Igreja Católica reage a ataques da Igreja Universal
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dom Odilo Scherer |
A três semanas da eleição, a Igreja Católica fez um duro ataque à
campanha de Celso Russomanno e à Igreja Universal do Reino de Deus,
apontando que eventual vitória do candidato do PRB representa uma ameaça
à democracia. Russomanno lidera as pesquisas de intenção de voto para
prefeito de São Paulo e tem o apoio descarado da Igreja Universal,
que é dona do PRB. Em nota, a Arquidiocese de São Paulo ressalta o
vínculo do candidato com a igreja neopentecostal, que acusa de incitar a
intolerância religiosa, e expõe preocupação com sua possível eleição.
“Se já fomentam discórdia, ataques e ofensas sem o poder, o que esperar
se o conquistarem pelo voto? É para pensar”, diz a nota assinada pela
arquidiocese, que é comandada pelo cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo
metropolitano de São Paulo. A nota acusa o bispo da Universal, Marcos
Pereira, que é presidente do PRB e chefia a campanha de Russomanno, de
disseminar posições “ridículas, confusas e desrespeitosas” sobre os
católicos. Ela é uma resposta a texto que Pereira publicou em maio de
2011 em seu blog e que voltou a circular recentemente nas redes sociais.
No artigo, o presidente do PRB vincula a Igreja Católica à proposta de
distribuição do chamado “kit gay”, patrocinado pelo petista Fernando
Haddad, também candidato a prefeito de São Paulo, enquanto esteve no
Ministério da Educação. O tema despertou reações negativas de
evangélicos, o que levou a presidente Dilma Rousseff a determinar sua
suspensão. O “kit gay” do petista Haddad tinha o objetivo de combater a
homofobia nas salas de aula com vídeos e material didático, mas virou
escarrada propaganda do homossexualismo. O texto de Pereira tem sido
vinculado, nas redes sociais, à campanha de Russomanno. A arquidiocese
disse que só agora conheceu o seu teor. “Estamos vivendo a política da
catequização da Igreja de Roma. (…) Dias de absurdos e depravações. Dias
em que filhos e netos chegam à escola e recebem ‘kits’ distribuídos
pelos próprios professores lhes ensinando como serem gays ou como
optarem por serem gays”, diz Pereira no artigo. de 2011. “Precisamos
salvar o Brasil e torná-lo um país verdadeiramente laico, completamente
livre da influência da religião”, conclui o homem da Igreja Universal. A
arquidiocese classificou o texto de Pereira como “destempero”:
“Atribuir o malfadado ‘kit gay’ e os males da educação no Brasil à
Igreja Católica não faz sentido e cheira a intolerância".
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