segunda-feira, 2 de maio de 2016


PGR pede abertura de inquérito ao STF contra Aécio Neves — caso o pedido seja aceito, o tucano passará a ser oficialmente investigado em desdobramento da Operação Lava Jato



O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves


A Procuradoria Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira (02.mai.2016) um pacote de pedidos de aberturas de inquéritos com base na delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). Dentre eles, duas investigações contra o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e outra que atinge a cúpula do PMDB no Senado, como o presidente da Casa Renan Calheiros (AL).
Caso o ministro Teori Zavascki determine a abertura dos inquéritos, Aécio passará a ser oficialmente investigado em desdobramento da Operação Lava Jato. São duas linhas de apuração contra o senador: uma, a suspeita do recebimento de propina de Furnas, e outra, a acusação de que maquiou dados do Banco Rural para esconder o mensalão do PSDB.
No caso do Banco Rural, também deve ser investigado o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), próximo a Aécio e que, segundo Delcídio, sabia que os dados estavam sendo maquiados.
Outro inquérito solicitado pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, que envolve Renan, é contra os senadores do PMDB Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA) e Valdir Raupp (RO) sob suspeita do recebimento de propina das obras da hidrelétrica de Belo Monte.
Neste caso, a PGR pediu que os fatos relativos a Belo Monte sejam distribuídos nos inquéritos já existentes contra esses senadores, sem a abertura de um procedimento específico sobre o caso.
Uma quarta investigação é contra o ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo e o deputado petista Marco Maia (PT-RS) pela participação na CPI Mista da Petrobras realizada em 2014. Eles foram acusados de participar de um esquema para achacar empresas investigadas pela CPI em troca de recursos para a campanha. Vital era o presidente da comissão e, Maia, o relator.

Há no STF 65 inquéritos que envolvem ao menos 92 parlamentares e autoridades com foro privilegiado, investigados na Operação Lava Jato. Todo esse trabalho vem sendo coordenado pelo ministro-relator Teori Zavascki, sob segredo de Justiça, e mostra que o maior escândalo de corrupção da História, iniciado no governo Lula, em 2004, e desbaratado no governo Dilma, em 2014, está longe de acabar.

Na Câmara, 298 (58%) dos 513 deputados respondem a algum tipo de processo na Justiça; de ações eleitorais a ações penais.

No Senado, segundo o portal Excelências, 45 (55,5%) dos 81 senadores respondem a algum tipo de processo na Justiça.




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