sábado, 2 de agosto de 2014


Caldeirão religioso no leste de São Paulo

Uma freira e uma muçulmana coberta dos pés à cabeça por um véu se cruzam em uma faixa de pedestres na avenida Celso Garcia, no Brás, onde começa a zona leste de São Paulo. Diante delas está o Templo de Salomão, obra de 100 mil metros quadrados levantada pela neopentecostal Igreja Universal do Reino de Deus - construção quatro vezes maior que o Santuário de Aparecida do Norte.
O templo, uma réplica do que foi destruído em Jerusalém há mais de 2 mil anos, foi inaugurado em meio a polêmicas pelo fato de o prédio não ter uma licença definitiva da prefeitura. A enorme construção coroa a forte mistura religiosa nas regiões do Brás e do Pari.
Em um raio de cerca de 4 km encontra-se mais de 20 igrejas católicas e ortodoxas, templos evangélicos de diferentes denominações, centros religiosos afro-brasileiros, mesquitas e seguidores do espiritismo.
Parte dessa mistura se explica pela forte tradição operária e imigrante da região, que em séculos passados atraiu italianos, portugueses e libaneses e hoje recebe fluxos de bolivianos, peruanos e africanos de diversas nacionalidades.
No início do século 20, vieram as igrejas católicas, catedrais ortodoxas e mesquitas. No final do século, com a expansão das igrejas evangélicas, sobretudo as pentecostais, os templos começaram a pipocar por ali.


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