sábado, 8 de setembro de 2012


Ministros citam o petista mensaleiro José Dirceu em votos do Banco Rural

José  Dirceu
A participação em reuniões com o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, serviu de prova para três ministros do Supremo Tribunal Federal condenarem por gestão fraudulenta a ex-presidente e acionista do Banco Rural, Kátia Rabello. A referência reforça a tese do Ministério Público de que o petista José Dirceu era o mentor e chefe do esquema do Mensalão do PT. Os ministros Marco Aurélio Mello, Rosa Weber e Carlos Ayres Britto afirmaram que os encontros de Kátia Rabello com José Dirceu foram mais um elemento a contribuir para a convicção de que os empréstimos de R$ 32 milhões feitos pelo banco ao PT e às empresas de Marcos Valério, operador do Mensalão do PT, eram simulados e foram fundamentais para o esquema. Para eles, o Banco Rural teria interesse em interferir no processo de levantamento da liquidação extrajudicial do Banco Mercantil de Pernambuco. Segundo o Ministério Público, essa medida poderia render R$ 1 bilhão ao Banco Rural. Marco Aurélio Mello usou o encontro com José Dirceu para condenar a cúpula do Banco Rural. "Esse contexto é condizente a assentar-se a culpa de Kátia Rabello e (do ex-vice-presidente operacional) José Roberto Salgado, não pelas simples condições que tinham em termo de cargos no banco, mas dos contatos mantidos com Marcos Valério e com o chefe do Gabinete Civil da Presidência da República José Dirceu, outro acusado neste processo", disse ele. Rosa Weber já tinha citado os encontros. Ela destacou que as reuniões foram marcadas por Marcos Valério, que faria "lobby" para o Banco Rural. Por isso, na visão dela, seria "inverossímil" que a cúpula do banco não tivesse conhecimento das fraudes nas operações de crédito. O presidente do Supremo também fez referência indireta às reuniões entre Kátia Rabello e José Dirceu.

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