Quem está pagando as contas de Lula? Para conspirar a favor de Dilma, Lula aluga uma suntuosa suíte de um hotel em Brasília, mas não revela quem está bancando as despesas
Nas últimas semanas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se
dedicado a uma atividade pouco republicana: evitar a queda da presidente
Dilma Rousseff, aprovada pela Câmara dos Deputados e amparada em
preceitos constitucionais. Em sua sanha desesperada, Lula reúne-se com
velhos camaradas, conspira ao lado de integrantes relutantes do governo,
urde tramas mirabolantes para conter o naufrágio do projeto petista. Na
esperança de que as tramoias surtam algum efeito, Lula se aboletou no
Royal Tulip, hotel localizado a menos de 1 km do Palácio do Alvorada, a
residência oficial de Dilma. Por si só, a proximidade com o Alvorada é
uma afronta ao processo de impeachment. Afinal, apenas alguns poucos
metros separam o comando da nação de um QG que tem o objetivo de buscar
apoio, de forma nem sempre republicana. Mas há outro motivo que causa
ainda mais indignação. Lula e seus asseclas têm gastado uma pequena
fortuna para manter o aparato. Quem paga essa conta?
De acordo com informações obtidas junto a funcionários do hotel, desde
que Lula se instalou no Tulip, há pouco mais de um mês, as despesas
superam R$ 800 mil. Apenas a unidade que Lula ocupa tem 76 m². Ela conta
com quarto e sala separados e varandas com vista para o Lago Paranoá e a
piscina. Na antessala, uma suntuosa mesa de reuniões para 6 pessoas é o
lugar preferido para os conchavos entre petistas. Além da suíte
presidencial de Lula, outras três acomodações são ocupadas por sua
entourage. A turma toda, composta por mais de uma dezena de pessoas,
entre assessores, seguranças e companheiros petistas, faz todas as
refeições no local, elevando a conta em alguns milhares de reais.
Não foi esclarecida a origem do dinheiro para bancar essa gastança. A
história é nebulosa. Procurado, o Instituto Lula recusou-se a responder
sobre os gastos com a hospedagem. Já o Royal Tulip declarou que não
fornece informações sobre hóspedes. Como nos finais de semana Lula vem
para São Paulo, há despesas também com o deslocamento aéreo em jatinhos
particulares. Durante muito tempo, Lula usou a aeronave privada de
Walfrido dos Mares Guia, um dos seus ex-ministros, para fazer
deslocamentos Brasil afora. Há alguns dias, Mares Guia negou que, na
última semana, tenha cedido a aeronave. Para ir conspirar em Brasília,
em pelo menos duas ocasiões Lula viajou a bordo de um Cessna prefixo
PR-LFT. A aeronave está registrada em nome da Global, empresa de táxi
aéreo. A Global não divulga detalhes de seus negócios. A reportagem
apurou que um voo de ida e volta entre São Paulo e a capital do País a
bordo de um jatinho tipo Cessna custa cerca de R$ 40 mil.
Lula tomou uma série de medidas para não deixar rastros de sua operação
em Brasília. Escaldado por experiências anteriores, mandou cobrir as
câmeras de vigilância do andar de sua suíte. Ele certamente se lembrou
do episódio com José Dirceu, que, às vésperas de ser preso, também
montou um QG em um hotel brasiliense para receber ministros e diretores
da Petrobras. Cenas dos encontros foram gravadas pelas câmeras de
segurança, e imagens constrangedoras acabaram exibidas na TV. Na semana
mais intensa de sua estadia, a que antecedeu a votação do impeachment,
Lula proibiu que os visitantes fossem encontrá-lo com celulares. É que
ele tinha aprendido outra valiosa lição. O senador Delcídio do Amaral
acabou preso depois de ter uma conversa sua gravada por um aparelho de
celular, na qual discutia um plano de fuga do Brasil do ex-diretor da
Petrobras Nestor Cerveró. As restrições impostas por Lula incomodam
outros hóspedes do Tulip, que não admitem ter sua segurança comprometida
pela ausência de câmeras e pela presença ostensiva de leões de chácaras
petistas. Alguns deles ficam circulando no lobby do hotel para
monitorar a movimentação de curiosos.
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