quinta-feira, 6 de setembro de 2012


Grêmio prepara filme sobre história do Olímpico e evolução da Arena
Documentário será lançado em novembro e terá duração entre 70 e 90 minutos. 'O cara vai sair da sala, no mínimo, engasgado', promete diretor

Arena do Grêmio vai virar filme no fim do ano

Além de empurrar o Grêmio nas rodadas decisivas do Brasileirão e, quem sabe, na Sul-Americana, os tricolores terão outro compromisso no final do mês de novembro. Por cerca de uma hora e meia, os torcedores deixarão de focar nas arquibancadas, na escalação de Vanderlei Luxemburgo e no gramado do Olímpico e colocarão o coração à prova nos cinemas. O clube lançará um documentário sobre a história do clube na atual casa e sua transição para a Arena.
Com duração entre 70 minutos e 90 minutos (ainda indefinida), o longa-metragem, produzido pela TGD Filmes, apresentará momentos marcantes do Grêmio durante os 58 anos em que inúmeros jogadores desfilaram seu futebol pelo gramado do estádio localizado no Largo Patrono Fernando Kroeff nº 1, e onde foram conquistados títulos como o Brasileirão de 1996 e a Copa do Brasil de 1994. É como revela o diretor do documentário, Eduardo Muniz, uma “carta de amor ao Olímpico e boas-vindas à Arena”:
- É um material bonito, emotivo para a despedida do Olímpico. Será o último registro do estádio.
O cineasta comenta que a película, ainda com nome provisório de “Arena do Grêmio”, abordará todos os passos do novo estádio, desde as obras e as discussões no conselho. Muniz admite que a sensação de deixar a histórica residência no bairro da Azenha mexeu e ainda balança com os sentimentos tanto de alguns ex-atletas quanto históricos políticos do clube. A dificuldade em entender a necessidade de modernizar e dar mais conforto aos tricolores é confundida pelas lembranças criadas durante todo este período no Monumental.
- O (ex-presidente Luiz Carlos Silveira Martins) Cacalo é um cara que sempre extravasa sua emoção. Ele queria ter os dois estádios, o Olímpico e a Arena. É um cara que frequenta o Olímpico desde os 14 anos, que passou por vários setores do Grêmio até ser presidente - exemplifica Muniz.

Posições contrárias à Arena estarão no filme
O cineasta diz que, durante as filmagens, esbarrou em alguns nomes que gostariam de permanecer com a mítica residência. Entre eles, o ex-presidente Hélio Dourado.
Muniz avisa que o responsável pela conclusão do Olímpico e mandatário Tricolor nos Gauchões de 1977, 1979 e 1980, além da conquista do Brasileirão de 1981, está entre os participantes do longa-metragem. E, como Dourado é a principal voz que rechaça a mudança de residência do Grêmio, há um cuidado todo especial para respeitá-lo, apesar da voz discordante:
- Nós falamos com o Dr. Hélio Dourado logo na segunda diária de filmagem. Ele fez a campanha do cimento no Olímpico. A restrição dele está em relação ao patrimônio do Olímpico. Ele quer compreender melhor como ficará essa administração na Arena, que só será do Grêmio em 20 anos. E ele tem todo o direito, já que é um dos homens mais importantes da história do clube. Até por isso estamos trabalhando para mostrar que ele não é um vilão.
Se Dourado é a posição contrária, Eduardo Antonini, presidente da Grêmio Empreendimentos e membro do conselho de administração do clube, é o encarregado da construção da Arena. O dirigente entende que a nova casa do Tricolor só tem esse significado por tudo o que representaram os quase 60 anos de Olímpico.
- Para existir a Arena, foi necessário ter o amor e a vida no Olímpico. Este filme apresentará a evolução da obra, mas também toda a importância do Olímpico na história do clube, o que mudou em Porto Alegre - antecipa.

Último registro de Airton Pavilhão vivo
Como quem faz a alegria da torcida e escreve a história de um time são mesmo os jogadores, eles são partes fundamentais na película. Nomes imortalizados no Olimpo gremista, como Milton Kuelle (único jogador vivo a atuar no Olímpico e na Baixada, antiga casa do Tricolor, e deve estar na inauguração da Arena), o ex-meia e atual auxiliar-técnico de Luxa Emerson e o ex-goleiro Mazaropi são alguns dos personagens do filme.
É bem provável que os olhos dos torcedores fiquem marejados com depoimentos de outros atletas. Um deles será André Catimba, autor do gol do título do Gauchão de 1977. O atacante foi um dos nomes mais lembrados pelos dirigentes quando questionados qual vitória era a mais importante para os dirigentes, segundo Muniz. E não só o atacante. Considerado o maior zagueiro do Grêmio em todos os tempos, Airton Pavilhão, que morreu em abril deste ano, participou da gravação.
– O filme tem o último registro do Airton. A gente pegou o depoimento dele no memorial do Grêmio uns seis meses antes de ele morrer. É algo tocante - recorda Muniz.

Airton morreu em abril deste ano

O documentário, ainda em produção, deve ter filmagens até o início de novembro, o prazo máximo para terminar as gravações. Ele não entrará em circuito, ou seja, não ficará em exibição como os longas-metragens tradicionais. Entretanto, aqueles que não tiverem a oportunidade de assistir nos cinemas não ficarão excluídos.
Simultaneamente, o produto será comercializado em DVD e já sai com uma tiragem inicial de 10 mil cópias. O que o cineasta acredita que crescerá bastante por conta do apelo emocional. Posteriormente, a ideia é de que seja exibido em canais fechados.
Como a película será lançada antes da inauguração da Arena, Muniz não descarta que os primeiros momentos da nova casa estejam presentes em um extra. E um pouco mais de história para o tricolor se deliciar. Ao longo das gravações, os personagens contavam histórias paralelas que devem entrar em futuros encartes.
É com esta mistura de passado vitorioso no Olímpico e otimismo com o futuro na Arena que o filme promete lotar as salas de cinema, ser sucesso de vendas e emocionar a quem assistir em novembro.
- O cara vai sair da sala, no mínimo, engasgado - finaliza Eduardo Muniz.

Filme mostrará a evolução da Arena do Grêmio

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