sexta-feira, 8 de maio de 2015


Votos da oposição garantiram a vitória do governo na aprovação da primeira das medidas do ajuste fiscal

Graças a votos do DEM e do PV, partidos de oposição, o governo aprovou na Câmara dos Deputados a Medida Provisória 665, que altera as regras de concessões de seguro-desemprego e abono salarial e faz parte do ajuste fiscal.
Compareceram à sessão 479 dos 513 deputados. O texto básico da medida foi aprovado por uma diferença de apenas 25 votos. O DEM contribuiu com 8 votos e o PV com 3.
Onze votos que saem de um lado para o outro acabam somando 22 – 11 a menos para a oposição que votou contra a medida, 11 a mais para a tropa do governo que votou a favor.
Sem os votos do DEM e do PV, a medida teria sido aprovada por uma maioria microscópica de três votos.
Dos 64 deputados do PT, 1 votou contra e 9 faltaram à votação. Nem por isso serão punidos. O partido fechou questão pela aprovação da medida, mas permitiu que cada deputado votasse como quisesse.
Poderia ter sido pior para o governo. Até a véspera, o PT resistia à ideia de fechar questão. E um número maior de deputados ameaçava votar contra ou faltar à votação.
Foi o PMDB que salvou o governo ao condicionar seu apoio à medida ao apoio maciço do PT. O vice-presidente Michel Temer, articulador político do governo, jogou pesado para enquadrar o PT.
Reuniu-se com meia dúzia de ministros e disse: “Ou o PT vota em peso com o governo ou a medida não será votada”. Mas Temer soube afagar quem precisava ou suplicava por afago.
Acenou com o preenchimento de dezenas de cargos do segundo e terceiro escalões do governo que foram mantidos abertos justamente para ser trocados por votos na hora de aprovar o ajuste.
É a linguagem que os políticos entendem. “Ganharei o quê em troca do meu voto?”. Ganharam dinheiro com o mensalão 1 e o mensalão 2 (esse, a roubalheira na Petrobras). Por hora, ganham cargos.
Em breve, outra Medida Provisória do ajuste, a 664, que dificulta o acesso a pensão e auxílio-doença, será votada pela Câmara.
Muitos deputados do PMDB e do PT querem receber antes o que lhes prometeram para aprovar a 665.



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