Governo reage a Marina
Dilma Rousseff (PT) - Debate SBT |
O governo Dilma Rousseff (PT) elabora um conjunto de ações para tentar
conter o avanço de Marina Silva (PSB) com medidas que incluem o
atendimento a uma das principais bandeiras evangélicas no Congresso: o
apoio à Lei Geral das Religiões.
Segundo a reportagem apurou, uma das iniciativas do Palácio do Planalto
será desengavetar o projeto, proposto em 2009 e há mais de um ano parado
em uma comissão do Senado, para conceder diversos benefícios a
instituições religiosas, entre eles tributários.
Como primeiro ato do "pacote anti-Marina", o Planalto determinará nesta
semana o status de urgência à proposta, o que permitirá ao projeto pular
etapas de tramitação e ganhar prioridade de votação.
O texto estende a igrejas evangélicas e outras denominações religiosas
benefícios concedidos pelo governo brasileiro à Igreja Católica, a
partir de um acordo feito com a Santa Sé em 2008.
Trata-se de tentativa de furar a adesão das igrejas pentecostais à campanha de Marina Silva, que é evangélica.
O projeto da Lei Geral das Religiões já foi aprovado pela Câmara e está na Comissão de Assuntos Sociais do Senado.
Entre outros pontos, ele concede às associações das igrejas que tiverem
reconhecida ação social os mesmos benefícios tributários concedidos às
filantrópicas.
Também prevê que fiéis que ajudam no dia a dia das igrejas não terão
vínculo empregatício para evitar ações trabalhistas e dá uma proteção
especial contra a desapropriação e a penhora dos bens das igrejas.
Pelo projeto, a imunidade tributária é garantida "às pessoas jurídicas e
eclesiásticas e religiosas, assim como ao patrimônio, renda e serviços
relacionados com as suas finalidades essenciais".
EMPRESÁRIOS
A ofensiva petista para neutralizar Marina também contará com uma
força-tarefa para afirmar a empresários que o programa da rival travará o
gasto público em infraestrutura e provocará desemprego.
O plano petista prevê ainda a facilitação de crédito ao setor privado. A
reportagem apurou que o ex-presidente Lula cobrou do presidente do
BNDES, Luciano Coutinho, medidas para facilitar o financiamento de
empresas para tentar animar a economia.
Além de Lula, o PT quer escalar o ex-ministro Antonio Palocci e o
ministro Paulo Bernardo (Comunicações) para atrair o setor produtivo.
Em outra frente, devem ser anunciadas ações incluídas no programa de
Marina. Uma das ideias é turbinar a escola em tempo integral, um dos
eixos do plano da candidata do PSB para o setor de educação.
Neste mês, Dilma detalhará seu programa de governo e pretende inserir
antídotos contra o avanço de Marina, com atenção para medidas que
contemplem jovens e eleitores de grandes centros urbanos, faixas onde
ela concentra muito vigor eleitoral.
A rápida ascensão de sua ex-ministra do Meio Ambiente deixou Lula
preocupado com o fato de até hoje o governo não ter tomado uma medida
mais clara para se reaproximar de empresários.
Com a força-tarefa, o objetivo é instar parte do setor produtivo
contemplado por benefícios federais a defender o projeto de Dilma.
Um dos argumentos do comitê eleitoral é o de que a proposta de Marina de
independência absoluta do Banco Central acarretará uma fuga de gastos
públicos para estimular a economia e aumentará o risco de desemprego.
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