segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Planalto explica razão do sumiço de Crucifixo e Bíblia

Depois de dominar um pedaço da campanha de 2010, a religião se imiscuiu na primeira semana de trabalho da nova presidente.
Dilma Rousseff promoveu ajustes no mobiliário do gabinete que herdou de Lula.
A presidente trocou móveis para deixar o ambiente "mais confortável". Os estofados coral, usados no Palácio do Catete no governo Vargas, foram substituídos por poltronas e um sofá da linha Navona, do arquiteto Sergio Rodrigues. Substituiu, também, um computador por um laptop.
Os repórteres notaram também o sumiço de duas peças.
Desapareceu o crucifixo que Lula mandara pendurar na parede.
Evaporou a Bíblia que o antecessor mantinha sobre a mesa de trabalho.
A coisa virou notícia. E, com a rapidez de um raio, o Planalto cuidou de prestar os esclarecimentos.
Informou-se que o crucifixo, presenteado a Lula, pertence a ele, não à Presidência. Foi para São Bernardo, no caminhão de mudança.
Quanto à Bíblia, encontra-se agora numa sala contígua ao gabinete presidencial, noutra mesa.
Diz-se que já estava lá quando Dilma chegou para seu primeiro dia de trabalho, na segunda (3).
Em campanha, Dilma reformulou o discurso sobre o aborto e revelou-se uma cristã jamais suspeitada. Assumiu compromissos com pastores e padres.
Os opositores puseram em dúvida a conversão de Dilma.
Durante a campanha eleitoral, ela se disse católica e foi atacada pelos adversários sob a acusação de ter mudado suas posições religiosas. Na verdade, sempre foi atéia e comunista.
No auge das discussões sobre o aborto, prática que foi defendida por Dilma no passado, a candidata do PT demonstrou indignação, declarou-se a favor da vida e foi apoiada ostensivamente por religiosos de diversas Igrejas.
A presidente não tolera atrasos. Pede objetividade e não gosta de expressões como "eu acho". Apesar do estilo rígido, um interlocutor que acompanhou os primeiros dias de Lula no poder diz que a sensação é de que Dilma está "mais à vontade".


PS: O Planalto disse que o crucifixo era de Lula e que ele o levou para São Paulo. Na foto abaixo temos Itamar Franco, quando presidente, tendo ao fundo o crucifixo que Lula disse ser dele.



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