Governo Dilma já transferiu para Cuba mais de um bilhão de reais pelo Mais Médicos
Há um ano, em agosto de 2013, chegavam ao Brasil os primeiros cubanos
que vieram dar corpo ao Mais Médicos, do Ministério da Saúde. Antes
mesmo que os 400 profissionais enviados por Cuba desembarcassem, já
estava claro que o programa tinha uma finalidade eleitoreira – aumentar o
número de consultas em regiões pobres sem muita preocupação com a
qualidade e sem resolver os problemas estruturais da saúde pública
nacional – e outra ideológica – auxiliar financeiramente um regime
ditatorial decadente.
O balanço desses doze meses mostra que a transferência de dinheiro do
contribuinte brasileiro para os cofres de Raúl Castro foi de nada menos
que 1,16 bilhão de reais, já descontados os cerca de 75 milhões de reais
que a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) recebeu por intermediar
o negócio e os 260 milhões de reais que o governo cubano efetivamente
repassou aos seus médicos em atuação no Brasil.
Os médicos só recebem 30% do que deveriam: o resto fica com a ditadura cubana
Isso porque, do salário de 10.400 reais mensais a que oficialmente os
profissionais do Mais Médicos de qualquer nacionalidade têm direito, os
cubanos recebem apenas 30%. O restante é confiscado por seu governo.
Atualmente, há 11.400 médicos de Cuba no Brasil participando do programa
e, portanto, sendo submetidos a essa situação discriminatória.
O Ministério da Saúde já negocia para aumentar esse número e,
consequentemente, injetar ainda mais dinheiro na combalida ditadura
comunista.
Sob qualquer ótica, o lucro líquido que Raúl Castro tem com a exploração
da mão de obra barata enviada ao Brasil é portentoso. A quantia de 1,16
bilhão de reais equivale a quase um terço do total investido pelo
governo brasileiro na ampliação, reforma e construção de hospitais,
postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em 2013.
Para Cuba, obviamente, o valor é ainda mais impactante, pois supera em
cinco vezes toda a receita anual de exportações da ilha para o Brasil.
Recentemente, a cubana Maritza Rivaflecha Castellano foi bastante direta
ao avaliar a importância do dinheiro brasileiro para a sobrevivência do
regime no site do jornal oficial Granma: “Os trabalhadores de saúde, na
atual batalha econômica do nosso povo, exercem papel de protagonistas
no aporte de numerosas entradas de recursos em nossa economia”.
Médicos são controlados e espionados
Maritza faz parte do grupo de 28 “coordenadores” que estão espalhados
pelo Brasil e que, com um salário mensal de 25.000 reais, têm a função
de controlar e espionar os médicos cubanos para evitar que eles fujam,
engravidem ou violem qualquer outro item da cartilha de conduta recebida
antes de partirem da ilha. Em outros períodos históricos, dava-se a
quem exercia essa função o nome de “capataz”.
É de perguntar por que a Opas, uma entidade vinculada à Organização
Mundial de Saúde (OMS), da ONU, se coaduna com essas relações de
trabalho imorais, para dizer o mínimo.
Há pelo menos duas explicações para isso. Primeiro, porque o quadro de
altos funcionários da Opas é dominado por gente alinhada ideologicamente
com Cuba ou diretamente indicada pelo regime castrista.
Esse é o caso do chefe da entidade no Brasil, o cubano Joaquín Molina,
um dos arquitetos do programa Mais Médicos, junto com o ex-ministro
Alexandre Padilha, hoje candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo
PT.
Segundo, porque a Opas, cuja gestão atual não é das mais competentes nem
transparentes, fechou 2013 com um déficit de 2,6 bilhões de dólares e
depende imensamente das contribuições regulares e das comissões por
serviços prestados repassadas pelo Brasil.
A relação da organização de saúde com o governo brasileiro vai além da transferência de recursos para Cuba
Os tais “serviços” não se restringem à importação de médicos cubanos. A
Opas também atua no Brasil intermediando a compra de medicamentos e a
contratação de consultores de saúde. As parcerias com a entidade
aumentaram muito no governo do PT. Na última década, os pagamentos do
Brasil à Opas quase triplicaram – e isso sem contar os aportes feitos
por causa do programa Mais Médicos.
Em 2004, o Tribunal de Contas da União descobriu que a comissão cobrada
pela Opas variava de um contrato para outro com o governo. O TCU
considerou essa falta de critério ilegal, e o governo baixou uma norma
estabelecendo a fatia da Opas em 5% do valor dos projetos. No governo
Dilma Rousseff, a Opas faturou 130 milhões de reais somente em
comissões.
Em 2011, os ministros do TCU definiram como irregular a maneira como o
Ministério da Saúde contrata funcionários por meio da Opas. “Os
consultores, em sua grande parcela, não prestam serviços especializados.
De forma geral, tais consultores desempenham as mesmas atividades que
os servidores efetivos e os temporários”, afirma um documento da
Controladoria-Geral da União (CGU) de julho do ano passado.
Em 2011, a CGU já havia pedido o fim dos contratos de consultoria com a
Opas e classificou-os de ilegais. A maioria dos consultores nem sequer
tinha pós-graduação e não apresentava as qualificações necessárias para
os serviços contratados.
Os auditores da CGU também descobriram que 59 das 183 pessoas que davam
expediente na Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do
Ministério da Saúde eram “consultores”. Ou seja, o governo estava usando
a intermediação da Opas para burlar os mecanismos de mérito e de
transparência na contratação de funcionários. Afinal, por ser um
organismo internacional, a Opas não é obrigada a prestar contas de seus
gastos ou justificar seus critérios de recrutamento.
Apesar das recomendações do TCU e da CGU, a prática de aparelhar os
órgãos federais de saúde com funcionários que não prestaram concurso
público nem tiveram o nome e o salário divulgados, como ocorre inclusive
com os cargos comissionados, continua.
Obteve, por meio da Lei de Acesso à Informação, a lista dos contratos
firmados com a Opas. Somente em 2013 foram fechadas 1.229 parcerias de
consultoria, a um custo de 68 milhões de reais. Os “consultores” da Opas
têm rendimento mensal médio de 5.500 reais. Alguns chegam a receber
15.000 reais por mês.
O último relatório financeiro da Opas demonstra preocupação com a
possibilidade de o programa Mais Médicos ser julgado inconstitucional
pelo Supremo Tribunal Federal. Afinal, assim como a ditadura cubana, a
entidade ganha muito com a generosidade do governo brasileiro.
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