domingo, 3 de maio de 2015


Queda das vendas - empresas do varejo têm maior estoque em dez anos

Nem as vendas do Dia das Mães, a mais importante data para o varejo no primeiro semestre, devem trazer um alívio para um grande número de empresas do comércio que acumulam um volume de estoques indesejáveis. Em abril, 28,3% das companhias do varejo acumulavam um volume de estoques acima do ritmo de vendas. É a maior marca de empresas com estoques encalhados da série histórica iniciada em março de 2011, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC).


"A velocidade de vendas na ponta está aquém dos estoques que os varejistas contrataram", observa o economista da CNC, Fábio Bentes. Ele projeta crescimento de apenas 0,5% das vendas do Dia das Mães, o menor resultado desde 2004, quando houve um recuo de 1,9%.
Esse descompasso entre os estoques e as vendas é maior especialmente nos bens duráveis (31,6%), que são os itens de maior valor, normalmente vendidos a prazo e dependentes do crédito, que está mais caro por causa da subida dos juros para conter o avanço da inflação. As vendas de móveis e de eletrodomésticos devem recuar 2,8% no Dia das Mães, aponta a CNC.
Segundo fontes do mercado, as vendas de geladeiras, fogões e lavadoras, caíram 15% em relação ao primeiro trimestre de 2014. Nas TVs, outra linha de produto de alto valor, a retração anual no primeiro trimestre foi ainda maior, de 20%. Neste caso, além da recessão, o resultado foi afetado pela base de comparação forte, que foi a Copa do Mundo de 2014, que puxou as vendas de TVs no primeiro trimestre.
Compensação. A compensação parcial da queda nas vendas de itens mais caros e dependentes de crédito pode ocorrer por conta dos artigos de perfumaria e telefone celular, que ainda é objeto de desejo de muitos brasileiros. Segundo a CNC, as vendas de itens de perfumaria vão crescer 7,8% no Dia das Mães.

PS.:
  • O desemprego está aumentando e o consumidor ficou mais cauteloso.
  • Com o bolso mais apertado, o brasileiro procura comprar itens que se encaixem no orçamento mais apertado.
  • 56% dos brasileiros estão revendo os gastos planejados para 2015.
  • 53% dos brasileiros passaram a evitar compras parceladas, pilar do comércio do país.
  • A economia fundada no consumo desmoronou. E agora não há dinheiro para erguer uma economia fundada na produção.
  • Quando Dilma Rousseff assumiu, a renda per capita era de 11.300 dólares. Hoje, é de 9.300 dólares.
  • Além de o dólar valorizar-se frente ao real, o Brasil também diminuiu. Somos só uma ilusão contábil cada vez mais pálida.


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