Polícia Federal pede indiciamento do Presidente do Bradesco Luiz Trabuco na Operação Zelotes
O Ministério Público Federal no Distrito Federal recebeu na terça-feira
(31.mai.2016) relatório da Polícia Federal (PF) que indicia o presidente
do Bradesco e outras nove pessoas no âmbito da Operação Zelotes, que
investiga a venda de sentenças do Carf (Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais).
O Ministério Público ainda avalia o relatório e deve solicitar novas
diligências antes de decidir se apresenta ou não denúncia à Justiça por
corrupção ativa contra o presidente do banco Bradesco.
O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco |
A PF indiciou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e dois
executivos do banco no inquérito da Operação Zelotes que investiga
compra de decisões no Carf (Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais). Além de Trabuco, a PF indiciou um dos diretores
vice-presidentes, Domingos Figueiredo de Abreu, e o diretor gerente e de
relações com investidores Luiz Carlos Angelotti. Os demais indiciados
seriam ligados ao Carf e ao escritório de consultoria.
A Zelotes suspeita que o banco tenha negociado a contratação de serviços
de um escritório que atuava para corromper conselheiros do Carf e
livrar ou atenuar multas no órgão.
As investigações mostraram que o grupo investigado por corromper
integrantes do Carf conversou com executivos do banco a respeito de um
“contrato” para anular um débito de R$ 3 bilhões com a Receita Federal.
A PF já havia apontado em relatório que Trabuco e os outros dois
executivos da instituição financeira se encontraram com emissários da
organização criminosa para discutir como seria a atuação no órgão. A PF
também indiciou o auditor da Receita Federal Eduardo Cerqueira Leite,
que teria articulado a reunião entre os integrantes do esquema e o
comando do banco. No total, foram pedidos dez indiciamentos.
A conclusão do inquérito relativo ao Bradesco já foi encaminhado pela PF
ao Ministério Público Federal, que pode ou não apresentar denúncia à
Justiça Federal.
Os indiciamentos são pelos crimes de tráfico de influência, corrupção
ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A notícia de que a Polícia Federal indiciou o presidente do Bradesco,
Luiz Carlos Trabuco, e dois executivos do banco no inquérito da Operação
Zelotes fez as ações do banco fecharem em forte queda na terça-feira,
31.mai.2016.
Os papéis ON (ações com direito a voto) do Bradesco fecharam em queda de
3,69% (a R$ 24,51) e os PN (com preferência na distribuição de
dividendos) recuaram 5% (R$ 22,80). Também no setor bancário, Itaú
Unibanco PN caiu 2,19% e Santander Unit, -1,97%.
O Ibovespa — que reúne as principais ações da Bolsa — terminou o dia em
baixa de 1,01%, aos 48.471 pontos. Já o dólar subiu 0,92%, para R$ 3,61.
Em nota, o Bradesco informa que não houve contratação dos serviços
oferecido pelo grupo investigado e acrescenta que foi derrotado por 6
votos a 0 no julgamento do Carf. O Bradesco esclarece ainda que Trabuco
não participou de qualquer reunião com o grupo citado.
O mérito do julgamento se refere a ação vencida pelo Bradesco em todas
as instâncias da Justiça, em questionamento à cobrança de adicional de
PIS/Cofins. Esta ação foi objeto de recurso pela Procuradoria da Fazenda
no âmbito do Carf.
O Bradesco irá apresentar seus argumentos juridicamente por meio do seu corpo de advogados.
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