Odebrecht oficializa negociação de delação premiada
e vai detalhar doações
e vai detalhar doações
A Odebrecht e o Ministério Público Federal assinaram na quarta-feira
passada (25.mai.2016) o documento que formaliza a negociação de delação
premiada e de leniência da empreiteira no âmbito da Operação Lava Jato.
As conversas já vinham ocorrendo há alguns meses, mas a partir de agora
são oficiais.
Integrantes do Ministério Público pretendem, com a formalização,
convocar até mesmo Emílio Odebrecht, ex-presidente da empresa e pai de
Marcelo Odebrecht, que está preso, para dar informações.
A empreiteira se comprometeu oficialmente a detalhar o financiamento de
todas as campanhas majoritárias de anos recentes com as quais colaborou —
como as de Dilma Rousseff a presidente da República e Michel Temer vice
e a de Aécio Neves a presidente, em 2014. Ou seja, nenhum dos grandes
partidos (PT, PSDB e PMDB) deve ser poupado.
Apesar dos rumores insistentes de que Marcelo Odebrecht pode envolver
diretamente Dilma, que teria pedido a ele recursos para a campanha de
2014 num encontro no Palácio da Alvorada, o tema não foi ainda abordado
oficialmente com o Ministério Público Federal.
Os procuradores negociaram para ter acesso a toda a contabilidade de
caixa dois da empresa, o que pode envolver centenas de políticos e até
mesmo autoridades de outros poderes. Para se ter uma ideia do alcance
dos dados que devem ser fornecidos, só numa das operações de busca e
apreensão feitas na empreiteira foi encontrada uma lista com o nome de
mais de 300 políticos.
O termo assinado pela Odebrecht e pelos procuradores não define o número
exato dos executivos que devem delatar. Mas ele pode chegar a 50.
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