Terroristas divulgam vídeo de jornalista americano sendo decapitado
Grupo mostra outro repórter e ameaça: a vida dele está nas mãos de Obama
Em foto de setembro de 2011, o jornalista James Foley aparece em uma estrada na Líbia |
O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) afirmou ter decapitado um
jornalista americano desaparecido há quase dois anos na Síria. Os
jihadistas publicaram um vídeo na internet mostrando a decapitação. O
vídeo intitulado “Uma Mensagem aos Estados Unidos”, foi postado em redes
sociais.
O jornalista foi identificado pelo grupo como James Foley, que foi
capturado por homens armados na Síria em novembro de 2012. A Casa Branca
informou que está trabalhando para verificar a autenticidade do vídeo. O
Conselho de Segurança Nacional afirmou que a inteligência americana
está trabalhando “o mais rápido possível para determinar a
autenticidade”. “Se for genuíno, estamos revoltados com o brutal
assassinato de um inocente jornalista americano e expressamos nossas
mais profundas condolências à sua família e amigos”, disse a porta-voz
do conselho, Caitlin Hayden.
Foley, de 40 anos, é jornalista freelance e estava trabalhando para o
GlobalPost, uma publicação online com sede em Boston, e também para a
agência de notícias France Presse, informou o jornal The New York Times.
Os jihadistas afirmaram ainda que outro jornalista dos Estados Unidos,
Steven Sotloff, é mantido refém e que sua vida depende da próxima
decisão do presidente Barack Obama. O homem aparece no final do vídeo,
também de joelhos e também com roupas cor de laranja. Sotloff,
colaborador das revistas Time e Foreign Policy desapareceu na fronteira
entre da Síria com a Turquia em julho de 2013.
No último dia 8, o Exército americano iniciou uma série de ataques
aéreos contra o EI no Iraque, onde o grupo tem conseguido avanços. Foram
os primeiros ataques dos EUA no Iraque desde a retirada das tropas do
país, em 2011.
O grupo está impondo uma selvageria cotidiana em um vasto território
entre a Síria e o Iraque, decapitando, crucificando e executando
sumariamente os considerados 'infiéis'. Os terroristas têm a meta de
instituir um governo baseado na lei religiosa e expandir sua jihad, a
guerra contra os infiéis, a partir do Oriente Médio.
A estética da barbárie funciona como arma de propaganda para aterrorizar
os inimigos e garantir a obediência das populações das cidades
conquistadas e também para atrair desajustados e radicais sunitas de
todas as nacionalidades.
Vídeo divulgado pelos terroristas do Estado Islâmico com jornalista James Foley |
Vídeo
“Peço a meus amigos, família e entes queridos que se levantem contra
meus verdadeiros assassinos, o governo americano, porque o que vai
acontecer comigo é apenas o resultado de sua complacência e
criminalidade”, diz o homem, de joelhos, vestido com uma roupa laranja, a
mesma cor dos uniformes usados pelos presos de Guantánamo.
O homem com o rosto coberto então diz: “Este é James Wright Foley, um
cidadão americano, de seu país. Como governo, você tem estado na linha
de frente da agressão contra o Estado Islâmico. Hoje, sua força aérea
militar está nos atacando diariamente no Iraque. Seus ataques causaram
vítimas entre os muçulmanos. Você não está mais combatendo uma
insurgência. Nós somos um Exército islâmico e um Estado que foi aceito
por um grande número de muçulmanos no mundo todo”.
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