil, saindo do Brasil através do Paraguai. O advogado reclamou do "descaso" das autoridades brasileiras. O último problema apontado por ele foi a exigência, feita pelo consulado brasileiro em Beirute, de que Claudia contrate um advogado no Líbano.

PS: Nesse caso, o Itamaraty não se mete.




Josias de Souza
Em Alagoas, 'Fora Collor' leva 800 gatos pingados às ruas

Em Maceió, capital alagoana, foram ao meio-fio manifestantes do movimento “Fora Collor”.
A PM estimou a multidão em 800 pessoas. Entre eles estudantes, sindicalistas e membros de entidades que labutam em favor da ética.
Também foram ao asfalto cerca de 500 manifestantes arregimentados pelo comitê de Collor. Por pouco não houve um sururu.
A PM interveio. Dois integrandes da ala pró-Collor foram detidos. Disseram ter recebido R$ 20 para carregar faixas.
Simultaneamente à algaravia, Collor participava de sabatina numa emissora de rádio. Instaram-no a comentar o “Fora Collor”.
E ele: “É possível existir esses movimentos, mas temos que ver também que existem os movimentos a favor. O 'Quero Collor' é um deles”.
“E são todos bem-vindos porque sempre vão existir aqueles que apoiam e os que não apoiam. Não haveria democracia se não fosse assim".
Eleito senador em 2006, Collor é agora candidato ao governo de Alagoas pelo PTB. Associado a Lula e Dilma Rousseff, frequenta o topo das pesquisas.




Elio Gaspari
Leandro e seu vídeo são o Juruna 2.0
Lula e Cabral acharam que o garoto era mais um bípede de periferia, esqueceram-se da internet e do YouTube

ERA UMA VEZ um índio chamado Juruna. Ele escandalizou o país no fim dos anos 70 com um simples gravador. O xavante ia aos gabinetes de Brasília, apresentava seus pleitos, ouvia o blá-blá-blá dos burocratas e gravava. Quando Juruna tocou suas fitas, o Brasil percebeu que não era só ele quem estava sendo feito de bobo e tratado como um estorvo. Juruna transformou-se numa celebridade e, em 1982, tornou-se o primeiro índio a sentar na Câmara dos Deputados. Deu-se à bebida e morreu no anonimato em 2002.
Para felicidade geral, existem hoje internet e YouTube. O garoto Leandro dos Santos de Paula, que vive no conjunto Nelson Mandela, em Manguinhos, perto de uma área conhecida como "Faixa de Gaza", gravou em vídeo uma breve conversa com Lula e Sérgio Cabral durante uma visita dos dois ao bairro e tornou-se um Juruna 2.0.
Leandro queixou-se ao Nosso Guia de que na área esportiva da obra que os maganos visitavam não podia jogar tênis. Tomou a primeira, de Lula: "Isso é esporte da burguesia, porra". (Se Leandro tivesse o chassis de Serena Williams, ele não arriscava uma cortada dessas.) Na condição de pai dos pobres, aconselhou: "Por que você não faz natação?"
"Porque a gente não pode entrar na piscina." Por quê? "Porque não abre para a população."
Nosso Guia virou-se para o governador Sérgio Cabral e ensinou: "No dia em que a imprensa vier aqui e pegar um final de semana com essa porra fechada, o prejuízo político será infinitamente maior do que colocar dois guardas aqui".
Maravilha. A patuleia paga a piscina, não pode entrar, e Lula se preocupa com a possibilidade de a imprensa flagrar a cena. Sem imprensa, tudo bem. Ademais, o que ele teme é o "prejuízo político". O da Viúva é desprezível.
Leandro reclamou do barulho que o "Caveirão" (o blindado com que a PM demonstra sua força) faz à noite na sua rua. Entrou em cena o governador Sérgio Cabral, chamando Leandro de "otário" e "sacana". A intervenção de Cabral foi claramente intimidatória, mas o jovem não baixou a bola. Afinal, como no caso de Juruna, sua ação foi premeditada. Ele é freguês das comemorações triunfalistas do governador. À diferença do índio, ele faz o registro em vídeo.
Cabral sustenta que Leandro está sendo usado por interesses eleitorais. Engano. Foram ele e Nosso Guia que usaram a autoridade que a choldra lhes confere para desfilar vulgaridades, o resto é registro. Como diria o bandido Elias Maluco, "não esculacha". Em seu benefício, foi arrogante, mas não chamou Leandro para a briga, como fez Ciro Gomes em Tianguá, nem estapeou um eleitor em Campo Grande, como fez o governador André Puccinelli. (Nos dois casos, os doutores haviam sido chamados de "ladrão".)
Bem-aventurados os leandros desta vida, bem-aventurado o YouTube e glória eterna ao Juruna. O xavante, depois de eleito deputado, fez um discurso chamando todos os ministros do governo João Figueiredo de "ladrões". O general invocou os sentimentos do ministro do Exército e quis que o ministério o processasse: "Eu quero todos! Quem não fizer, eu demito!" Onze fizeram, e chegou-se a temer uma crise com o Congresso. Deu em nada. O Brasil tinha começado a melhorar.




Míriam Leitão
Em nome dos fatos

Inflação fora de controle quem enfrentou foi o Plano Real. O acumulado em 12 meses estava em 5.000% em julho de 1994. Quando a inflação subiu em 2002, no último ano do governo Fernando Henrique, pela incerteza eleitoral criada pelo velho discurso radical do PT, ficou em 12%. Ela foi reduzida pelo instrumental que o PT havia renegado. Isso é a História. O resto é propaganda e manipulação.
O PT e o governo Lula têm dito que receberam o país com descontrole inflacionário e a candidata Dilma Rousseff repetiu isso na entrevista do Jornal Nacional. O interesse é mexer com o imaginário popular que lembra do tormento da inflação. A grande vitória contra a inflação foi conquistada no governo Itamar Franco, no plano elaborado pelo então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, como todos sabem. Nos primeiros anos do governo FH houve várias crises decorrentes, em parte, do sucesso no combate à inflação, como a crise bancária. Foi necessário enfrentar todas essas ondas para garantir a estabilização. Nada daquela luta foi fácil. A inflação havia derrotado outros cinco planos, e feito o país perder duas décadas.
Todos sabem disso. Se por acaso a candidata Dilma Rousseff andava distraída nesta época, o seu principal assessor Antonio Palocci sabe muito bem o que foi que houve. Ele ajudou a convencer os integrantes do partido a ter uma atitude mais madura e séria no combate à inflação. O PT votou contra o Plano Real e fez oposição a cada medida necessária para consolidar a nova ordem. As ideias que o partido tinha sobre como derrotar a alta dos preços eram rudimentares.
Em 2002, a inflação subiu principalmente nos dois últimos meses, após a eleição. A taxa, que havia ficado abaixo de 6% em 2000, subiu um pouco em 2001 e ficou quase todo o ano de 2002 em torno de 7%. Em outubro daquele ano, o acumulado em 12 meses foi para 8,5%. Em novembro, com Lula eleito, subiu para 10,9% e em dezembro fechou em 12,5%. É tão falso culpar o governo Fernando Henrique por aquela alta da inflação — de 12,5% repita-se, e não os 5.000% que ele enfrentou — quanto culpar o governo Lula pela queda do PIB do ano passado, que foi provocada pela crise internacional.
Recentemente, conversei com um integrante do governo Lula que, longe dos holofotes e da campanha, admitiu que essa aceleração final foi decorrente do fato de que a maioria dos empresários não acreditava que o governo Lula fosse pagar o preço de manter a estabilização. Esse foi o mérito do PT. Foi ter contrariado seu próprio discurso, abandonado suas próprias propostas, por ter percebido o valor da estabilização. Esse esforço foi liderado por Palocci e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. A inflação entraria numa rota de descontrole que poderia até ter destruído o esforço feito nos oito anos anteriores se o governo Lula tivesse persistido nas suas propostas. A História foi essa e não a que a candidata Dilma Rousseff apresentou.
No caso da dívida, também a versão apresentada em palanque é diferente dos fatos. Por medo do governo Lula houve fuga de capitais e dificuldade de renovação de empréstimos a empresas brasileiras. Na negociação com o FMI, o Brasil acertou um empréstimo em que quase todas as parcelas seriam liberadas no governo Lula. Era para garantir um começo mais fácil para a nova administração. A conquista da confiança na condução econômica pela dupla Palocci-Meirelles fez com que a maior parte do dinheiro do Fundo nem fosse sacada porque os financiamentos voltaram. No final de 2008, houve de novo uma drástica suspensão do crédito externo para empresas brasileiras, mas não se pode culpar o governo Lula por isso. Como se sabe, foi a crise bancária americana e europeia. Com alguns números se pode construir versões fantasiosas, ou se ter a coragem de dizer a verdade, mesmo em época eleitoral, para não negar o mérito do passado, e mostrar o que se avançou.
Há virtudes na política econômica do começo do governo Lula. Nos últimos tempos há muitos defeitos também. Mas o importante agora é constatar que não é verdade que o país tenha crescido abaixo da média dos outros durante o governo Lula por culpa do governo anterior. O Brasil cresceu 1% em 2003. Depois cresceu forte em 2004. Nos anos de 2005 e 2006 o PIB variou 3,16% e 3,9% e o mundo crescia bem mais. Não é possível responsabilizar o governo anterior por isso, evidentemente. Depois de crescer 6% e 5% em 2007 e 2008, o Brasil teve uma pequena queda do PIB, de 0,19%, no ano passado, por causa da crise externa e não de qualquer erro do governo Lula. Um número melhor do que o da Rússia, e abaixo dos outros Brics.
Enfim, a História é o que a História é. Essas distorções da realidade de época de campanha são tentativa de manipulação da opinião pública. Ofendem a memória e a inteligência das pessoas. Seria preferível que a candidata governista falasse da boa notícia de que em 2010 o país cresce forte, com inflação baixa, e criando emprego. E não que menosprezasse as vitórias de países menores ou que falsificasse tão grosseiramente os fatos recentes da História do Brasil.




Míriam Leitão
Colômbia e Venezuela precisam do comércio

São muitos os motivos por trás das pazes entre Colômbia e Venezuela. Nessa briga recente, Hugo Chávez fez o que sempre faz: atacar o acusador. O ex-presidente Uribe acusou a Venezuela de dar abrigo aos terroristas das Farc e Chávez rompeu relações. Agora, está querendo provar que era uma briga só com o Uribe.
Na verdade, o presidente da Venezuela ainda não conseguiu demonstrar que não dá apoio às Farc. Esse é o ponto central da briga com a Colômbia.
Há também um motivo econômico: o comércio entre os países sempre foi forte, mas está diminuindo. Isso prejudica os dois. É do interesse da Colômbia e da Venezuela deixar de lado a retórica para fazer negócios.




SITUAÇÃO




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