MP pede a cooperativas esclarecimentos sobre álcool etílico em leite
Ministério da Agricultura detectou substância em lotes recolhidos nos postos de resfriamento da Petrópolis e da Santa Clara.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul convocou as cooperativas
Petrópolis, de Nova Petrópolis, e Santa Clara, de Carlos Barbosa, a
prestarem esclarecimentos nesta sexta-feira, 8 de agosto, sobre a
contaminação de lotes de leite por álcool etílico.
Partindo de informações iniciais do Ministério da Agricultura, a
Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Consumidor vai querer
saber se a adulteração foi feita por entregadores ou nas unidades das
próprias cooperativas, se foi acidental ou proposital e, se for o caso,
vai investigar toda a cadeia, do produtor à entrega para o varejo.
A fiscalização do Ministério da Agricultura detectou a presença de
álcool etílico em lotes recolhidos nos postos de resfriamento da
Petrópolis, em Vila Flores, e da Santa Clara, em Veranópolis. O primeiro
ficou sob regime especial de fiscalização de 15 a 20 de julho e, após
alguns ajustes, foi liberado para voltar a operar normalmente em 21 de
julho. O segundo ficou fechado por somente um dia, em 24 de junho. O uso
de álcool serve para mascarar a adição de água, que dá maior volume ao
leite e, nas quantidades detectadas, não causa danos à saúde do
consumidor.
As duas cooperativas negam que tenha ocorrido qualquer irregularidade
nas fases de recepção, processamento e distribuição do leite e sustentam
que isso está comprovado por testes de controle de qualidade que fazem.
Mesmo assim, a Petrópolis acatou determinação do Ministério da
Agricultura e recolheu os lotes de leite UHT integral L02/2 e L2-3
embalados em 26 de junho, com prazo de validade até 26 de outubro, e de
requeijão light L2 fabricado em 30 de junho com validade até 30 de
setembro.
Além de retirar os lotes do varejo, a cooperativa orientou consumidores
que tenham unidades dos produtos em casa a telefonar para seu serviço de
atendimento, anunciando que enviará funcionários ao endereço informado
para efetuar a troca por leite e requeijão de outros lotes.
No caso do leite pasteurizado da Santa Clara ainda não está informado se
o volume colocado sob suspeita pelo Ministério da Agricultura foi
descartado ou enviado ao mercado. Neste caso, não haveria como fazer
recall porque o produto dura poucos dias e já teria sido consumido. A
cooperativa reiterou, por nota, que submete toda a matéria-prima que
recebe a análises, tanto nos postos de captação quanto na indústria.
Como não tem registros de presença de álcool etílico no leite, anunciou que pedirá esclarecimentos ao Ministério da Agricultura.
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