Luiza Erundina vai coordenar a campanha de Marina Silva
A direção nacional do PSB escolheu a deputada federal Luiza Erundina
(SP) para coordenar a campanha de Marina Silva à Presidência. O partido
avaliava se o candidato a vice-presidente, Beto Albuquerque, que havia
se oferecido para ocupar a coordenação interinamente, conseguiria
conciliar a função com os compromissos de campanha. O nome de Erundina
foi anunciado por meio de nota divulgada pelo PSB, que afirma que a
ex-prefeita de São Paulo foi designada pelo presidente nacional do
partido, Roberto Amaral.
Erundina já manifestou ser contra a aliança do PSB com o tucano Geraldo
Alckmin em São Paulo, costurada por Eduardo Campos mas que não será
honrada por Marina. A candidata descumpriu o acordo selado pelo
presidenciável, morto semana passada, para subir no palanque do PSDB
paulista – ela foi liberada pelo PSB das alianças que considerava
"desconfortáveis".
A escolha de Erundina ocorre no mesmo dia em que o PSB teve de tentar
contornar divergências internas em torno do nome de Marina, expostas
pela tensa saída do secretário-geral do partido, Carlos Siqueira, da
coordenação da campanha presidencial. O partido cogitou o nome de Milton
Coelho, que foi vice-prefeito de Recife e chefiava a área de
mobilização da campanha ao lado de Pedro Ivo. Mas Coelho também resolveu
deixar a campanha, alegando que sua participação estava vinculada à
relação pessoal com Eduardo Campos.
Nos dois últimos dias, o clima das reuniões do partido foi tenso,
marcado pelo desentendimento entre Siqueira e Marina. O secretário do
partido afirmou que a ex-senadora "não representa o legado de Eduardo
Campos".
O desentendimento aconteceu durante a escolha da nova equipe da
campanha, que passou por algumas alterações após Marina assumir a
candidatura. A ex-senadora indicou Walter Feldman, da sua Rede
Sustentabilidade, para coordenar a campanha e disse que o PSB deveria
escolher seu representante para a mesma função. Ao não ser citado,
Siqueira sentiu-se desprestigiado e disse ter sido maltratado pela
candidata. Para tentar minimizar o estrago, Marina classificou o
episódio como um "mal-entendido".
Um socialista que compõe a Executiva do partido relatou que
desentendimentos eram corriqueiros mesmo quando Campos estava à frente
da chapa. "É normal que as pessoas se sintam esgotadas durante a
campanha. Várias vezes o Carlinhos (como Siqueira é chamado por aliados)
entrou na sala do Eduardo e disse que não aguentava mais", disse.
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