sábado, 2 de maio de 2015


TRÁFICO DE INFLUÊNCIA: Lula, o lobista em chefe do Brasil

O Núcleo de Corrupção da Procuradoria da República em Brasília abriu, há uma semana, investigação sobre Lula por tráfico internacional de influência. Luiz Inácio Lula da Silva é suspeito de ajudar a construtora Odebrecht a ganhar contratos na América Latina e na África com dinheiro do BNDES.
É a primeira vez que Lula é formalmente investigado.
Resume-se em três pontos a atividade de Lula como lobista da Odebrecht:
1 - Lula viajava bancado pela Odebrecht, dava palestras e se encontrava com os presidentes dos países que interessavam à empreiteira.
2 - O governo do país contratava a Odebrecht para tocar uma determinada obra.
3 - O BNDES emprestava dinheiro para financiar aquela obra.


Os crimes de Lula
O Ministério Público Federal está investigando Lula que pode ser enquadrado em dois crimes:
O primeiro, 337-C, é “solicitar, exigir ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial internacional”.
O nome do crime: tráfico de influência em transação comercial internacional.
O segundo, 332, refere-se à suspeita de tráfico de influência junto ao BNDES, e é descrito da seguinte maneira pelos procuradores que investigam o lobista da Odebrecht:
“Considerando que as mencionadas obras são custeadas, em parte, direta ou indiretamente, por recursos do BNDES, caso se comprove que o ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva também buscou interferir em atos práticos pelo presidente do mencionado banco (Luciano Coutinho), poder-se-á, em tese, configurar o tipo penal do artigo 332 do Código Penal (tráfico de influência)”.

O jatinho do lobista da Odebrecht
O Ministério Público Federal está investigando se, em suas viagens ao exterior, bancadas pela Odebrecht, Lula praticou o crime de tráfico de influência.
Uma das viagens sob suspeita: foi realizada por Lula em janeiro de 2013 para Cuba, República Dominicana e Estados Unidos.
Duas semanas atrás, uma reportagem revelou que a Odebrecht bancou a viagem, mas o pagamento do jatinho foi feito por um de seus fornecedores, com o claro propósito de apagar o rastro do dinheiro.
A reportagem informou que, embora a viagem tenha sido paga pela construtora, Lula não possuía qualquer relação oficial com as atividades da empresa naqueles países.
Lula, em janeiro de 2013, acompanhou Alexandrino Alencar, o executivo que, segundo Alberto Youssef e outros dois delatores da Lava Jato, era encarregado de distribuir a propina da empreiteira Odebrecht.
O documento da Líder Táxi Aéreo, que forneceu o avião usado por Lula, mostra que o contratante exigiu discrição. No campo “passageiro principal” do formulário, o funcionário da Líder escreveu: “voo completamente sigiloso”.
Para evitar que fosse vinculada ao fretamento, a Odebrecht usou uma de suas parceiras para pagar a despesa: a DAG Construtora, da Bahia.
O dono da empresa, Dermeval Gusmão, primeiro negou ter pagado pelo voo. Porém, depois ... informou ter localizado um pagamento de 435 mil reais à Líder e disse que um de seus diretores pode ter feito isso a pedido da Odebrecht.
Quando a reportagem confirmou a notícia de que a Odebrecht havia bancado a viagem de Lula à República Dominicana através de um de seus fornecedores, a empreiteira divulgou uma nota dizendo que contratou Lula para a realização de palestras e que "Alexandrino Alencar o acompanhou nas viagens patrocinadas para efetuar as providências logísticas".

Lula, o lobista, não viajou sozinho no jatinho pago pela Odebrecht
A relação oficial de passageiros do voo obtida mostra que além de Lula e Alexandrino Alencar (o homem encarregado de distribuir propinas da Odebrecht) viajou, também, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, e o biógrafo de José Dirceu, Fernando Morais.
A viagem de Fernando Morais a Havana teve um propósito cultural: ele aproveitou a generosidade da Odebrecht para publicar seu livro "Os Últimos Soldados da Guerra Fria".
Fernando Morais, em 1976, viajou a Cuba e fez uma apologia do regime cubano. 37 anos depois, ele finalmente concretizou seu sonho retornando à ilha com o lobista Lula, num jatinho fretado pela Odebrecht.

Os empréstimos do BNDES para a empreiteira Odebrecht
Lula não é investigado apenas por tráfico de influência no exterior, favorecendo a Odebrecht na América Latina e na África, ele é investigado também por tráfico de influência no Brasil.
O Ministério Público suspeita que ele tenha acionado o BNDES a fim de obter empréstimos vantajosos do banco estatal para as obras da empreiteira.
Um dos casos sob suspeita no exterior é o da termelétrica de Punta Catalina, na República Dominicana.
Lula visitou o país em janeiro de 2013, em viagem bancada pela Odebrecht. Em dezembro daquele ano, a empreiteira ganhou a concorrência para construir a termelétrica, embora seu projeto custasse duas vezes mais do que o da empreiteira que chegou em segundo lugar. Em 2014, o BNDES aprovou um empréstimo para a realização da obra. Duas semanas atrás, as autoridades locais revelaram os termos desse empréstimo ao Senado dominicano:
"El préstamo de US$ 656 millones fue otorgado por BNDES a un plazo de 15.5 años (3.5 años período de gracia y 12 para amortización) y a una tasa libor de 5% anual".

O buraco do BNDES
Em 2008, Lula transformou o BNDES no principal instrumento do governo para estimular investimentos por meio de crédito barato.
O banco teve seus ativos expandidos, nos últimos seis anos, de 277 bilhões de reais para mais de 877 bilhões de reais. O crescimento foi sustentado pela injeção de quase 450 bilhões de reais do Tesouro, financiados com emissão de papéis da dívida pública.
Os empréstimos para financiar as obras da Odebrecht em países visitados por Lula, por exemplo, saíram inteiramente desse bolo.
Agora o BNDES está com um buraco de 30 bilhões de reais e decidiu meter a mão no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o FGTS. Só assim Luciano Coutinho poderá continuar a financiar as obras negociadas pelo lobista-mor Luiz Inácio Lula da Silva.

O BNDES quer R$ 10 bilhões dos trabalhadores
O governo quer usar R$ 10 bilhões de um fundo que conta com recursos do FGTS para ajudar o BNDES a fechar suas contas neste ano. Com esse dinheiro, o FI-FGTS (fundo responsável pela operação) poderá cobrir sozinho um terço do buraco no BNDES, que precisará neste ano de R$ 30 bilhões para fazer todos os desembolsos que já estavam programados.
Administrado pela Caixa, o fundo usa recursos do trabalhador para investir em projetos de infraestrutura. A pressão para que o "investimento" no BNDES seja feito partiu da Fazenda. Inicialmente, a pasta tinha pedido à Caixa R$ 15 bilhões, com a justificativa de que o dinheiro seria destinado ao novo plano de concessões.
A reportagem apurou que os recursos, no entanto, serão usados para cobrir o possível saldo negativo do BNDES, que, neste ano, não terá repasses do Tesouro, já que a Fazenda se comprometeu a economizar 1,2% do PIB para reduzir a dívida pública. Só no ano passado, o Tesouro repassou R$ 60 bilhões ao banco de fomento BNDES.

Lula dá lucro para a Odebrecht e prejuízo a Petrobras
A Odebrecht lucrou um bocado com Lula. A Petrobras, por outro lado, só tomou prejuízo.
"Um acordo com a Bolívia negociado em 2007 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva causou prejuízo de R$ 872 milhões aos cofres da Petrobras no ano passado, segundo o balanço da empresa. O rombo equivale a 14% à perda atribuída pela empresa à corrupção (US$ 6,2 bi).
Em agosto, após sete anos de negociação, a Petrobras pagou à estatal boliviana YPFB US$ 434 milhões pelo excedente energético do gás natural vendido ao Brasil. O gás rico, como é chamado, nunca foi pedido nem aproveitado pela empresa brasileira, mas passou a ser cobrado a partir do governo do presidente Evo Morales, que assumiu o poder no país vizinho em 2006".

O "estamos juntos"
Em discurso feito na festa de 1º de maio da CUT, Lula criticou a "elite brasileira". Afirmou que ela teme seu retorno à presidência. Disse que "nunca ganharam tanto dinheiro na vida quanto no meu governo".
No ato da CUT, Lula acrescentou: "Peguem todos os jornalistas da Veja e da Época, enfiem um no meio do outro e não dá 10% da minha honestidade".
Marcelo Odebrecht também atacou a revista Época e o Ministério Público Federal (MPF). Em nota, chamou as denúncias contra a empresa de "falsas". Disse que os temas são "mal-entendidos" e "manipulados". Para ele, a denúncia do MPF indica apenas um questionamento sem consequência administrativa ou judicial.
Marcelo Odebrecht encerrou o comunicado com um "estamos juntos".
Mais cedo, a advogada da construtora afirmou que existe uma armação para prejudicar a empreiteira.

Lula - o melhor funcionário da Odebrecht - flagrado fazendo lobby
Lula foi à República Dominicana em janeiro de 2013, em viagem paga pela Odebrecht.
Acompanhou-o Alexandrino Alencar, o homem que, segundo Alberto Youssef, pagava a propina em nome da empreiteira.
Lula foi recebido pelo presidente da República Dominicana, Danilo Medina.
Agora veja as imagens (vídeo abaixo). Elas mostram Lula com Danilo Medina. A certa altura, quem é que aparece para cumprimentar o presidente dominicano, apresentado por Lula? Sim, ele mesmo: Alexandrino Alencar.
Como mostram as imagens encontradas, Lula deve ter dado uma palestra de negócios ao presidente da República Dominicana. E a principal providência logística de Alexandrino Alencar, no Palácio Nacional, deve ter sido garantir a construção da termelétrica de Punta Catalina.


Marcelo Odebrecht está junto, sim. De Lula, o lobista chefe do Brasil, e de outros graúdos que talvez estejam sendo ameaçados.
Lula calcula até a honestidade em porcentagens. "Peguem todos os jornalistas ... e não dá 10% da minha honestidade".
Segundo o senador Ronaldo Caiado: 57% dos financiamentos do BNDES para o exterior, de 2007 a 2014, foram para Cuba, Angola, Venezuela e República Dominicana.
O senador também ressalta a "coincidência" das viagens de Lula com a liberação de recursos e aprovação de obras nesses países. Para ele, uma CPI é inquestionável.



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