Marina personifica desejo de mudança e vira favorita
José Roberto de Toledo |
Marina Silva superou Aécio Neves e venceria Dilma Rousseff na simulação
de segundo turno porque personificou o desejo de mudança. Pela primeira
vez nesta campanha eleitoral, um nome da oposição assumiu claramente a
preferência entre os 71% de eleitores que querem mudar tudo ou quase
tudo no governo. Desde junho de 2013, essa é a principal força da
eleição presidencial, mas não estava concentrada em ninguém.
Hoje, se dependesse só dos mudancistas, Marina estaria em primeiro lugar
na corrida presidencial, com 34% – bem à frente de Dilma (24%) e de
Aécio (22%). Isso é inédito. Enquanto Eduardo Campos era o candidato a
presidente do PSB, os mudancistas se dispersavam entre Dilma (27%),
Aécio (28%), Eduardo (10%), e entre brancos, nulos e indecisos (28%).
Dilma só se mantém em primeiro lugar no geral por causa dos 26% de
eleitores que querem pouca ou nenhuma mudança. A presidente tem dois em
cada três votos desse eleitorado.
O problema aumenta para Dilma quando a disputa fica no mano a mano do
segundo turno. Nessa simulação, Marina conquista 56% dos mudancistas, e a
presidente não ganha quase nenhum eleitor a mais nesse grupo do que já
conseguira no primeiro turno: fica com 25% dos mudancistas. Entre os
continuístas as proporções se invertem: Dilma fica com 66%, e Marina,
com 26%. Como há quase 3 vezes mais mudancistas do que continuístas,
Marina é favorita para vencer um segundo turno contra Dilma.
Se o “drive” da eleição não mudar, é até esperado que Marina cresça mais
nas próximas pesquisas – à medida que mais eleitores mudancistas se
identifiquem com ela. E isso tem mais chances de acontecer com Marina do
que com Aécio porque ela tem maior potencial de voto e menor rejeição
que o tucano.
Apesar dos números muito favoráveis à candidata do PSB, é precipitação
achar que a eleição acabou. Como a tragédia de Eduardo Campos provou,
tudo pode mudar num instante.
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