sexta-feira, 17 de setembro de 2010



Eliane Cantanhêde

Um dia, a Casa Civil cai

Erenice Guerra era da liderança do PT na Câmara, uma fábrica de dossiês contra Collor, Itamar, FHC, Ibsen Pinheiro (que despontava como presidenciável) -enfim, contra tudo e todos.
Dali, os dossiês vazavam para as redações e para as então temidas CPIs, de boa lembrança. Os autores eram os "puros"; os que caíam na rede eram os "impuros". Com o tempo, autores, vítimas e réus foram se misturando perigosamente.
Não há mais "puros", a população conclui que todos são "impuros".
Da fábrica de dossiês, Erenice pulou para a Secretaria de Segurança Pública do DF no governo Cristovam Buarque (então PT), enquanto usava laranjas para abrir justamente uma empresa privada de investigação, segurança e vigilância. Ou seja: de dossiês.
E não é que ela foi galgando degraus até chegar ao Palácio do Planalto, aboletar-se como secretária-executiva na principal pasta do governo e dali fabricar o dossiê, ops!, o "banco de dados" contra Ruth e Fernando Henrique Cardoso?
Os chefes, Lula e Dilma, devem ter gostado muito dela e dos seus préstimos: depois de uma vida inteira de dossiês, Erenice foi promovida a ministra-chefe da Casa Civil.
Ela, porém, tem chance zero de ser mantida nesse ou em algum outro cargo, porque se esqueceu de uma coisa: quem araponga, arapongado será. Principalmente se tiver rabo preso e uma árvore genealógica enraizada pela máquina pública, de onde caem de maduros filhos, irmãos, afilhados e aparentados, alguns envolvidos com lobby e imiscuindo-se na bandidagem.
Um dia, a Casa (Civil) cai. Não é a primeira e possivelmente não será a última vez, principalmente com esse "projeto político" que José Dirceu anuncia por aí.





Carlos Heitor Cony
A dúvida e a dívida

Em crônica da semana passada, fiz um comentário a respeito dos dois principais candidatos à Presidência, considerando-os iguais na essência, ficando as diferenças por conta de prioridades e metas. Serra promete salário mínimo de R$ 600, Dilma promete um pouco menos. No fundo seriam essas as diferenças, dando-se como tranquila a trajetória pública de ambos.
Os recentes escândalos no arraial petista colocam em cheque a tranquilidade política de Dilma. Pela primeira vez ela é candidata a um cargo eletivo, por isso mesmo não sofreu um bombardeio pesado do adversário, pelo menos até agora.
Nos últimos dias, tivemos a quebra de sigilo na Receita Federal, operada por petistas, mas sem qualquer conotação aparente com a candidata. Já o escândalo na Casa Civil, cuja titular é criação da própria Dilma, dará o que pensar durante os quatro anos de seu provável mandato presidencial. Poderia ter passado sem isso.
O ideal seria que ela não abrisse um flanco tão cabeludo para os ataques que sofrerá daqui em diante, não mais em termos conceituais, mas éticos. Afinal, há muito que a Casa Civil, seja nos tempos de José Dirceu e agora em tempos de Dilma, é pasto de escândalos. Alguns gravíssimos, como o mensalão e agora o tráfico de influência praticado escancaradamente pelo filho da sucessora, amiga e braço direito de Dilma.
Não votarei em nenhum dos dois, mas dando os descontos de praxe, achava que os dois candidatos se equivaliam, mereciam o respeito de todos. Não creio que as autoridades possam apurar a realidade do escândalo em tempo útil, ou seja, antes da eleição de 3 de outubro. E, como as pesquisas indicam a vitória de Dilma, ela arrastará durante o seu mandato uma dúvida que será também uma dívida.





Empresa acusa filho de Erenice de cobrar comissão para liberar crédito no BNDES

Uma empresa de Campinas confirma que um lobby opera dentro da Casa Civil da Presidência da República e acusa filho da ministra Erenice Guerra de cobrar dinheiro para obter liberação de empréstimo no BNDES. Interessada em instalar uma central de energia solar no Nordeste, a EDRB do Brasil Ltda diz que o projeto estava parado desde 2002 na burocracia federal até que, no ano passado, seus donos foram orientados por um servidor da Casa Civil a procurar a Capital Consultoria. Trata-se da firma aberta em nome de um dos filhos de Erenice, Saulo, e que foi usada por outro, Israel, para ajudar uma empresa do setor aéreo a fechar contrato com os Correios, primeiro negócio a lançar suspeitas de tráfico de influência no ministério, revelado pela revista Veja. A Casa Civil confirmou que houve uma reunião com representantes da EDRB em novembro na sede da Presidência, mas negou que a hoje ministra Erenice Guerra tenha participado. "A audiência foi pedida inicialmente com a secretária-executiva, mas, por incompatibilidade de agenda, foi conduzida pelo então assessor especial e atual chefe de gabinete da Casa Civil", informou a assessoria.



Erenice deixa Casa Civil. Porta-voz de Lula lê a carta







Míriam Belchior, possivelmente, sucederá Erenice Guerra na Casa Civil

Míriam Belchior (foto acima), coordenadora-geral do Programa de Aceleração do Crescimento, possivelmente sucederá Erenice Guerra no comando da Casa Civil da presidência da República.
A, possível, nova ministra foi casada com Celso Daniel, prefeito de Santo André pelo PT, assassinado em 2002.





Mônica Bergamo
Presidente do BB compra imóvel com dinheiro vivo

Segundo escritura, apartamento foi adquirido por Bendine por R$ 150 mil
Outro imóvel no mesmo prédio está à venda por R$ 310 mil; executivo afirma que o valor é compatível com renda

O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, comprou um apartamento no interior de São Paulo neste ano em dinheiro vivo.
O imóvel foi declarado na escritura por R$ 150 mil. Com 160 m2 de área, ele tem duas vagas para automóveis de passeio. Foi adquirido em abril deste ano da Construtora Eugenio Garcia.
A Folha visitou o prédio. Um apartamento vizinho ao de Aldemir Bendine, no mesmo andar que o dele, está à venda por R$ 310 mil.
A escritura do imóvel foi registrada em abril. Nela consta que a construtora fechou a compra e que o valor do imóvel foi "recebido em moeda corrente nacional". Bendine diz que fez o pagamento em notas de reais.
A lei permite que um imóvel seja quitado por meio de cheque, transferência bancária ou dinheiro vivo. A operação não é ilegal.
FISCO
Por meio da assessoria de imprensa do Banco do Brasil, Bendine disse que, além de a lei permitir a transação em dinheiro vivo, o valor desembolsado é compatível com a sua declaração de Imposto de Renda (leia texto ao lado) deste ano.
O executivo diz que informou ao fisco guardar R$ 200 mil em casa, em dinheiro vivo. Teria gasto uma parte deste total para adquirir o apartamento.
De acordo ainda com assessores de Bendine, os recursos que ele tinha em aplicações financeiras seriam insuficientes para fazer frente ao gasto. Por isso, ele recorreu ao dinheiro guardado em sua residência.
O banco estatal diz que, por se tratar da vida pessoal de Bendine, não divulgará as razões que o levaram a optar por manter dinheiro em casa, perdendo os rendimentos em aplicações de instituições financeiras como o próprio Banco do Brasil.
Quanto ao fato de um imóvel das mesmas dimensões que o dele estar à venda no mesmo prédio pelo dobro do preço, a assessoria afirmou que há várias explicações possíveis para a diferença.
Uma delas é que, por ter sido comprado à vista, o imóvel de Bendine pode ter saído por um preço menor. A outra é que, como ele foi um dos primeiros a comprar a unidade, recém-lançada, em abril, a construtora pode ter reajustado os valores ao longo dos últimos meses.
COLCHÃO
Neste ano, vários candidatos que concorrem a cargos eletivos declararam à Justiça Eleitoral possuir dinheiro guardado em casa.
A presidenciável Dilma Rousseff (PT) diz que ela tem R$ 113 mil. O tucano Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), candidato ao Senado por São Paulo e ex-chefe da Casa Civil do governo estadual informou ter R$ 50 mil.
Orestes Quércia (PMDB-SP), que desistiu da candidatura ao Senado para se tratar de um câncer, declarou R$ 1,2 milhão em dinheiro vivo.
O delegado Protógenes Queiroz (PC do B-SP), que ganhou notoriedade depois de prender o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, disse ter R$ 284 mil.
Em 2006, quando concorria ao governo de Minas, Aécio Neves (PSDB) declarou ter R$ 150 mil "em espécie" e R$ 86 mil no banco.





Carolina Nogueira
Brasil no Monde

Quem visita Paris esta semana vai certamente se surpreender ao esbarrar com a bandeira brasileira literalmente a cada esquina.
O jornal Le Monde está fazendo a maior propaganda do seu número especial sobre o Brasil – que estampa o lisonjeiro título de “o gigante se impõe”.
Mas desde a capa depreende-se que a revista vai além dos clichês óbvios. Ao lado do Corcovado, carnaval e futebol, a ilustração inspirada na bandeira brasileira faz referências à indústria aeronáutica, petróleo, energia nuclear, bio-combustíveis, jogos olímpicos. (Só não entendi muito bem a referência ao trigo ao invés da soja, mas tudo bem.)
Ao invés de uma entrevista com o presidente Lula como carro-chefe – o que o jornal provavelmente conseguiria, se quisesse – a publicação escolheu retratá-lo por meio de um abecedário com uma seleção de frases colhidas de seus discursos.
Algo inspirado no livro do Ali Kamel, desconfio. Editada com uma bela foto do presidente posando de estadista, o abecedário revela uma opção editorial honesta em relação à figura de Lula – sem oba-oba nem desdém.
Em seguida, a seção entitulada “25 anos de democracia” me surpreendeu, ao propor um enfoque que eu sinceramente não me lembro de ter visto na própria imprensa brasileira. Nós fizemos este balanço?
Este que o Monde propõe começa colocando em perspectiva o indiscutível papel de liderança do Brasil no mundo (“quem pode imaginar, hoje, resolver os problemas do mundo sem o Brasil?”, pergunta Sarkozy), temperado pelas “derrapadas” diplomáticas dos discursos de Lula.
Em seguida, ressalta a parceria militar estratégica com a França e avalia as ambições nucleares “preocupantes” do país. E adiciona um balanço melancólico das alianças regionais latino-americanas.
No balanço político, além dos perfis dos presidenciáveis e de alguns artigos mais ou menos bobos sobre a biografia de Lula e o passado da ditadura militar, uma entrevista com o ex-embaixador francês no Brasil, Alain Rouquié, revela um conhecimento de causa surpreendente – e uma falta de condescendência tipicamente francesa que, longe de ofender, oferece valioso material para nossa auto-análise.
A frase que serve de título para a entrevista, “os deputados brasileiros são eleitos na base do serviço prestado”, resume a ópera: clientelismo e um arcabouço legal engessado, que não ajuda as coisas a mudarem.
Sobre economia, a revista analisa os riscos de um “superaquecimento”. Nos artigos de sociedade, o fenômeno dos evangélicos divide espaço com uma análise madura – e nada sensacionalista – das nossas preocupações com uma violência endêmica.
Aos já cansados álbuns de paisagens, o portfolio escolhido para a revista mostra o cotidiano de um grupo que trabalha em uma favela. E na rubrica sociedade, telenovelas e futebol, que é abordado em seu potencial de ascenção social.
Seguindo a tradição francesa de uma imprensa que não se furta e flertar com a sociologia, a revista coloca a questão do que restou das raízes africanas de nosso povo e dedica algumas páginas às mais importantes regiões brasileiras. Há espaço até para a nova literatura brasileira, retratada em Milton Hatoum– ainda tão pouco conhecido no Brasil.

Para terminar, a alegria de viver brasileira – sem dúvida alguma, a parte do nosso país que o francês mais admira – em uma matéria que foge do óbvio, revelando nossa inventividade na arte.
Pelo nosso tamanho continental e por todas as contradições com as quais nos acostumamos a conviver, eu acho dificílimo definir o Brasil. Mas, sinceramente, o Monde não fez feio, não. Pas mal du tout.

PS: Esta coluna foi fortemente encorajada pela Gisele, das Cartas de Buenos Aires, que está de passeio por aqui. Obrigada pela “pauta”!

Carolina Nogueira é jornalista e mora há dois anos em Paris, de onde mantém o blog Le Croissant





Horário de verão começa dia 17 de outubro

O horário de verão deste ano terá início no dia 17 de outubro e terminará no dia 20 de fevereiro de 2011. Neste período, os brasileiros que moram nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste terão que adiantar o relógio em uma hora.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, nos últimos anos a redução média da demanda de energia elétrica tem sido em torno de 5%, nas regiões onde o horário de verão foi aplicado.
A medida tem como objetivo reduzir os picos de demanda por energia, proporcionando uma utilização mais uniforme durante o dia.
O adiantamento do horário em uma hora diminui o carregamento nas linhas de transmissão, subestações e nos sistemas de distribuição, de forma que o atendimento em épocas de maior consumo ocorra com maior eficiência.





iPhone 4 começa a ser vendido no Brasil dia 17/9

O novo iPhone 4, da Apple, começa a ser vendido no Brasil a partir desta sexta-feira (17/9).
O aparelho lançado em 24 de junho nos Estados Unidos e em mais quatro países, chega pela operadora TIM com preço inicial de R$ 1.800 para o modelo com capacidade de armazenamento 16 Gigabytes (GB).
O mesmo modelo será vendido nas lojas da operadora Oi, com preço a partir de R$ 1.859, também com capacidade de 16GB.
Nos Estados Unidos, o iPhone de 16GB é vendido pela operadora ATT a US$ 199 e o modelo de 32 GB sai por US$ 299, atrelados a um contrato de permanência de dois anos.





Avião de Berlusconi aterra de emergência

O avião que transportava o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, para a reunião de cúpula europeia em Bruxelas foi obrigado a regressar a Itália para uma aterragem de emergência em Milão devido a um problema técnico, noticiou a agência Ansa.
A tripulação detectou um problema no vidro do 'cockpit' do Airbus A319 quando sobrevoava Zurique (Suíça) e decidiu regressar a Itália para uma aterragem de emergência preventiva em Milão (norte), segundo o porta-voz do primeiro-ministro, citado pela agência.
Paolo Bonaiuti não deu pormenores sobre o problema no vidro mas assegurou que "está tudo sob controlo" e que Berlusconi e a sua delegação embarcaram noutro aparelho para prosseguir a viagem para Bruxelas.





Pobreza cresceu para 14,3% nos EUA

Um em cada sete norte-americanos, ou seja, cerca de 43,6 milhões de pessoas, vive na pobreza, que subiu para 14,3% no ano passado, a taxa mais alta desde 1994, segundo dados avançados pelo Census Bureau dos EUA.
O governo dos EUA considera que uma família de quatro pessoas vive na pobreza quando aufere menos de 22 mil dólares por ano.
A taxa de 14,3% representa um aumento considerável relativamente a 2008, em que foi de 13,2% (39,8 milhões de pessoas). O relatório do Census Bureau, que faz estas estatísticas desde 1959, dá a conhecer também como evoluíram as receitas médias dos americanos e a percentagem de pessoas sem seguro médico, uma das prioridades da administração Obama.
Antes da implementação da política da Saúde, havia 50,7 milhões de pessoas sem seguro médico, sendo que as receitas médias dos americanos se situavam em 49777 dólares anuais.





Retirada cruz em memória do presidente

As autoridades polacas retiraram, sem aviso prévio, a cruz erigida frente ao palácio presidencial por grupos de escoteiros em homenagem às 96 vítimas do acidente aéreo de 10 de Abril, em Smolensk, Rússia, no qual perderam a vida o presidente polaco Lech Kaczynski e a sua mulher, Maria.
A cruz foi transferida para a capela do palácio, de onde seguirá para a localização definitiva, numa igreja a designar.
Uma primeira tentativa para retirar a cruz fracassou em Agosto, quando uma multidão de fiéis católicos cercou o monumento, impedindo a sua transferência.
Fonte da presidência explicou que o lugar certo da cruz é numa igreja.






Tribunal julga pai de aluno homicida

A 11 de Março do ano passado, Tim Kretschmer levou o horror à sua escola, na cidade alemã de Winnenden, ao disparar indiscriminadamente e matar 15 pessoas com uma arma do pai. O jovem de 17 anos não respondeu pelos atos porque se suicidou quando se viu cercado pela polícia, mas o progenitor sentou-se no banco dos réus.
Joerg Kretschmer é acusado de violar a lei sobre posse de armas. O pai do jovem tinha mais de uma dúzia de armas em casa, todas com permissão legal. O Ministério Público acusa-o porém de ter possibilitado, por negligência, que o filho cometesse o massacre na Escola Secundária de Albertville, visto que as armas e as munições estavam num lugar de fácil acesso.
Tim Kretschmer usou uma pistola Beretta de 9 mm para matar nove alunos (oito moças e um rapaz) e três professores, na escola, mais três pessoas fora do recinto escolar, quando tentava fugir.
Joerg Kretschmer foi inicialmente acusado de homicídio e de ter causado lesões corporais graves, mas um tribunal rejeitou as acusações porque não foi por ação direta sua que o massacre aconteceu. O julgamento deverá durar 27 dias. Se for condenado, Joerg pode ter de cumprir pena de prisão ou pagar indenizações.





Sanduíche com ouro é a mais cara
Um sanduíche de queijo que custa 132 euros foi apresentada num festival de queijos em Somerset, Inglaterra.
Martin Blunos foi o cozinheiro de serviço, que assim pretende entrar para o Guinness, batendo o recorde anterior, de 119 euros. Tanto dinheiro por um pouco de pão e queijo teria de ter algum segredo: além de ingredientes caros, o sanduíche foi polvilhado com ouro, que o chef garante ser comestível e bom para a saúde.





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