terça-feira, 27 de setembro de 2011


Seca e alta da ração diminuem gado bovino nos EUA

Gado no Estado de Colorado, onde a seca e a alta
do custo da ração estão forçando os criadores
a diminuir o tamanho do rebanho.


Os pecuaristas americanos estão reduzindo seus rebanhos, iniciativa que vai diminuir o fornecimento de carne nos próximos meses e aumentar os preços no varejo.
Para os consumidores, uma grande preocupação é a extensão do abate. Pressionados pela seca na região produtora das Grandes Planícies e pelos altos custos da ração, os pecuaristas já venderam dezenas de milhares de vacas reprodutoras.
Normalmente, eles conservariam essas vacas, em vez de enviá-las para engorda em confinamento, a fim de produzir uma nova geração de animais.
No ano passado os pecuaristas americanos venderam cerca de uma em cada 20 vacas destinadas à reprodução, diminuindo assim em 5% o número de fêmeas reprodutoras, ou matrizes, segundo dados oficiais dos Estados Unidos.
"Estamos liquidando o futuro", disse David C. Nelson, estrategista global do Rabobank, banco de empréstimos e investimentos para muitas grandes empresas mundiais de alimentos. "O rebanho de vacas é a nossa fábrica, e nós o estamos mandando para o matadouro."
No oeste do Estado de Oklahoma, esturricado por uma seca, o criador de gado Jack Brown disse que cortou pela metade o número de vacas que mantém para a reprodução. O pecuarista, de 75 anos, terá menos cabeças para vender no próximo ano, mas isso também significa menos bocas necessitando da água escassa e do feno cada vez mais caro.
Os preços de gado bovino continuam batendo recordes nos EUA, com as exportações aumentando e a demanda interna de carne permanecendo firme. Os preços caíram nos últimos meses, com os criadores começando a reduzir seus rebanhos, aumentando assim a oferta de carne no curto prazo. Segundo analistas, no próximo ano o preço do gado pode bater novos recordes, com a redução na oferta de animais reprodutores e menos animais para engordar.
O futuro do boi gordo para entrega em abril de 2012 fechou na sexta-feira em US$ 1,256 a libra na Bolsa Mercantil de Chicago. É 6% acima do contrato futuro para outubro, que fechou US$ 0,4 mais baixo, em US$ 1,185. A diferença de preços indica que os investidores acreditam que os preços vão subir no segundo trimestre.
Uma libra é igual a 0,454 quilo. No Brasil o gado bovino é negociado em arrobas, cada uma equivalendo a 15 quilos.
Analistas do governo americano prevêem que a produção de carne bovina cairá 4,5% no próximo ano.
A menor oferta deve aumentar os preços para o consumidor americano. Segundo analistas, a ascensão dos preços vai depender, em parte, da escolha do consumidor de outras fontes de proteínas, diminuindo a procura por carne bovina.
O abate de novilhas é parte de uma estratégia mais ampla dos pecuaristas para tirar um enorme número de cabeças de gado das pastagens secas. Até agora este ano, a indústria americana de carne bovina abateu 7,6% de seu rebanho, a maior redução ano-a-ano já registrada.

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