Câncer complicado por pneumonia causou morte da empresária Eliana Tranchesi
Eliana Tranchesi |
A empresária Eliana Tranchesi, de 56 anos, consultora da butique de luxo Daslu, morreu às 0h20 de sexta-feira - 24 de fevereiro - devido a "um câncer pulmonar complicado por pneumonia", de acordo com nota do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde ela estava internada. O corpo foi velado no local e, ao meio-dia, encaminhado para o cemitério do Morumbi, na zona sul da capital paulista, onde o enterro aconteceu às 15 horas. Eliana não resistiu ao câncer contra o qual lutava desde 2006. Em setembro daquele ano, quando revelou que havia retirado um tumor do pulmão e que iniciaria sessões de quimioterapia e radioterapia, ela afirmou que "a crise da Daslu e mais o câncer me fizeram sentir como se eu fosse uma criança deixando abruptamente a Disney. Até então, eu imaginava a vida como uma grande brincadeira. A Daslu é a Disney, onde tudo é lindo, as vendedoras são lindas, o cabelo é lindo, a roupa é linda, é tudo bonito. É tudo agradável. Então, de repente, você sai desse mundo da Disney e cai lá dentro do hospital Albert Einstein já com um monte de pacientes com câncer". As duas lojas da Daslu não abriram na sexta-feira. Eliana herdou a Daslu da mãe, Lucia Piva. A loja nasceu quando Tranchesi tinha apenas um ano de idade, na sala da casa de sua mãe. O nome vem da junção dos nomes das primeiras sócias da loja, Lucia Piva e Lourdes Aranha, ambas apelidadas de Lu. A Daslu virou uma grife e, a partir dos anos 90, começou a trabalhar com importados, quando as importações foram liberadas pelo então presidente Fernando Collor de Mello. Ela foi para a Europa e voltou com a mala abarrotada de marcas famosas que caíram no gosto dos endinheirados brasileiros. A partir daí, a Daslu virou referência para quem tinha dinheiro para gastar e queria ver e ser visto. O negócio começou a passar por dificuldades financeiras em 2005, quando foi alvo da operação Narciso, feita por Receita Federal, Ministério Público e Polícia Federal. Eliana Tranchesi foi presa e condenada a 94 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, fraude em importações e falsificação de documentos. A empresária foi liberada com um habeas corpus. Desde julho de 2010, a Daslu estava em recuperação judicial, o mecanismo que substituiu a antiga concordata e que permite a suspensão do pagamento das dívidas enquanto é negociada uma saída para a crise. Em fevereiro do ano passado, a grife foi comprada pelo Fundo Laep, investidor do mercado de capitais que se tornou especialista em comprar empresas à beira da falência. Eliana foi mantida como consultora da marca.
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