Dilma tem problemas nos Estados que concentram maior parte do eleitorado
Na eleição presidencial deste ano, Dilma Rousseff (PT) terá dificuldades
maiores do que em 2010 em regiões que agregam mais da metade do
eleitorado.
A presidente também enfrenta cenário adverso na economia. Em 2010, o
Brasil cresceu 7,5%. Em 2014, a previsão é de 1%, ou menos. Há quatro
anos, Dilma venceu José Serra (PSDB) no segundo turno com vantagem de 11
milhões de votos –sendo 10,7 milhões no Nordeste.
Bahia e Pernambuco, maiores colégios eleitorais da região, deram mais de
70% de votos à petista, embalados por candidaturas fortes que apoiavam
Dilma. Neste ano, o líder na corrida estadual na Bahia, Paulo Souto
(DEM), com 42% de intenção de voto, apoia Aécio Neves (PSDB).
Em Pernambuco, Dilma já divide as intenções de voto com Eduardo Campos
(PSB), ex-governador do Estado e seu ex-aliado. Em 2010, Dilma venceu em
Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país. Neste ano, quem
lidera as pesquisas no Estado é Aécio Neves (PSDB), ex-governador.
Além de Bahia, Pernambuco e Minas, a presidente não tem aliados fortes
em São Paulo, Paraná e no Rio Grande do Sul. Ao lados dos problemas
políticos, Dilma enfrenta um atoleiro econômico.
Em 2010, o Nordeste crescia a taxas chinesas. Na época da eleição, as
vendas no comércio avançavam em um ritmo anualizado de 12%. Atualmente,
esse ritmo é de pouco mais de 6%.
"Na média, os indicadores são muito mais desfavoráveis [para o PT] nesta
eleição, na comparação com 2010", afirma Sérgio Vale, economista-chefe
da MB Associados. Embora a taxa de desemprego em 2010 fosse próxima da
atual, o ritmo de criação de novas vagas formais teve forte queda.
FRAGILIDADES
Para o cientista político Carlos Ranulfo, da UFMG (Universidade Federal
de Minas Gerais), Dilma deve enfrentar o segundo turno nesta eleição.
"Mas entrará em piores condições do que o PT em disputas anteriores",
diz. "Dilma está fragilizada e desgastada, fato que não existia em 2010,
quando Lula 'bombava'", completa.
Neste ano, o ex-presidente Lula voltará a ter papel importante na
disputa eleitoral, principalmente no Nordeste, acredita Fernando
Abrucio, cientista político da FGV-SP. Entre a penúltima e a última
pesquisa do Instituto Datafolha, Dilma recuou de 55% para 49% das
intenções de voto no Nordeste.
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