Ricardo Setti |
Boa notícia para os brasileiros de bem,
que têm esperanças num Congresso decente: o senador Pedro Simon,
referência moral no Senado, volta atrás e decide candidatar-se à
reeleição.
É uma grande notícia para os brasileiros que, como eu, ainda acreditam
na possibilidade de o Congresso recuperar sua péssima imagem perante o
público, voltar a ter respeitabilidade e independência em relação ao
governo e cumprir seus deveres – sobretudo os de ser o grande agente
fiscalizador do Executivo e a caixa de ressonância dos anseios da
sociedade: o senador Pedro Simon (PMDB-RS) voltou atrás em sua decisão
de deixar a vida pública e voltará a concorrer às eleições.
Não está em questão, para mim, se Simon, 84 anos, é do PMDB ou não, se
concordo ou não com suas posturas e pontos de vista: o que sei é que o
velho senador é uma das derradeiras consciências morais do Congresso, é
um homem de bem, decente e corajoso, que diz o que pensa e que não tem
medo de meter o dedo nas feridas que infernizam a vida pública
brasileira.
Um Dom Quixote, muitas vezes solitário e isolado — é parte daquela
parcela ínfima do PMDB que não se alinha automaticamente com o Palácio
do Planalto e que vota de acordo com sua consciência –, Simon faria uma
enorme falta se estivesse fora da eleição.
Lamentei sua decisão de deixar a vida pública, agora felizmente
revertida, como lamentei profundamente a morte, em 2008, de outra
referência de dignidade e honra no Congresso, o senador Jefferson Peres
(PDT-AM), a despeito de discordar de algumas de suas opiniões e de não
ver com bons olhos o partido para o qual ele se transferiu, após deixar o
PSDB pelo qual foi eleito.
O entusiasmo pela decisão do senador, para mim, é multiplicado pelo fato
de ele concorrer para a vaga com uma das estrelas do lulopetismo, o
ex-governador Olívio Dutra, que espero ardentemente seja derrotado por
Simon.
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