sábado, 14 de agosto de 2010



Eliane Cantanhêde
Todos contra um

Não bastasse estar há dois anos em campanha para Dilma, Lula agora coloca o governo inteiro ostensivamente à disposição da candidata. Entrou no vale-tudo.
Foi só os candidatos botarem a cara (e as ideias, táticas, erros e acertos) no horário nobre da principal TV do país, e lá está Lula intensificando o ataque e a defesa de Dilma. Quando ele dá uma bronca e manda os ministros trabalharem, leia-se: trabalharem para Dilma.
A primeira parte da estratégia foi a tabelinha entre o discurso da candidata e a "agenda positiva" do governo, forçando uma coincidência entre o que ela fala e o que os ministros anunciam ou requentam.
Exemplo: o Ministério do Trabalho anunciou o total de empregos gerados em 2009 justamente no dia do debate da Band.
A segunda parte da estratégia foi a divulgação ostensiva de dados que confrontam os governos FHC e Lula, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, subestimando os dados de um, superestimando os do outro e servindo de garoto-propaganda da campanha petista.
Exemplo: um dos quadros de Mantega, segundo o repórter Gustavo Patu, informa que a média de crescimento dos oito anos do tucano foi de 3,5%, mas não considera o primeiro ano, que aumenta esse percentual para 6,2%. De 6,2% para 3,5%, assim, na cara dura.
A terceira foi botar os ministros e seus assessores, pagos com dinheiro público, para monitorar tudo o que Serra faz e "desconstruir" os dados, o discurso e a imagem de bom gestor do principal adversário.
Exemplo: o Ministério dos Transportes produz a contestação a dados expostos por Serra e joga nos sites amigos e na campanha.
Imagine-se agora se FHC pusesse Pedro Malan, Pedro Parente e duas dezenas de ministros para fazer a campanha de Serra contra Lula em 2002? Seria um escândalo.
É a ética da luta sindical: contra eles, não pode, é escândalo; contra os outros, sempre pode tudo.




Josias de Souza
Sobre a corrupção, a eleição e o ‘estrondoso’ silêncio

A Promotoria de São Paulo esquadrinha uma quadrilha que se especializou em beliscar o prato da garotada.
Desviam-se verbas da merenda escolar. Em dois anos, foram mordidos pelo menos R$ 280 milhões.
A coisa envolve funcionários de 35 prefeituras e empresas fornecedores de merenda. Suspeita-se do envolvimento de prefeitos e secretários.
De um lado, ajeitam-se as licitações. Do outro, pagam-se as propinas –de 5% a 15%. A mutreta se espraia por prefeituras de outras partes do país.
Sob esse cenário, em que o furto alcança até o estômago das crianças, a corrupção foi como que banida do debate eleitoral de 2010.
Violação de cofres públicos, como se sabe, é coisa encontradiça em várias partes do mundo. Quase todas no Brasil.
Numa rodinha de chope, se o amigo fala em corrupção, é difícil mudar de assunto. Muda-se, no máximo, de corrupto.
A despeito disso, o tema sumiu da agenda partidária. Compreensível. Já não há mais freiras no bordel.
Hoje, não se pode mais mencionar apenas o nome do escândalo. É imperioso citar também o sobrenome.
Há o mensalão do PT federal, o mensalão do DEM de Brasília, o mensalão do PSDB de Minas...
No PMDB, há a calva dissimulada de Alagoas, a sobrancelha assanhada do Pará, o bigode indestrutível do Maranhão...
Chega-se a uma inescapável conclusão: o Estado brasileiro entrega-se a um esforço diuturno para provar aos cidadãos que não existe mais coisa nossa.
Agora só há Cosa Nostra. Sob o silêncio, misturam-se, em amistosa cumplicidade, culpados inocentes e inocentes culpados.




SP paga R$ 50 a aluno que for a reforço de matemática
Projeto abrange estudantes de 6º e 7º ano com dificuldade na disciplina
"Vale-presente" começa a ser testado com 1.200 alunos da rede estadual; dinheiro será entregue para o próprio aluno


O Governo de São Paulo vai pagar até R$ 50 a alunos do ensino fundamental (11 e 12 anos) com notas baixas que participem de aulas de reforço em matemática -disciplina em que os resultados da rede estadual são piores.
O dinheiro será dado diretamente ao estudante, e não a sua família. O valor é proporcional à presença nas atividades, realizadas duas vezes por semana, em sessões de 90 minutos, por três meses. Se não faltar nenhuma vez, o aluno ganha R$ 50 ao final do período.
Educadores ouvidos mostraram opiniões diferentes sobre o tema. Os mais críticos dizem ver um estímulo para que o aluno tire nota baixa pensando na possibilidade de ganhar o dinheiro e um combate equivocado do problema.
Para outros, trata-se de um bom incentivo para comparecimento ao reforço.
O pagamento a alunos com dificuldade integra o projeto da Secretaria da Educação em que 400 bons estudantes do ensino médio da rede estadual darão tutoria (atividades de reforço) em matemática para 1.200 alunos do 6º e 7º anos.
A gestão Alberto Goldman (PSDB) decidiu dar o "vale-presente" aos alunos com notas baixas para estimular a presença às atividades, que não são obrigatórias.
Durante o desenvolvimento do projeto, levantou-se a possibilidade de que houvesse muitas faltas dos estudantes e até mesmo desistências. Chegou-se a pensar em sorteios de notebooks.
O reforço começa no mês que vem. O projeto é piloto e pode ser ampliado. A rede tem 4,2 milhões de alunos.
MÉDIAS BAIXAS
Exames estaduais e nacionais mostram que matemática é o ponto mais crítico do ensino público, tanto em São Paulo como no país. Na última avaliação paulista, chegou a haver recuo na média no ensino médio.
Professores da rede mostraram preocupação com o pagamento aos alunos. A principal é que eles poderão tirar notas baixas apenas para integrar o reforço e ganhar o dinheiro.
Os participantes do projeto serão escolhidos com base nas notas do Saresp e boletins escolares. As inscrições começaram no dia 4 e terminaram no dia 13 de agosto, no site www.multiplicandosaber.org.br.
Para isso, era preciso que a escola do estudante tivesse sido uma das 441 escolhidas.
Os estudantes-tutores ganharão bolsa de R$ 115.
O projeto é financiado pelo governo, Banco Interamericano de Desenvolvimento e parceiros. Também participam a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e docentes da USP.




Canais de TV do Líbano cancelam seriado sobre Jesus


Dois canais de televisão muçulmanos do Líbano, incluindo a TV al-Manar, do Hezbollah, anunciaram que decidiram deixar de transmitir um seriado sobre a vida de Jesus depois de receber queixas de cristãos.
O Al-Manar e a TV NBN disseram que selecionaram o seriado para exibir durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã, mas que decidiram "deixar de transmiti-lo para prevenir qualquer tentativa de usá-lo de modo negativo."
O seriado "lança luz sobre a grande personalidade do profeta de Deus Eissa Bin Mariam (Jesus filho de Maria) e sua mensagem divina, que reflete seu sofrimento, sua paixão e seus sacrifícios com toda a glorificação ao longo de sua vida", disseram os canais em comunicado conjunto.
Jesus é visto pelo islã como profeta reverenciado, mas os muçulmanos não aceitam as crenças cristãs de que ele teria sido filho de Deus, de sua morte na cruz e sua ressurreição. O Alcorão diz que Deus salvou Jesus da crucifixão e o conduziu ao céu.
O Al-Manar e o NBN frequentemente transmitem seriados religiosos durante o Ramadã. No ano passado o Al-Manar transmitiu um seriado sobre a vida do profeta Yusuf, o José bíblico.
O bispo Bechara Rai, presidente da Comissão Episcopal para a Mídia de Massas no Líbano, disse que cristãos fizeram objeções aos eventos "distorcidos" mostrados no seriado sobre Cristo.
"Observamos que os eventos que vimos rapidamente nos 17 episódios que nos foram entregues pelas duas estações estavam totalmente errados, ou parcialmente errados ou distorcidos, ou eram incoerentes com a Bíblia reconhecida pela Igreja", disse Rai.
"O seriado também nega a divindade de Cristo. Mostra que a pessoa que foi crucificada foi Judas, e não há ressurreição."
O Líbano tem grandes comunidades de cristãos e drusos, além de muçulmanos sunitas e xiitas.




Hacker acusado de tráfico internacional de cartões de crédito é preso na França

Um cidadão russo suspeito de ser um dos maiores criminosos virtuais do planeta foi interrogado em Nice, na França, após ordem de prisão internacional emitida pelos Estados Unidos, que pedem sua extradição, afirmou uma fonte judicial.
Vladislav Anatolievitch Horohorine, 27 anos, foi preso em 7 de agosto quando embarcava em um avião para Moscou, segundo a fonte.
Ele é procurado pela Justiça e polícia norte-americanas, que o acusam de estar envolvido com uma rede de tráfico internacional de cartões de crédito.
Acusado por um júri dos Estados Unidos de uso fraudulento de tecnologia e roubo de identidade, Vladislav Horohorine pode ser um dos criadores de uma página na Internet que vende dados roubados de cartões de crédito.
Segundo documentos da Justiça norte-americana, a investigação que levou à prisão mobilizou agentes secretos dos Estados Unidos infiltrados.
"A rede criada pelos fundadores do CarderPlanet, um dos quais Vladislav Horohonine, é uma das organizações mais sofisticadas de delinquentes financeiros no mundo", afirmou em Washington um dos responsáveis pela investigação.




Aplique de cabelo leva empresa a processar Paris Hilton

Muita gente já acordou com o cabelo ruim, mas perder 35 milhões de dólares por causa disso? Nem mesmo Paris Hilton está disposta a tal prejuízo.
Advogadas da socialite disseram que vão explorar "todas as nossas defesas vigorosamente e potenciais reivindicações de indenização" contra uma empresa que processou Paris, pleiteando 35 milhões de dólares pela violação de um contrato que a obrigava a usar apliques capilares dessa companhia, a Hairtech International, com sede em Beverly Hills.
A empresa moveu a ação alegando que Paris, herdeira da cadeia de hotéis Hilton, rompeu em 2008 um contrato ao usar um aplique de uma concorrente.
A Hairtech também acusou Paris de faltar a uma festa de lançamento da empresa em 2007 por estar na cadeia, e que isso causou prejuízos de 6,6 milhões de dólares à companhia, segundo relatos da imprensa.




Bactéria mutante resistente a todos os antibióticos disponíveis deixa o mundo em alerta

Uma nova linhagem de bactéria que vem se espalhando rapidamente e tem se mostrado resistente à maioria dos antibióticos está deixando a comunidade médica do mundo inteira em alerta, anunciaram os cientistas num artigo publicado na revista "Lancet". A bactéria mutante, que seria uma forma mais resistente da E.coli, pode levar à morte por pneumonias e infecções urinárias e seria contraída pela água. Os primeiros casos surgiram na Índia e no Paquistão e chegaram ao Reino Unido através de ingleses que foram à Índia para se submeterem a cirurgias estéticas e tratamentos médicos. O temor é que agora ela se espalhe pelo mundo.
A bactéria mutante tem uma enzima chamada de NDM-1, produzida por um novo gene que confere altíssimo nível de resistência aos antibióticos. Em três anos, explicou o professor Tim Walsh, da Universidade de Cardiff, o descobridor do gene, a prevalência da bactéria era de apenas de 1% a 3 % dos pacientes com infecções enterobacterianas na Índia.
- É incrível como a expansão da bactéria foi rápida, graças à globalização e ao turismo médico - explica Walsh. O gene agora pode chegar a qualquer lugar rapidamente.
Walsh disse que é não é possível prever a prevalência da bactéria no Reino Unido, mas a Agência de Proteção à Saúde do país lançou um alerta aos médicos. O grande temor é a falta de medicamentos que possam combatê-la. Segundo os cientistas, mesmo que se comece a investir agora em novos antiobióticos, eles não estarão disponíveis rapidamente.
- Temos um prazo de 10 anos para desenvolver um medicamento capaz de tratar esse tipo de infecção. É a primeira vez que chegamos a um estágio tão ameaçador com este tipo de bactéria.




Superbactéria mutante e resistente a antibióticos faz primeira vítima fatal

O microbiologista Denis Pierard, do hospital onde a vítima foi atendida


Um homem belga é a primeira vítima fatal da nova superbactéria originária da Índia e cuja descoberta foi divulgada esta semana. Ele sofreu um acidente de carro na Paquistão, onde acabou infectado após ser hospitalizado no país antes de ser repatriado para continuar seu tratamento, afirmou Denis Pierard, microbiologista do hospital AZ VUB, em Bruxelas, para onde o homem foi transferido. Apesar de ter sido tratado com colistina, um poderoso antibiótico, o homem acabou morrendo.
- O epicentro da presença desta bactéria parece ser a Índia e o Paquistão, mas aparentemente devido ao contato e às viagens, sua disseminação está se alastrando - explicou Youri Glupczynski, bacteriologista da Universidade de Leuven.
A superbactéria, da família das enterobactérias, entre elas a Escherichia coli e a Salmonella, desenvolveu um gene mutante, batizado NDM-1, que lhe dá a capacidade de produzir uma enzima capaz de degradar e, assim, tornar ineficazes grande parte dos antibióticos hoje usados como um dos últimos recursos no tratamento de infecções hospitalares graves. Sua aparição foi descrita pelo professor Tim Walsh, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, na edição do jornal científico "Lancet". Os primeiros casos surgiram na Índia e no Paquistão e chegaram ao Reino Unido através de ingleses que foram à Índia para se submeterem a cirurgias estéticas e tratamentos médicos. O temor é que agora ela se espalhe pelo mundo.




Bactéria que assustou a Europa é identificada em três australianos

Três australianos que viajaram para a Índia foram infectados pela bactéria NDM-1, cuja forte resistência aos antibióticos causou alarme na Europa após a detecção de casos no Reino Unido e Bélgica, informaram fontes sanitárias. Os três casos, incluindo uma paciente que se submeteu a uma operação de cirurgia plástica em Mumbai, são "a ponta do iceberg" do problema, advertiu o professor Peter Collignon, diretor do departamento de doenças infecciosas do Hospital de Canberra.
O gene NDM-1 (Nova Délhi metallo-b-lactamase 1), que infectou pelo menos 50 pessoas no Reino Unido e causou em junho a morte de um doente na Bélgica, foi identificado em 2009 em um paciente sueco que tinha sido internado em um hospital indiano. A revista científica The Lancet publicou um artigo no qual alertava que o aumento das viagens de longa distância contribuiu para a expansão da bactéria resistente, que até agora só tinha sido encontrada em pacientes da Índia, Bangladesh e Paquistão.
No entanto, as autoridades indianas negaram que a bactéria tenha sido propagada desde seu país, e qualificaram as informações como "sensacionalismo" e "propaganda maliciosa". Colligno, especialista em antibióticos, disse que "provavelmente, a bactéria está matando muitas pessoas, mas como isso acontece nos países em desenvolvimento, não há forma de averiguar".
O professor, que também é membro da Organização Mundial de Saúde, disse que as bactérias resistentes aparecem devido ao uso excessivo dos antibióticos na medicina e agricultura, e acrescentou que é preciso controlar seu uso para evitar a difusão do NDM-1.




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