EUA: violência racial e morte
As cenas são praticamente idênticas cada vez que acontece um caso de
alta voltagem de violência de brancos contra negros nos Estados Unidos.
Embora sejam uma raridade estatística (mais de 90% dos crimes que
envolvem cidadãos negros são intrarraciais, quase um empate com 85%
entre brancos), têm uma enorme repercussão por motivos evidentes.
O mais recente foi em Ferguson, um apêndice pouco animador da elegante
St. Louis, capital do Estado de Missouri. O que aconteceu lá não é
estranho à realidade brasileira: um jovem de 18 anos, Michael Brown,
estava andando no meio da rua com um amigo, um policial de carro falou
que deveriam ir pela calçada, houve bate-boca e, a partir daí,
separam-se as versões.
Michael foi baleado friamente ou tentou agredir o policial. Em qualquer
das duas, acabou morto. A maioria da população negra, apoiada pela
opinião mais à esquerda, acredita na primeira hipótese; mais à direita, a
convicção é oposta, centrada no histórico comprometido de algumas
vítimas.
Manifestações diárias. Saques e depredações desfiguraram o comércio local.
O presidente Barack Obama interrompeu as férias e os jogos de golfe;
disse que não existem pretextos para a violência contra a polícia, os
saques e o uso excessivo da força contra manifestantes.
Aí, a única diferença do habitual: a direita libertária também execra a
militarização de contingentes policiais que fazem empalidecer os
robocops.
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