‘Jetons’ chegam a triplicar salários de ministros
José Eduardo Cardozo |
Os cargos de ministro de Dilma eram disputados a tapa pelos aliados do
governo não só pelo foro privilegiado, mas também pelos valiosos
“jetons” (bônus) pela participação deles em reuniões mensais dos
conselhos de administração de estatais. O ex-ministro da Justiça e atual
advogado-geral de Dilma, José Eduardo Cardozo, cujo salário é de R$31
mil, recebe mais R$ 42,7 mil como conselheiro do BNDES.
O salário mínimo subiu 21,5% desde 2014. Mas a boquinha de Cardozo no BNDES mais do que dobrou no mesmo período.
O ministro Valdir Simão (Planejamento), ex-CGU, chegou a receber em
outubro de 2015 R$ 100 mil líquidos, entre jetons e verba indenizatória.
Jetons são pagos como “vantagem eventual” e não estão sujeitos à restrição do teto constitucional do funcionalismo público.
Um terço dos ministros de Dilma tem o salário de R$ 31 mil aumentado com
jetons de estatais como Petrobras, Correios, Banco do Brasil, etc.
Com o iminente afastamento de Dilma, a equipe da presidente tentará
negociar uma ‘saída honrosa’ do Planalto, para minimizar os danos à sua
imagem, ao partido e até a Lula. Dilma instruiu os ministros Ricardo
Berzoini e Jaques Wagner para tentarem garantir-lhe residência oficial,
esquema de segurança, uso de jatinhos da FAB e estrutura de
assessoramento, por meio da quarentena remunerada.
Durante seu afastamento, Dilma pretende montar o “governo paralelo” às
custas da União, para ajudá-la na articulação e em sua defesa.
Afastada do cargo, Dilma pretende recorrer a instâncias internacionais,
mas até agora só obteve apoio explícito de Cuba, Bolívia e Venezuela.
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