sexta-feira, 22 de agosto de 2014


Luiza Erundina vai coordenar a campanha de Marina Silva

A direção nacional do PSB escolheu a deputada federal Luiza Erundina (SP) para coordenar a campanha de Marina Silva à Presidência. O partido avaliava se o candidato a vice-presidente, Beto Albuquerque, que havia se oferecido para ocupar a coordenação interinamente, conseguiria conciliar a função com os compromissos de campanha. O nome de Erundina foi anunciado por meio de nota divulgada pelo PSB, que afirma que a ex-prefeita de São Paulo foi designada pelo presidente nacional do partido, Roberto Amaral.
Erundina já manifestou ser contra a aliança do PSB com o tucano Geraldo Alckmin em São Paulo, costurada por Eduardo Campos mas que não será honrada por Marina. A candidata descumpriu o acordo selado pelo presidenciável, morto semana passada, para subir no palanque do PSDB paulista – ela foi liberada pelo PSB das alianças que considerava "desconfortáveis".
A escolha de Erundina ocorre no mesmo dia em que o PSB teve de tentar contornar divergências internas em torno do nome de Marina, expostas pela tensa saída do secretário-geral do partido, Carlos Siqueira, da coordenação da campanha presidencial. O partido cogitou o nome de Milton Coelho, que foi vice-prefeito de Recife e chefiava a área de mobilização da campanha ao lado de Pedro Ivo. Mas Coelho também resolveu deixar a campanha, alegando que sua participação estava vinculada à relação pessoal com Eduardo Campos.
Nos dois últimos dias, o clima das reuniões do partido foi tenso, marcado pelo desentendimento entre Siqueira e Marina. O secretário do partido afirmou que a ex-senadora "não representa o legado de Eduardo Campos".
O desentendimento aconteceu durante a escolha da nova equipe da campanha, que passou por algumas alterações após Marina assumir a candidatura. A ex-senadora indicou Walter Feldman, da sua Rede Sustentabilidade, para coordenar a campanha e disse que o PSB deveria escolher seu representante para a mesma função. Ao não ser citado, Siqueira sentiu-se desprestigiado e disse ter sido maltratado pela candidata. Para tentar minimizar o estrago, Marina classificou o episódio como um "mal-entendido".
Um socialista que compõe a Executiva do partido relatou que desentendimentos eram corriqueiros mesmo quando Campos estava à frente da chapa. "É normal que as pessoas se sintam esgotadas durante a campanha. Várias vezes o Carlinhos (como Siqueira é chamado por aliados) entrou na sala do Eduardo e disse que não aguentava mais", disse.


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