quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Fortunatti endurece o tom com corporativismo médico

O rompimento entre o prefeito de Porto Alegre, José Fortunatti, e o Sindicato Médico, o Simers, era um rompimento anunciado porque as posições das duas partes mostravam-se irredutíveis.
Não há acordo em relação à criação do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família, o Imesf, a quem caberá contratar e administrar os 1.300 profissionais da saúde que trabalham no Programa PSF (Programa de Saúde da Família), que já atende 400 mil pessoas (1/3 da população) de Porto Alegre. Só a Folha de Pessoal exige desembolso de R$ 3 milhões por mês por parte da prefeitura.
O prefeito quer contratar médicos celetistas e as entidades da área de saúde, Simers e Cremers, fustigam o projeto, porque querem que os médicos sejam contratados como servidores públicos; coisa que não quer a prefeitura.
José Fortunatti avisou que o Simers faz ataques pessoais contra ele e por isto rompeu o diálogo: "Ele é desrespeitoso. A posição do Simers é corporativa".
Nos jornais bateu pesado: "Muitos médicos não atendem a população e ganham sem trabalhar. O povo sabe e vê isto. Não quero servidor público com estabilidade, até por causa disto".
Por trás do impasse não está apenas a questão do ponto, mas também o caso dos repasses federais (70% do total que financia os PSF): a prefeitura alega que não quer ficar com servidores que permaneçam perenemente na Folha, sem que os recursos perenes estejam garantidos.
O projeto deve ser votado em fevereiro.
“Vamos aprovar, sim, e por ampla maioria”, assegurou o vereador Sebastião Mello, há 32 anos na Câmara de Porto Alegre, referindo-se ao projeto que cria o Imesf.
A votação sairá logo depois da audiência pública do dia 3 de fevereiro.

PS: O governo FHC instituiu o PSF em 2004, baseado no exemplo de Cuba.
Porto Alegre possui 84 equipes multidisciplinares que visitam as pessoas em casa, evitando que os doentes entupam emergências de hospitais.
A prefeitura avisou que criará mais 66 equipes.
O PSF sempre ocasionou problemas de administração em Porto Alegre, exatamente porque os prefeitos não querem contratar os médicos como servidores estáveis, mas celetistas.
Atualmente, o repasse do dinheiro é feito pelo Instituto de Cardiologia, mas a situação é esdrúxula.




Situação

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