sábado, 1 de setembro de 2012


Mais de 7 mil presos fugiram do regime semiaberto em 3 anos no Rio Grande do Sul
Juiz diz que sistema carcerário conta com fugas para abertura de vagas. Segundo Justiça, a maioria dos foragidos volta a cometer delitos.

Nos últimos três anos, mais de 7 mil presos do regime semiaberto fugiram no Rio Grande do Sul, segundo a Justiça. O juiz da Vara de Execuções Criminais, Paulo Augusto Oliveira Irion, diz que o sistema carcerário gaúcho conta com as fugas para a liberação de vagas nos presídios do estado.
De acordo com o magistrado, o sistema penitenciário gaúcho só não entrou em colapso ainda porque há um grande número de foragidos. “O sistema já há alguns anos tem sido sustentado praticamente contando com as fugas do regime semiaberto”, afirma o juiz Paulo Irion.
A Polícia Civil afirma que as prisões continuam acontecendo e cada vez em maior número. Segundo o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, delegado Valdecir Müller, só este mês foram realizadas cerca de mil, entre autuações em flagrante e prisões preventivas, também realizadas pela Brigada Militar.
Mas apenas 15% dos presos permanecem nas casas prisionais, cumprindo efetivamente a pena. Segundo a Justiça gaúcha, a maioria dos foragidos ou liberados volta a praticar delitos. “A Polícia Civil vai continuar prendendo e cada vez prendendo mais e com mais qualidade, para que as pessoas presas pela Polícia Civil fiquem efetivamente encarceradas pelo período que a lei prevê”, afirma o delegado Müller.
Mas o trabalho da polícia acaba esbarrando em presídios lotados. Na quinta-feira (30), mais uma cadeia foi interditada. A Penitenciária Estadual de Charqueadas está com 871 presos, quando a capacidade é para 336. Procurada, a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) não quis comentou a declaração do magistrado. Disse apenas que a Penitenciária de Arroio dos Ratos deve abrir novas vagas em setembro.


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