quinta-feira, 3 de novembro de 2011


Tribunal britânico confirma extradição de Julien Assange para a Suécia

O Tribunal Superior de Londres deu sinal verde para a extradição do fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, para a Suécia. O país queria que Assange fosse extraditado para responder por supostos abusos sexuais de que é acusado na Suécia. A Promotoria sueca o acusa de três delitos de agressão sexual e um de estupro após a denúncia de duas mulheres que garantiram que os fatos aconteceram em agosto de 2010. Ele admite sexo consensual, nega qualquer crime e afirma estar sendo alvo de uma perseguição política que visa extraditá-lo aos Estados Unidos: "Posso ser uma espécie de porco chauvinista, mas não sou estuprador, e apenas uma visão distorcida das políticas sexuais pode tentar me transformar em um". Assange, que tem agora um prazo de 14 dias para apelar da decisão à Suprema Corte, não anunciou de imediato o que pretende fazer ao deixar o tribunal. "Vamos refletir sobre os próximos passos nos próximos dias", comentou para uma multidão de jornalistas. Após a rejeição da Alta Corte, o australiano ainda pode recorrer à Suprema Corte, mas, segundo a promotoria, é necessário cumprir certos critérios para obter a autorização de apelar à máxima instância jurídica. A autorização está condicionada à consideração de que a apelação é baseada em um ponto jurídico de interesse geral, ou seja, um aspecto que vai além do caso jurídico de Assange. Em fevereiro, um juiz britânico aprovou a entrega de Assange às autoridades suecas ao argumentar que ele teria um julgamento justo, mas essa decisão foi recorrida em março pelos advogados do ativista no Tribunal Superior de Londres. Ao dar sinal verde para extradição em fevereiro, o juiz Howard Riddle argumentou que o sistema judiciário sueco é suficientemente sólido para considerar que Assange enfrentará um julgamento com garantias. O jornalista, cujo site revelou os detalhes de milhares de informações confidenciais das embaixadas dos Estados Unidos em todo o mundo, foi detido em Londres em dezembro de 2010 depois que as autoridades britânicas receberam a ordem de extradição das autoridades suecas. Os partidários de Assange denunciam que o caso tem motivações políticas e que a extradição para a Suécia seria apenas uma etapa antes do australiano ser entregue aos Estados Unidos, país que ainda estuda uma maneira de acusá-lo formalmente. No mês passado, o WikiLeaks anunciou que deixará de divulgar segredos oficiais por falta de financiamento. O portal informou que suspendeu a divulgação de documentos por causa do "bloqueio arbitrário e ilegal" que instituições americanas como o Bank of America, Visa, MasterCard, PayPal e Western Union realizaram e que o deixaram sem acesso a financiamento.


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