Para analista, jogar a toalha é uma ‘questão de horas’ na Espanha
Especialista acredita que país terá que pedir o socorro para além dos bancos
Juan Ignacio Sanz |
O teste de estresse concluiu que os bancos espanhóis precisam de € 53,7 bilhões. Esse montante é suficiente para evitar choques futuros?
Acho que sim. Esse montante é baseado em um cenário muito ruim, de retração de mais de 6% na economia, que é a atual situação na Grécia. Mas não estamos no caminho da Grécia. A indústria espanhola é muito mais desenvolvida que a grega. O montante vai ser suficiente. E as perdas estão concentradas nos bancos atualmente sob intervenção: Bankia, Catalunya, Nova Caixa Galicia e Banco de Valencia.
A fuga de capital da Espanha continuou forte em agosto. Como contê-la em meio a crescentes protestos e aumento dos custos de financiamento do país?
A única forma de parar com a fuga é criar a união bancária (europeia), prevista para ser lançada em janeiro, que vai proteger os depósitos em toda a Europa. As regras foram desenhadas pela UE há duas semanas.
Os bancos Santander e BBVA estão a salvo de problemas por causa de suas operações no exterior?
Claro que as operações no exterior contribuíram. No Santander, negócios no mercado espanhol representam 17% do montante total. E no BBVA, entre 25% a 30%.
O governo vai ter de pedir resgate?
Acho que sim. O montante de ajuda aos bancos é alto. Se algumas políticas tivessem sido adotadas há três anos, provavelmente não estaríamos nesta situação. A taxa média de juros para a dívida pública contraída no mercado internacional é de 4,2%. Isso representa € 38 bilhões para o próximo ano fiscal, ou 3,8% do PIB espanhol. É insustentável!
É uma questão de meses?
Não, é questão de horas!
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