Rio Grande do Sul
Guerra dos Farrapos
Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha são os nomes pelos quais ficou conhecida a revolução ou guerra regional, de caráter republicano, contra o governo imperial do Brasil, na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul, e que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense. Estendeu-se de 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845.
A revolução, de caráter separatista, influenciou movimentos que
ocorreram em outras províncias brasileiras: irradiando influência para a
Revolução Liberal que viria a ocorrer em São Paulo em 1842 e para a
Revolta denominada Sabinada na Bahia em 1837, ambas de ideologia do
Partido Liberal da época. Inspirou-se na recém findada guerra de
independência do Uruguai, mantendo conexões com a nova república do Rio
da Prata, além de províncias independentes argentinas, como Corrientes e
Santa Fé. Chegou a expandir-se à costa brasileira, em Laguna, com a
proclamação da República Juliana e ao planalto catarinense de Lages.
O movimento também encontrou forças na posição secundária, tanto
econômica como política, que a Província de São Pedro do Rio Grande
ocupava no Brasil. Diferentemente de outras províncias, cuja produção de
gêneros primários se voltava para o mercado externo, como o açúcar e o
café, a do Rio Grande do Sul produzia principalmente para o mercado
interno. Seus principais produtos eram o charque e o couro, altamente
tributados. As charqueadas produziam para a alimentação dos escravos
africanos, indo em grande quantidade para abastecer a atividade
mineradora nas Minas Gerais, para as plantações de cana-de-açúcar e para
a região sudeste, onde se iniciava a cafeicultura. A região, desse
modo, encontrava-se muito dependente do mercado brasileiro de charque,
que com o câmbio supervalorizado, e benefícios tarifários, podia
importar o produto por custo mais baixo. Além disso, instalava-se nas
Províncias Unidas do Rio da Prata uma forte indústria saladeiril, da
qual participava Rosas, e que, junto com os saladeros do Uruguai, que
deixara de ser brasileiro depois da Guerra da Cisplatina, competiria
pela compra de gado da região, pondo em risco a viabilidade econômica
das charqueadas sul-rio-grandenses. Consequentemente, o charque
rio-grandense tinha preço maior do que o similar oriundo da Argentina e
do Uruguai, perdendo assim competitividade no mercado interno. A
tributação da concorrência externa era uma exigência dos estancieiros e
charqueadores. Essa tributação não era do interesse dos principais
compradores brasileiros que eram os que detinham as concessões das
lavras de mineração, os produtores de cana-de-açúcar e os cafeicultores,
pois veriam reduzida a lucratividade das mesmas, por maior dispêndio na
manutenção dos escravos.
A maçonaria sulista, tendendo aos ideais republicanos, teve
importante papel nos rumos tomados, sendo que muitos dos líderes
farroupilhas foram seus adeptos, dentre eles, Bento Gonçalves da Silva,
com o codinome Sucre. Bento organizou outras lojas maçônicas no
território rio-grandense, o que lhe havia sido permitido desde o ano de
1833.

Hino Rio-Grandense
O Hino Rio-Grandense é o hino oficial do estado do Rio Grande do Sul. Tem letra de Francisco Pinto da Fontoura, música de Comendador Maestro Joaquim José Mendanha e harmonização de Antônio Corte Real. A obra original possuía uma estrofe que foi suprimida, além de uma repetição do estribilho, pelo mesmo dispositivo legal que a oficializou como hino do estado - A lei nº 5.213, de 5 de Janeiro de 1966.
I.
Como aurora precursora
Do farol da divindade
Foi o vinte de setembro
O precursor da liberdade
Refrão
Mostremos valor e constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra
De modelo a toda terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra
II.
Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo
Refrão
Mostremos valor e constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra
De modelo a toda terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra
Trecho suprimido
Em 1966, durante o Regime Militar a segunda estrofe foi retirada oficialmente.
Que entre nós, reviva Atenas
para assombro dos tiranos
Sejamos gregos na glória
e na virtude, romanos
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