Associação da Polícia Federal diz que combate à corrupção não é prioridade no governo Dilma

O combate à corrupção não é prioridade para o governo, afirmam delegados
da Polícia Federal. Segundo eles, órgãos de fiscalização pública, como a
própria polícia, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral
da União, sabem onde há desvios de verba, mas não os evitam porque a
questão seria tratada de forma "secundária" pela atual gestão. De acordo
com levantamento feito pela Associação Nacional dos Delegados de
Polícia Federal, o combate à corrupção não é contemplado pelo PPA (Plano
Plurianual) 2012-2015, divulgado em 31 de agosto. Dos 11 desafios e 65
pontos prioritários do plano, o tema é citado apenas três vezes, segundo
a associação. "Não há investimento para estancar a perda do dinheiro
público. Isso vai evitar que as metas do governo sejam cumpridas. Podem
até poupar, mas, se há vazamento, o dinheiro vai embora. Também não
adianta tirar ministro se a máquina está comprometida. Vai-se perder o
dinheiro ou na má gestão ou na corrupção. Desenvolvimento sustentável e
justiça social é impossível com desvio de dinheiro público e fraude",
disse o diretor de comunicação da ADPF, Carlos Leôncio. Os delegados da
Polícia Federal estimam que, anualmente, entre R$ 50 e R$ 84 bilhões
sejam perdidos em desvio de verbas, o que corresponde a 1,4% a 2,3% do
PIB, segundo dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo). Com o anúncio da ampliação de programas sociais, como o "Minha
Casa, Minha Vida" e o "Brasil sem Miséria", e a proximidade de grandes
eventos, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, a Polícia Federal
estima que o desvio de verba pública deverá aumentar. "Megaeventos são
megaoportunidades para o desvio público, pois há aumento considerável do
aporte financeiro. Com uma aparelho de fiscalização debilitado, há
vazamento", declarou Carlos Leôncio.
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