quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012


Gilberto Carvalho pede perdão a evangélicos
Ministro foi cobrado por ter defendido confronto com igrejas protestantes. Em encontro com a bancada evangélica, ele disse ter sido mal interpretado.

Gilberto  Carvalho
secretário-geral 

da presidência
Cobrado por suas declarações recentes sobre as igrejas evangélicas, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, pediu desculpas à bancada evangélica, em reunião na Câmara dos Deputados. Como era de se esperar, ele acusou a imprensa de distorcer suas palavras. Os parlamentares, entretanto, queriam mais: por iniciativa do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), propuseram que o ministro assinasse um documento confirmando por escrito o desmentido. O petista não aceitou.
Depois do encontro, os dois lados garantiram que a paz foi selada:
“Ele se retratou de forma sincera e honesta”, disse o deputado João Campos (PSDB-GO), presidente da Frente Parlamentar Evangélica.
O ministro afirmou que suas desculpas não significam uma retratação sobre o que ele declarou no Fórum Social Mundial, quando pregou o confronto com os evangélicos.
“O pedido de desculpas que eu fiz não foi pelas minhas palavras, mas sim pelos sentimentos que elas provocaram”, afirmou Gilberto Carvalho.

"Como ele disse que não falou, eu entreguei um DVD com a fala dele, para ele ver em casa", disse o senador Magno Malta (PR-ES), ironizando o recuo do ministro.
Gilberto Carvalho também admitiu que a nota emitida pelo governo para justificar suas declarações foi insuficiente e se comprometeu a divulgar um novo comunicado. Sobre o documento não-assinado, ele se esquivou:
"O diálogo foi muito maduro. A gente sai daqui com a questão encaminhada".
A reação dos parlamentares evangélicos se dá por causa das declarações feitas por Gilberto Carvalho durante o Fórum Social Mundial, em janeiro. Na ocasião, ele afirmou que era preciso que o governo se preparasse para um confronto ideológico com os evangélicos - o que incluiria a formação de uma rede de comunicação para aplacar a força de igrejas que usam a televisão para propagar sua mensagem. As críticas mais exaltadas ao ministro vieram do senador Magno Malta, que chegou a chamar Gilberto Carvalho de "safado", em discurso feito em plenário. Assim como Malta, a maior parte dos deputados e senadores evangélicos fazem parte da base de apoio do governo.

Aborto
Gilberto Carvalho também foi cobrado sobre a posição do governo a respeito do aborto. A nova ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, tem um longo histórico de defesa da legalização da prática, e chegou a fazer um curso de aborto por sucção na Colômbia. Gilberto Carvalho disse que o Planalto não apoia mudanças na legislação neste aspecto:
“A presidente pediu que eu reafirmasse para a bancada que a posição do governo sobre o aborto é a posição que ela assumiu já na campanha eleitoral”, garantiu o ministro.
A reunião se deu a portas fechadas e durou cerca de duas horas e meia. Gilberto Carvalho chegou sem falar com a imprensa.


A nota que Gilberto Carvalho prometeu aos evangélicos:
Na peça o ministro diz coisas definitivas sem definir muito bem as coisas que lhe haviam sido atribuídas.
Ministro Gilberto Carvalho reafirma que não atacou evangélicos
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, participou, na Câmara dos Deputados, de uma reunião da Frente Parlamentar Evangélica em que teve oportunidade de esclarecer novamente seus comentários durante debate no Fórum Social Temático, no final de janeiro, em Porto Alegre (RS), cujas versões divulgadas na internet foram objetos de críticas de parlamentares. Na reunião, além de desmentir essas versões inverídicas, o ministro desculpou-se em relação àqueles que tenham sofrido algum mal-estar em decorrência de suas palavras ou da reprodução distorcida delas.
Ao mesmo tempo, o ministro Gilberto Carvalho reiterou que não desmereceu nem ofendeu o mundo evangélico nem propôs qualquer combate aos evangélicos. Mais ainda, o ministro comprometeu-se a divulgar esta nota, esclarecendo que, em seu pronunciamento, não fez nenhum ataque a pastores evangélicos que mantêm programas religiosos na televisão brasileira, não fez nenhuma referência ou proposta de criação de uma rede de comunicação voltada ao combate aos evangélicos – ideia que qualificou de absurda e ilegal –, e não fez nenhuma referência à questão do aborto.
Assessoria de Comunicação da Secretaria-Geral da Presidência da República

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