terça-feira, 13 de setembro de 2011


Policiais militares mataram juíza para tentar evitar prisão

Patrícia Acioli
Os três policiais militares apontados como responsáveis pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli, executada há um mês, planejaram o crime em uma tentativa de evitar que ela decretasse a prisão do trio, o qual era acusado de matar um jovem, de acordo com o delegado Felipe Ettore, da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro. A prisão dos três policiais militares, no entanto, havia sido decretada pela juíza Patricia Acioli horas antes de sua morte. O tenente Daniel dos Santos Benites e os cabos Sergio da Costa Junior e Jefferson de Araújo Miranda, todos lotados no 7º Batalhão (São Gonçalo), já estavam presos no Batalhão Especial Prisional, em Benfica, zona norte, devido à decisão de Patricia Acioli. Segundo o delegado, os policiais militares receberam no dia 11 de agosto a informação de que teriam a prisão decretada por participar da morte de Diego da Conceição Beliene, de 18 anos, em junho, no morro do Salgueiro, em São Gonçalo. O crime tinha sido registrado na 72ª DP (São Gonçalo) como auto de resistência (morte em confronto com a polícia). No entanto, testemunhas afirmam que tratou-se de um assassinato. A execução da juíza era uma tentativa de evitar a decisão, que eles não sabiam já estar oficializada. Segundo Ettore, os policiais Junior e Benites aguardaram a magistrada sair do fórum de São Gonçalo e, a bordo de uma moto, seguiram Patrícia Acioli até sua casa. Jefferson de Araújo Miranda se juntou ao grupo em momento não divulgado e participou da emboscada, segundo a polícia. O inquérito aponta que o crime foi planejado um mês antes, quando Patrícia Acioli expandiu o número de investigados pela morte de Diego Beliene, em junho. Eles prepararam o crime a ser deflagrado quando tivessem a indicação de que teriam prisão decretada. As investigações apontam que os três usaram um veículo do 12º Batalhão (Niterói) para analisar o bairro onde a juíza morava. Eles escolheram um carro sem GPS. Eles receberam a informação da advogada que os representava no processo.

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