sábado, 26 de novembro de 2011


A inesperada demissão do chefe de redação de Veja e o assassinato de Marcelo Cavalcante

Mário  Sabino
A decisão do jonalista Mário Sabino de sair da chefia de redação da revista Veja e também da atividade jornalística, foi uma surpresa e causou estupor na mídia. As especulações sobre a decisão são variadas e muitas delas estão ligadas a pressões que a Abril teria sofrido por parte de Brasília.
A saída de Sabino motivou uma curiosa manifestação de Marcos Antonio Oliveira Cavalcante, assinante de Veja e irmão de Marcelo Cavalcante, morto em Brasília no auge da chamada Operação Rodin. Marcos, como toda a família de Marcelo, não acredita na versão de suidício e denuncia que seu irmão foi vítima de um crime político. Ele acusa a Polícia e o Ministério Público do Distrito Federal, que segundo ele teriam cozinhado a tragédia em banho maria. É em função dele que pediu uma reportagem de capa sobre o episódio.

Nota de Eurípides Alcântara, diretor de Redação da VEJA sobre a saída de Mário Sabino:
Meus caros,
antes que prevaleçam a maledicência e a desinformação, matérias-primas dos bucaneiros da internet, gostaria de esclarecer o que existe de factual sobre a decisão do Mario Sabino de deixar o jornalismo e, como consequência, seu cargo de redator chefe de VEJA.
Havia um ano eu tentava dissuadir o Mario da determinação de deixar a profissão. Ele argumentava que o exercício do jornalismo já não lhe proporcionava a mesma satisfação. Embora eu apontasse que ele continuava a desempenhar suas atribuições com a responsabilidade, brilhantismo, ousadia e originalidade de sempre, Mario foi consolidando sua decisão de mudar de rumos profissionais.
Na semana passada, finalmente, Mario Sabino me procurou para dizer que seguiria mesmo outro caminho.
A decisão do Mario representa uma grande perda – para nós da redação de VEJA e para o jornalismo. Ele esteve ao meu lado durante quase oito anos, no cargo que ainda exercerá até o início do próximo ano, sempre como a melhor companhia que um diretor de redação pode ter na trincheira do jornalismo rigoroso e independente.
Perco o convívio de um amigo, mas não a sua amizade. Fica conosco sua lição de profissionalismo intenso e de apego exacerbado à busca da verdade, para ele mais do que uma simples virtude, uma razão de vida. Sob essa ótica, farei e anunciarei nas próximas semanas as mudanças que a decisão do Mario acarreta.

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