Termina prazo de 72 horas de trégua entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza
Desde início da ofensiva, 1.942 pessoas morreram em ambos os lados.
Tanque isralense dispara contra a Faixa de Gaza perto da fronteira |
Terminou às 2h desta sexta-feira (8 de agosto) – horário de Brasília – o
período de trégua de 72 horas estabelecido entre Israel e facções
palestinas na Faixa de Gaza. O prazo chegou ao fim em meio a negociações
para que o cessar-fogo temporário entre as partes fosse estendido.
Cerca de meia hora antes do término da trégua, o Hamas anunciou que não
prolongaria o acordo com Israel.
Desde o primeiro dia da ofensiva militar na Faixa de Gaza até o início
da trégua, 1.875 pessoas morreram, incluindo 430 menores de idade e 243
mulheres no lado palestino, segundo o ministério da Saúde. No lado
israelense, morreram 64 soldados e três civis.
Quatro horas antes do fim da trégua, o Exército de Israel informou no
Twitter que foguetes lançados da Faixa de Gaza atingiram o território
israelense. "Agora mesmo, dois foguetes disparados de Gaza atingiram o
sul de Israel. Não há registro de feridos. Os terroristas violaram o
cessar-fogo".
Na quinta-feira (7 de agosto), o braço armado do Hamas pediu que os
negociadores palestinos, que estavam no Cairo para tentar chegar a um
acordo sobre um cessar-fogo definitivo na Faixa de Gaza, não estendessem
a trégua que estava em vigor na região se suas demandas não fossem
atendidas. O grupo disse que estaria pronto para se envolver em uma
longa guerra caso o acordo de cessar-fogo não incluisse seus pedidos, em
particular, a abertura do porto de Gaza.
Soldado israelense faz oração perto da fronteira de Israel com Gaza, com fumaça de ataques vista ao fundo |
Negociações
Os mediadores egípcios trabalhavam contra o relógio para conseguir
estender a trégua na Faixa de Gaza entre Israel e palestinos. As
negociações estavam sendo feitas de maneira indireta, já que os dois
lados se recusaram a reunir-se face a face.
Israel demonstrava interesse em concordar com um prolongamento do
cessar-fogo, e os mediadores egípcios buscavam negociar uma trégua
duradoura para a guerra que devastou o enclave controlado pelo Hamas,
enquanto os palestinos colocam como condição a interrupção do bloqueio
egípcio-israelense e a libertação de prisioneiro detidos por Israel.
Os mediadores buscavam estabilizar e estender a atual trégua com um
acordo dos dois lados, além de abrir negociações em direção a um acordo
permanente de cessar-fogo.
Uma autoridade israelense disse que Israel "expressou sua disposição para estender a trégua sob os termos atuais".
Mas o líder do Hamas baseado no Cairo, Moussa Abu Marzouk, disse: "Se
havia uma oportunidade de paz, foi perdida junto com os corpos de nossas
crianças e os escombros de nossas casas".
Médicos palestinos correm para remover sobreviventes após bombardeio na Cidade de Gaza |
ONU pede trégua
A ONU pediu a extensão da trégua entre Israel e o Hamas para que os
palestinos de Gaza possam receber ajuda humanitária. "O cessar-fogo de
72 horas entre Israel e as facções palestinas, que entrou em vigor no
dia 5 de agosto, deve continuar", disse em um comunicado o coordenador
de Operações Humanitárias da ONU na Faixa de Gaza, James Rawley.
"Devemos aumentar rapidamente a magnitude de nossa intervenção
(humanitária) para atender às necessidades da população de Gaza, agora e
a longo prazo. Mas, para isso, precisamos uma trégua duradoura",
ressaltou.
Durante os últimos dois dias, equipes humanitárias distribuíram
alimentos para "centenas de milhares de pessoas", ressaltou Rawley. Além
disso, estão sendo realizadas obras para reparar a rede de água e
esgoto, acrescentou.
Palestino sentado em meio às ruínas de edifícios destruídos após bombardeios no sul de Gaza |
US$ 1,44 bilhão
A guerra de um mês em Gaza teve custo de US$ 1,44 bilhão para a economia
de Israel, disse o presidente do banco central israelense, Karnit Flug.
"A avaliação é de que pode chegar a cerca de 0,5% do PIB, o que é até 5
bilhões de shekels", disse Flug à emissora israelense de TV Channel
Ten.
Autoridades de Gaza dizem que a guerra matou pelo menos 1.874
palestinos, a maioria civis. Israel afirma que 64 de seus soldados e
três civis foram mortos desde o início dos combates, em 8 de julho.
Palestinos observam o local da queda de uma torre da mesquita de Al-Sousi, destruída por um ataque israelense no campo de refugiados de Shati, no norte da Faixa de Gaza |
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